Novo normal e diversidade: vacina para um novo mundo
Talvez a crise fez as pessoas pararem para perceber que na maior parte do tempo estavam todos correndo atrás do rabo, sem saber muito bem para onde ir
A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus certamente deixará marcas que vão influenciar por muito tempo a vida e as escolhas das pessoas. Ninguém sairá desta situação da mesma maneira que entrou. As experiências, nesta longa imersão da quarentena, farão ressignificar coisas, pessoas ou situações que antes não pareciam tão preciosas ou importantes.
Talvez a crise fez as pessoas pararem para perceber que na maior parte do tempo estavam todos correndo atrás do rabo, sem saber muito bem para onde ir.
Com tudo o que se está experimentando ou observando ao redor, consegue entender melhor o que é vital e importante no dia a dia, assim como também já pode se entender o que pode ser descartado. Passa-se a questionar um pouco mais os desejos e necessidade em relação a várias coisas.
A forma como a pandemia atingiu as pessoas , sem distinção de raça, cor, classe social, cultura ou orientação sexual acabou por evidenciar que as diferenças não são escudos de proteção contra o vírus ou qualquer outro inimigo do planeta.
O grande recado que esta crise tem dado é o quanto o ser humano é frágil, quando é tratado de forma desigual e injusta. As diferenças que o vírus não perdoa dizem respeito àquelas pessoas que passam fome, que não têm acesso a água potável, rede de esgoto, educação, ciência e cultura, entre tantas outras necessidades. São nestes espaços que o vírus encontra terreno fértil para se multiplicar.
E agora, ainda em plena crise, já encontra-se na porta de entrada de um novo mundo. Para entrar nele, pode-se escolher continuar cegos e incrédulos em relação aos resultados escassos das experiências no velho mundo, ou pode-se vacinar com os benefícios abundantes da diversidade, e entrar neste novo tempo ampliando as defesas e vivendo melhor e mais felizes, por muito mais tempo.
Abraçar as diferenças, ouvir e entender as pessoas, sejam elas quais forem, é o primeiro passo para ampliar a visão e, assim, multiplicar as possibilidades de uma boa convivência e novas soluções para este novo mundo. Felizmente hoje, com o acesso às informações e à tecnologia, está mais fácil se conectar, capacitar e compartilhar não apenas vivências, mas também projetos que podem motivar outras pessoas a colaborar com esta rede do bem.
Dessa maneira, será trocada a simpatia de tentar entender a dor do outro pela empatia de se aproximar, conhecer e agir de forma afirmativa para combater a dor e reincluir aquela pessoa no jogo. Este é um quadro que aponta para um mundo colaborativo, em que a regra de ouro é compartilhar. Pois neste novo mundo se acredita que tem trabalho e recursos para todos.
E o mundo corporativo tem um papel muito importante neste processo, pois ele está pronto para se adaptar, criando ambientes seguros para que as pessoas possam se manifestar e produzir de forma plena. Pois acredita-se que serão os colaboradores das empresas que formarão este exército empoderado pelas diferenças e vão liderar este movimento de transformação de toda a sociedade.
As empresas, agora terão uma grande oportunidade para se reinventarem, colocando, de verdade, o ser humano no foco da criação dos produtos e serviços.
*Ronaldo Ferreira Júnior é conselheiro da Ampro - Associação das Agências de Live Marketing, CEO da um.a #diversidadeCriativa - empresa especializada em eventos, campanhas de incentivo e trade, e sócio-fundador com a Pearson Educacional do programa de capacitação MDI - Mestre Diversidade Inclusiva.
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