Coronavírus e Supply Chain: É tempo das empresas se adaptarem às mudanças
Antes do surto do COVID-19, o setor de varejo em todo o mundo vivia um período de rápidas mudanças, e a pandemia do coronavírus apenas o acelerou ainda mais.
De acordo com análises da Manhattan Associates, o comércio online foi o segmento de varejo que mais cresceu. Após o surgimento do novo coronavírus, observa-se que o comércio online e as lojas que oferecem suporte ao atendimento de pedidos online estão crescendo a uma taxa ainda mais rápida.
"Estamos vendo um aumento nos novos métodos de vendas híbridos, ou multichannel, (online e físicos), especialmente aqueles que reduzem ou eliminam as compras na loja, como compras online, retirada na loja, e envio da loja", afirma Marco Beczkowski, da Manhattan Associates para a América Latina.
Pelo medo do coronavírus, as pessoas passaram a fazer mais compras online. Uma pesquisa feita pela Abcomm - Associação Brasileira de Comércio Eletrônico e pelo Movimento Compre & Confie, aponta que as vendas online de categorias de bens de consumo em fevereiro e março cresceram mais de 100%, se comparadas com as vendas de fevereiro e março de 2019: saúde (111%), beleza e perfumaria (83%) e supermercados (80%).
“Estamos vendo as necessidades das empresas terem que adaptar seu supply chain para atender picos de demanda sem precedentes. Por exemplo, um de nossos clientes de mercearia está relatando picos de vendas muito além do período de pico do ano passado (na semana anterior ao Dia de Ação de Graças). Um de nossos clientes de varejo de animais domésticos relatou um aumento de demanda cinco vezes maior que o normal. Na Manhattan, as solicitações de suporte prioritário de nossos clientes triplicou, explicou Marco.
Não se trata apenas do aumento da demanda. A empresa também está vendo que os elementos mais críticos fluem pelo supply chain. A Manhattan identificou elementos-chave críticos que sustentam a vida e o fluxo de seus sistemas, buscando oferecer a esses clientes serviços adicionais de suporte prioritário.
“Muitas das regras que regulam esse setor também estão mudando temporariamente. Por exemplo, o Departamento de Transportes do Texas recentemente relaxou as regulamentações que permitem aos supermercados exceder os limites de peso em seus reboques para acelerar o reabastecimento de suas lojas em todo o estado. Em resposta, a equipe científica da Manhattan desenvolveu rapidamente uma nova configuração recomendada para nossa solução de otimização de planejamento de remessas”, disse Beczkowski.
Os varejistas estão tendo que modificar a disponibilidade de seus recursos em diferentes canais. Por exemplo, devido ao aumento de pedidos online, os varejistas estão disponibilizando para vendas online mais inventários de suas lojas. Com o aumento do fechamento de lojas, vários desses varejistas estão mudando seus associados para atender pedidos online.
Estamos vendo uma aceleração de soluções tecnológicas?
A resposta é sim. No centro de distribuição, a Manhattan viu um aumento constante no número de automação e no uso de robôs. Muitos centros de distribuição já possuem automação sofisticada e robôs operando atualmente, mas o COVID-19 certamente servirá como catalisador para a adoção adicional desses recursos.
Do ponto de vista puramente tecnológico, esses eventos recentes também destacam os benefícios das tecnologias em nuvem. Os varejistas que utilizam soluções em nuvem podem escalar seus sistemas mais rapidamente em resposta a picos de demanda.
É difícil determinar se há vencedores ou perdedores, dada a natureza sem precedentes dos eventos recentes. “No entanto, essa crise expôs o fato de que o supply chain global precisa ser mais resiliente. Grande parte da produção mundial é feita em vários países e indústrias inteiras lutam para obter produtos e materiais porque não havia backup quando essas instalações ficavam offline, como o que ocorreu com várias indústrias da China. Precisamos pensar sobre isso para estarmos mais preparados para situações semelhantes” finaliza Marco.
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