Protetor solar: como escolher e usar o mais adequado para cada faixa etária
Exposição excessiva ao sol é o principal fator de risco para o câncer de pele; profissional destaca a importância do protetor solar para prevenção
O câncer de pele é o que mais acomete a população brasileira. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2020, a incidência de câncer de pele do tipo não melanoma foi de 176.930, já o melanoma acometeu 8.450 pessoas naquele ano.
Vânia Milena Basso da Silva, profissional da área de Dermatologia do AmorSaúde, destaca que a diferença está na sua origem. “O crescimento do não melanoma é descontrolado e se origina das células da pele, sendo o mais comum e menos letal. Já o melanoma é o tipo mais agressivo, com origem nas células que produzem a melanina”, afirma.
Ela ressalta que o câncer de pele é causado pela constante e excessiva exposição aos raios solares, também conhecidos como ultravioletas (UV). Nesse sentido, Silva ressalta que o risco é maior para pessoas com menos melanina, ou seja, de peles mais claras, que, ao longo da vida, ficaram muito expostas ao sol.
Como prevenir
A principal formas de se prevenir da doença é a proteção aos raios ultravioletas (UV). A médica salienta que um dos produtos mais importantes nesse sentido é o protetor solar, que pode ter duas classificações. “O protetor físico tem uma ação similar a de um espelho. Os raios UV vão refletir no produto, que impede a penetração na pele. Já os químicos fazem esse bloqueio por meio da absorção dos raios solares”, explica.
A profissional ainda ressalta que o produto deve ser utilizado diariamente, com reaplicação a cada três horas. “Ao contrário do que se imagina, o protetor solar precisa ser incluído nos cuidados do dia a dia por todos, e não somente em ambientes como as praias ou piscinas. Isso inclui também os locais fechados”, observa.
Como escolher o protetor solar
Silva reitera que a primeira característica a se observar na escolha de um protetor solar é o seu fator de proteção solar, o FPS. Ela indica que o ideal é o FPS ser de, no mínimo, 30. “Para pessoas com melasmas, rosáceas, fotodermatoses e outras doenças de pele, o recomendado é que esse fator seja maior”, explica.
Outro ponto a ser considerado na escolha do produto é o veículo condutor. “Hoje, no mercado, existem diversos tipos, como fluídos, aquosos, sólidos. Podem ser em gel, creme, loção, spray e até em bastão. O que vai diferenciar cada textura é a sua aderência, absorção e espalhabilidade, o que pode proporcionar um efeito mais seco ou mais hidratante na pele. A preferência vai depender de cada pessoa”, pondera. Além disso, também é preciso observar as diferentes faixas etárias para escolher o protetor solar ideal.
- Crianças: segundo a médica, deve-se dar preferência aos protetores infantis. Com textura mais grossa, são hipoalergênicos, não causam ardência e seu uso deve ser feito somente a partir dos seis meses de idade. Antes disso, há o risco de surgir efeitos colaterais nos bebês, que não devem ser excessivamente expostos ao sol;
- Jovens e adultos: a escolha do protetor solar vai depender do tipo de pele e se há presença de manchas, como melasmas. Para as peles secas, recomenda-se um produto com efeito mais hidratante; para as mistas e oleosas, deve-se investir em protetores de efeito mais seco. “No caso de presença de doenças de pele, o fator de proteção deve ser maior e, de preferência, prescrito por um profissional”, ressalta;
- Idosos: em peles maduras, a camada protetora é mais fina, o que exige um FPS maior. Além disso, de acordo com a Dra. Vania, existe um ressecamento natural por conta da redução do funcionamento das glândulas sebáceas, que produzem o óleo natural do corpo. Nesse sentido, pode-se optar por protetores mais hidratantes.
Proteções complementares
Além do filtro solar, existem outros meios de se proteger da incidência solar, que, em conjunto com o produto, torna-se um ótimo combo para prevenir doenças de pele. “Para pessoas que trabalham muito expostas ao sol, é indicado colocar roupas compridas, além de chapéus, bonés ou óculos escuros, mas sem deixar de lado o protetor solar, principalmente no rosto, local que fica descoberto”, orienta Silva.
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