Covid-19: como empresários devem agir em meio à crise
A expansão global exponencial do alcance do novo coronavírus promove uma crise mundial na saúde, com graves consequências também na economia. Algumas empresas já sentiram o baque, mas como os empresários devem se posicionar diante dessa pandemia? Para o fundador do Grupo Empreenda, consultor de empresas e autor do livro Seja o Líder que o Momento Exige, César Souza, os líderes do mundo empresarial devem assumir protagonismo no enfrentamento da crise e suas consequências na economia e no ecossistema social.
Souza ressalta que essa postura deve ser embasada em três pilares essenciais. O primeiro, mais imediato, é a resposta emergencial que várias empresas já estão dando por meio de muitas ações, com a intenção de proteger seus quadros. Providências tais como home office, teletrabalho, medidas de segurança no transporte, flexibilização de horários e higiene de instalações, além de novas regras de convivência social entre os colaboradores e instruções em relação a procedimentos.
O passo seguinte é a implantação estruturada da governança para a crise, como foco nos stakeholders das empresas - clientes, parceiros, investidores, comunidade, mídia e, em alguns casos, o governo. Esse movimento envolve a formação de um comitê multidisciplinar, que transcende a diretoria formal da empresa, para pensar na saúde e segurança ocupacional, bem como aspectos jurídicos, financeiros, de infraestrutura e operações, além da comunicação e marketing, entre outros fatores específicos de acordo com cada negócio. "Uma frente emblemática nesse momento é a capacitação, que pode orientar e preparar a força de vendas para estar próxima dos seus clientes, mesmo estando ‘longe’", enfatiza.
Já o terceiro pilar envolve reflexão estratégica bem mais profunda, a partir de alguns questionamentos. Como obter o reequilíbrio da equação financeira da empresa em termos de custos, excelência operacional, níveis de endividamento, liquidez e estrutura de capital, entre outros aspectos? Como identificar novas oportunidades de negócios como, por exemplo, a percepção de novos produtos e serviços decorrentes dos novos hábitos que os consumidores desenvolverão durante o período de quarentena e crise?
"O primeiro pilar de resposta é o mais disseminado entre as empresas e quase todas caminham bem nessa fase. Já nas outras duas ondas há muitas lacunas porque não temos a cultura de prevenção e gestão de crises. A participação dos líderes empresariais é fundamental para passar por esse momento, não só para minimizar riscos e perdas, mas para a continuidade dos negócios em meio à crise e, especialmente, o futuro das organizações após a pandemia", explica o consultor em gestão e liderança.
Além desses três pilares, Souza ressalta outros pontos também essenciais para o pensamento voltado ao pós-crise. Depois do coronavírus, nosso modelo atual de estrutura, gestão e perfil de pessoas continuará sendo o mais adequado, após todos os "experimentos" advindos da quarentena? Para o consultor não. Neste momento, a empresa já deve pensar em novos métodos para sua sobrevivência futura. Essas reflexões abrangem trabalhos terceirizados ou feitos de forma mais flexível; prioridades para o fechamento de 2020; e trabalhos plantados neste momento para o biênio 2021-22.
César também é contrário a demissões por conta do coronavírus. "Deve ser o último recurso a ser tomado, pois as empresas correm o risco de perder competitividade quando os ventos soprarem a favor, além do custo alto do turnover quando necessitarem contratar novamente", analisa.
Souza enfatiza que, do ponto de vista econômico, ainda há outras medidas que devam ser consideradas como, por exemplo, postergação do pagamento de impostos federais, estaduais e municipais, bem como acesso a linhas de créditos especiais.
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