As fintechs vieram para tomar o lugar dos bancos?
*Por Alexandre Góes
Há poucos anos, pagar contas e fazer transferências diretamente pelo celular eram consideradas tarefas moderníssimas. Na verdade, quando tudo isso começou, mal imaginávamos o quanto as atividades financeiras poderiam se tornar tecnológicas, rápidas e, ao mesmo tempo, extremamente seguras.
O cenário econômico atual tem sido marcado por constantes transformações e evoluções digitais - e essas mudanças surgem justamente para atender à necessidade cotidiana de praticidade. Com a agenda cada vez mais cheia, ninguém mais tem tempo a perder, e infelizmente até os serviços mais básicos de uma agência bancária tornam-se ineficientes em algumas situações, por serem repletos de burocracia.
A agilidade nos processos financeiros é uma necessidade que não se restringe à pessoa física, mas também facilita (e muito) a vida das empresas. Em algumas situações, resolver uma questão financeira rapidamente pode ser a chave para a expansão de um negócio ou até a sua sobrevivência no mercado.
Diante da carência de agilidade nas operações bancárias, as fintechs têm caído no gosto dos consumidores. Essas empresas “financeiras e tecnológicas” são altamente eficientes por trabalharem com sistemas móveis, digitais, on-line e práticos, capazes de entregar resultados altamente satisfatórios – combinação que atrai cada vez mais clientes. Os números comprovam o aumento dessa adesão: segundo dados da FintechLab, entidade que monitora o setor, entre janeiro e novembro do ano passado, o número de fintechs cresceu 36% só no Brasil.
Ao oferecerem produtos e serviços inovadores a consumidores e empreendedores, as fintechs trazem reflexos diretos e muito positivos ao mercado. Algumas delas, por exemplo, já permitem que o empresário, a partir de um simples celular, antecipe os recebíveis e dê fôlego ao seu negócio. As novidades envolvem até as operações “B2B”, e as fintechs chegam a oferecer aos empresários a possibilidade de parcelarem suas vendas através de boleto e com recebimento do valor à vista.
E mais: algumas fintechs já atuam no ramo de subadquirência, com maquininhas de cartão próprias, e também garantem que as empresas realizem operações como DOC e TED por meio de uma conta de pagamento digital.
Todas essas operações são realizadas após uma rápida análise do perfil da empresa que busca por crédito, sem nenhuma burocracia. Hoje, as fintechs têm cumprido cada vez mais funções que, há pouco tempo, eram exclusivamente desempenhadas pelos bancos. Para quem precisa realizar transações financeiras, o desejo é que essa tendência permaneça e continue a trazer inovações por muitos anos.
* Alexandre Góes é diretor de Meios de Pagamentos da TrustHub, fintech especializada na antecipação de recebíveis a PMEs.
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