GH faz mal mesmo? Médico discute prós e contras do hormônio do crescimento

Naturalmente produzido pelo corpo, e tão importante na vida adulta quanto na infantil, popularmente conhecido como hormônio do crescimento, o GH (Growth Hormone) proporciona benefícios que vão além dos que o próprio nome já diz. É através dele que a queima de gordura é potencializada em nosso organismo. O GH é responsável, também, pela manutenção das massas muscular e óssea.

De acordo com o endocrinologista Rodrigo Greco, a falta do hormônio pode causar doenças como sarcopenia e osteoporose. Além disso, o aumento da gordura visceral abdominal, a longo prazo, traz consequências. É possível ocorrer o aparecimento de doenças como diabetes, alterações do colesterol e triglicérides - ocasionando o aumento do índice de doenças cardiovasculares graves: infarto e AVC.

“O GH atua no fortalecimento da pele e evita a queda de cabelos, mantendo o organismo mais jovem”, ressalta o médico.

Mas, é preciso ir em busca de um profissional especializado para que tudo não vire uma grande dor de cabeça.

Com o avanço da idade, acontece a deficiência na produção do hormônio de crescimento, somatopausa, e uma das alternativas poderia ser o tratamento com a reposição do GH. Assim como já é amplamente utilizado nos casos de menopausa e andropausa. Porém, o uso ainda não é permitido no Brasil.

Para Rodrigo Greco, é preciso haver mais estudos sobre os benefícios do GH. “Muitos medicamentos são usados para uma finalidade, mas, com o passar do tempo, se percebe benefícios em outra”. O médico lembra que em um remédio indicado para o tratamento da pressão arterial, foi possível descobrir eficácia em casos de perda de pelos, auxiliando esse tipo de tratamento.

“Será que ao liberar o uso do hormônio do crescimento não podemos melhorar a qualidade de vida das pessoas? Estudos precisam ser feitos para pesar os prós e contras.” indaga o especialista.

Como diagnosticar um crescimento infantil insatisfatório?

Em casos de baixa estatura é importante observar sinais como a velocidade de crescimento. Em média, o desenvolvimento da criança acompanha o dos pais, é uma questão genética. Mas, se o problema for hormonal, aumento de peso, desânimo, cansaço e sonolência podem ser indícios da falta da quantidade necessária de GH. Segundo o médico, após passar por um pediatra, esses fatores, além do atraso no crescimento, devem ser acompanhados pelo endocrinologista, o profissional indicado para tratar a disfunção.

Em média, a criança cresce 6 cm a cada ano. Porém, na puberdade, é observado que esse número pode dobrar (o famoso estirão). Procurar um especialista o quanto antes é fundamental para que o profissional tenha mais tempo para resolver o problema.

Segundo o médico, o corpo humano é uma máquina perfeita e uma coisa está diretamente ligada a outra. Portanto, acompanhar e identificar anomalias o quanto antes, certamente irá auxiliar e fazer diferença no tratamento.

Sobre o Dr. Rodrigo Greco

Especialista em endocrinologia e metabologia. Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais. Possui residência em Clínica Médica no Hospital Odilon Behrens Belo Horizonte e no Hospital de Base de São José do Rio Preto São Paulo. Também é professor e faixa preta de jiu-jítsu quinto grau, na academia Gracie Barra Belo Horizonte/Centro.