Como saber se tenho arritmia cardíaca? Médica explica a doença e os principais exames para cuidar do coração
A arritmia cardíaca pode ser silenciosa, mas seus riscos são reais. Caso recente fez a busca pelo termo em mecanismos de pesquisa online mais do que dobrar. Saiba mais sobre como identificar a doença.
O Sistema Único de Saúde recebe um paciente de emergência cardíaca a cada minuto no Brasil. De acordo com o levantamento da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), doenças relacionadas ao coração causaram 641.980 internações, em 2023, sendo 85% atendimentos de emergência. Os principais problemas cardiovasculares que afetam a população brasileira variam entre doenças reumáticas crônicas do coração, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, transtornos de condução e arritmias cardíacas.
O que é arritmia cardíaca?
A arritmia cardíaca é uma condição que afeta o ritmo dos batimentos do coração, fazendo com que ele bata de forma irregular, muito rápido (taquicardia) ou muito lento (bradicardia). Embora muitas vezes não cause sintomas aparentes, a arritmia pode levar a complicações graves, como insuficiência cardíaca, AVC ou até mesmo morte súbita. De acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, a doença pode acometer 1 em 4 pessoas ao longo da vida e é responsável pela morte súbita de cerca de 300 mil brasileiros todos os anos.
Segundo a Dra. Julianny Freitas Rafael, cardiologista e especialista em arritmias, "a arritmia pode se manifestar de várias formas, desde sensações de palpitações, tonturas e falta de ar, até desmaios e dor no peito. Por isso, é importante que qualquer pessoa que sinta alterações no ritmo cardíaco procure avaliação médica".
Como saber se eu tenho arritmia?
A arritmia pode ser difícil de detectar sem exames específicos, já que muitas vezes os sintomas são sutis ou inexistentes. "O eletrocardiograma (ECG) é o principal exame para identificar arritmias. Ele registra a atividade elétrica do coração e pode detectar alterações no ritmo cardíaco", explica a Dra. Julianny. Outros exames, como o Holter de 24 horas, monitoram o coração ao longo do dia, capturando irregularidades que podem não aparecer em um ECG de curta duração. Sintomas como palpitações, tontura, sensação de desmaio ou falta de ar são sinais que não devem ser ignorados, e a avaliação médica é fundamental para o diagnóstico.
Quem tem arritmia cardíaca pode fazer exercício físico?
A prática de exercícios físicos é geralmente benéfica para o coração, mas quem tem arritmia precisa de cuidados especiais. "A atividade física pode ser recomendada de maneira controlada e após avaliação cardiológica. O tipo de exercício e a intensidade precisam ser ajustados conforme o estado de saúde do paciente", orienta Dra. Julianny.
O caso do jogador uruguaio Juan Izquierdo, que sofreu uma parada cardíaca durante uma partida de futebol em 2024, ilustra como a arritmia pode se manifestar de forma súbita e fatal, mesmo em jovens e atletas de alta performance. “É essencial que atletas, tanto profissionais quanto amadores, façam exames cardíacos regulares, incluindo testes específicos para detectar possíveis arritmias", alerta a médica. O caso fez a busca pelo termo “arritmia cardíaca” atingir o seu maior volume no Google.
Arritmia cardíaca tem cura?
Dependendo do tipo de arritmia, pode haver tratamento e controle eficazes, embora nem sempre haja cura definitiva. "Em muitos casos, a arritmia pode ser controlada com medicação, mas em outros, procedimentos como a ablação por cateter são recomendados", explica Dra. Julianny. A ablação é um tratamento que destroi as células anormais que causam a arritmia, sendo eficaz em casos específicos.
Além disso, exames como eletrocardiograma (ECG), Holter de 24 horas e ecocardiograma são fundamentais para diagnosticar a arritmia e avaliar o funcionamento do coração. “Com o acompanhamento adequado, muitos pacientes conseguem ter uma vida normal, inclusive praticando exercícios, mas sempre com orientação médica", completa a especialista.
A arritmia cardíaca é uma condição que requer atenção, mas com diagnóstico precoce e tratamento correto, os pacientes podem ter qualidade de vida e continuar a praticar atividades físicas.
Sobre a Dra. Julianny Freitas Rafael - Médica cardiologista. Arritmologista da Casa de Saúde São José (CSSJ), Instituto Nacional de Cardiologia (INC) e Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (IECAC). Médica Cardiologista da Unidade Coronariana da CSSJ. Mestre em Ciências Cardiovasculares pelo INC. Especialista em Estimulação Cardíaca Eletrônica Implantável pela Sociedade Brasileira de Arritmias
Cardíacas (Sobrac) / DECA AMB. Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)/ Associação Médica Brasileira (AMB). Especialista em Arritmia, Eletrofisiologia e Estimulação Cardíaca do Hospital Quali Ipanema. Capixaba, mas mora no Rio de Janeiro desde 2012. Mãe orgulhosa da Maria Luiza, de 6 anos.
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