Método não invasivo de monitorização da pressão e complacência intracraniana beneficia pacientes renais crônicos e com traumatismo cranioencefálico
Tecnologia brain4care beneficia pacientes renais crônicos e com traumatismo cranioencefálico - Alex Pelicer/Funfarme
Os temas serão abordados na 6ª edição do ano do Painel Científico da brain4care, que acontece em 27 de julho, às 12h, no formato on-line, com a participação da biomédica Cristiane Rickli e do médico Thomas Markus D'Haese. Em pauta, dois estudos científicos que mostram como a monitorização não invasiva das variações da pressão e complacência intracraniana abriu novas perspectivas de manejo para pacientes renais crônicos e com traumatismo cranioencefálico. Para participar gratuitamente do evento, inscreva-se no site https://www.brain4careeventos.com/
Quais foram os avanços do entendimento da onda da pressão intracraniana, da complacência e da pressão intracraniana em relação à pacientes com insuficiência renal crônica e nos que sofreram traumatismo cranioencefálico? Os dois temas serão abordados na 6ª edição do Painel Científico da brain4care, respectivamente por Cristiane Rickli, biomédica, Mestre e Doutora em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), e Thomas Markus D’Haese, médico intensivista, Mestre em Ciências da Saúde. O painel será mediado pela Enfermeira Elaine Peixoto, especialista do conhecimento da brain4care, mestre em ciências pela UNIFESP. O evento é 100% online e gratuito, com emissão de certificado a todos inscritos que participarem integralmente da atividade. Para participar, basta se inscrevem no site https://www.brain4careeventos.com/
A primeira sessão do painel será ministrada por Cristiane, com base no artigo Use of non-invasive intracranial pressure pulse waveform to monitor patients with End-Stage Renal Disease (ESRD), publicado, em julho de 2021, no Plos One. A pesquisa abriu novas perspectivas para pacientes com doença renal que precisam passar por hemodiálise. Pela primeira vez na história da ciência foi possível monitorizar a pressão intracraniana desses pacientes antes e depois das sessões de hemodiálise, usando o método não invasivo brain4care para avaliar as variações da pressão intracraniana durante o tratamento. Durante a hemodiálise pode acontecer intercorrências como hipotensão, náuseas e câimbras. Além disso, depois do procedimento é comum os pacientes apresentarem queixas de dor de cabeça, fadiga e incapacidade de concentração. “São sintomas que podem estar relacionados à retirada excessiva de líquidos durante a hemodiálise ou à síndrome do desequilíbrio da hemodiálise, um evento grave”, explica Cristiane.
O que difere um paciente que está sofrendo efeitos comuns da hemodiálise daquele que está com síndrome do desequilíbrio da hemodiálise é a presença de edema cerebral e aumento da pressão intracraniana. Assim, a possibilidade de monitorizar de maneira não invasiva esses pacientes pode levar o médico a considerar a hipótese de uma síndrome do desequilíbrio da hemodiálise em fase inicial, permitindo que ele tome medidas mais eficientes de manejo do paciente, que podem salvar sua vida.
Na sequência, D’Haese vai falar sobre os avanços no entendimento da onda da PIC, complacência e pressão intracraniana em pacientes com traumatismo cranioencefálico, com base no artigo Intracranial compliance and volumetry in patients with traumatic brain injury, publicado, em 14 de julho deste ano, na Surgical Neurology International. O estudo teve como objetivo "identificar em pacientes com traumatismo cranioencefálico (TCE) a relação entre o volume dos ventrículos laterais e os parâmetros da forma de onda de pressão intracraniana não invasiva (nICPW)”.
Os pesquisadores encontraram associação e, de acordo com a conclusão do estudo, “a monitorização à beira do leito de parâmetros intracranianos de forma não invasiva pode oferecer maior facilidade no processo de decisão terapêutica, principalmente em contextos em que a disponibilidade de tecnologias invasivas e caras é mais restrita. Sua caracterização quanto aos métodos não invasivos é relevante e já utilizada”. Além disso, os pesquisadores também destacaram que a monitorização não invasiva permite o acesso à informação em pacientes com lesões menos graves, que não seriam investigados pela ausência de indicação para uso de métodos invasivos.
Evento mensal da brain4care
O Painel Científico é um evento mensal oferecido pela brain4care, que reúne pesquisadores, médicos e outros profissionais e acadêmicos para falar sobre publicações relevantes e de alto impacto da área, unindo conhecimento científico a suas experiências profissionais. No total, serão dez paineis em 2023, um por mês, de fevereiro a dezembro.
Sobre a brain4care
A brain4care é uma healthtech brasileira de base científica que desenvolve e oferta tecnologia pioneira de monitorização não invasiva de variações de pressão e complacência intracraniana. Isso é feito por meio de um dispositivo wearable (um sensor posicionado na cabeça do paciente com uma banda de fixação), acessível e de baixo custo, conectado via internet a uma plataforma analítica, que fornece em poucos minutos informações adicionais que qualificam o diagnóstico, orientam a terapêutica e indicam a evolução de distúrbios neurológicos. Por sinal, distúrbios neurológicos são a segunda causa mundial de morte prematura e a primeira de incapacidades, de acordo com estudo publicado na The Lancet Neurology
A origem da healthtech está relacionada aos estudos do físico e químico Sérgio Mascarenhas (1928-2021), que após suspeita de doença de Parkinson, percorreu uma jornada diagnóstica que o levou à confirmação de um caso de hidrocefalia. Restabelecido e inconformado com as limitações e complexidades do método invasivo a que foi submetido, voltou à bancada de pesquisa e realizou estudos iniciais com apoio da Fapesp à procura de uma alternativa para monitorização da PIC de forma não invasiva. Anos mais tarde, em 2014, para transformar essa descoberta em uma oferta de saúde, Mascarenhas se uniu a ex-alunos e empresários para desenvolver a tecnologia e fundar a brain4care. Em 2017, a healthtech foi acelerada no Vale do Silício pela Singularity University. A liberação da tecnologia pela Anvisa, no Brasil, aconteceu em 2019, e pelo FDA, nos Estados Unidos, em 2021.
Atualmente, a tecnologia brain4care encontra-se em utilização comercial em mais de 60 hospitais e clínicas no Brasil, e conta com mais de 60 publicações científicas de estudos realizados em centros de referência, como USP, Unifesp, Universidade do Porto e Cleveland Clinic. Além disso, a brain4care prepara sua expansão para o mercado internacional e conta com escritórios no Brasil, em São Paulo e São Carlos, e nos Estados Unidos, em Atlanta. Mais informações: https://brain4.care/
SERVIÇO
Painel Científico:
27 de julho de 2023, das 12h às 12h30, no formato on-line ao vivo
- Avanços no entendimento da onda da PIC, complacência e pressão intracraniana na insuficiência renal crônica
- Avanços no entendimento da onda da PIC, complacência e pressão intracraniana em pacientes com traumatismo cranioencefálico
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