Isolamento imposto pela Covid-19 agrava saúde ocular da população
Pandemia trouxe mudanças significativas no comportamento das pessoas em relação ao tempo de exposição às luzes dos aparelhos eletrônicos
Com o trabalho remoto e os estudos online impostos pela pandemia de Covid-19, a exposição excessiva às luzes geradas pelos aparelhos eletrônicos contribui para o surgimento e aumento da fadiga ocular.
Segundo Dra. Renata Rabelo Ferretti, oftalmologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, a fadiga ocular pode ser notada pelo aumento das queixas de dores de cabeça, lacrimejamento excessivo, sensação de secura e visão embaçada, principalmente ao fim do dia.
Os sintomas podem estar relacionados à Síndrome do Olho Seco, doença que interfere no equilíbrio do filme lacrimal, provocando desconforto e distúrbios visuais, danificando a superfície ocular.
“Normalmente, a Síndrome do Olho Seco ocorre a partir dos 50 anos, em sua maioria na população feminina, mas, com a pandemia, tornou-se cada vez mais comum as pessoas desenvolverem os sintomas por conta do tempo excessivo que passam na frente dos aparelhos eletrônicos, sem piscar os olhos”, explica a especialista.
Anualmente, são diagnosticados mais de 2 milhões de casos da doença no Brasil, número que pode ter aumentado durante a pandemia. “A Covid-19 fez com que muitas pessoas não procurassem ou dessem continuidade no tratamento ocular, o que pode agravar ainda mais o quadro clínico”, reitera.
A doença não tem uma causa específica e pode ser gerada, além da fadiga ocular, por inúmeros fatores, como alergias, Síndrome de Sjögren, queimaduras oculares, deficiência de vitamina A, ar-condicionado e lentes de contato, que podem agravar os sintomas.
“Ficar muito tempo com as lentes podem causar desconfortos, ao ponto de os olhos ficarem irritados e vermelhos. É sempre importante que as pessoas as utilizem seguindo as orientações de horas de uso e descarte”, ressalta a Dra. Renata.
Prevenção
De acordo com a médica, para manter a saúde ocular e evitar o surgimento da doença, é importante seguir algumas recomendações:
Faça pausas a cada 2 horas para descansar a visão;
Trabalhe em locais iluminados;
Mantenha a distância de 50 a 70 cm da tela do computador, com o monitor na altura dos olhos e com a luz de acordo com sensibilidade ideal.
“São passos simples, mas que ajudam a evitar a fadiga ocular e, consequentemente, a síndrome”, complementa.
Tratamento
Não há cura definitiva para a Síndrome do Olho Seco, porém a doença pode ser controlada com a utilização de colírio, gel, pomada e medicamentos via oral.
“O colírio, gel e a pomada tem a função de lubrificar toda a superfície ocular mantendo o equilíbrio do filme lacrimal que está danificada por conta da doença. No entanto, em casos moderados ou graves, ele pode não ser suficiente, fazendo-se necessário utilizar-se de tratamento com lazer e plasma ou anti-inflamatórios e antibióticos por via oral para controlá-la”, explica a oftalmologista.
Para identificar o tratamento mais indicado, a médica recomenda procurar um especialista.
Sobre a Rede de Hospitais São Camilo
As Unidades da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo prestam atendimentos de emergência e eletivos em mais de 60 especialidades, cirurgias de alta complexidade e transplantes de medula óssea. O hospital da Pompeia é acreditado pela Joint Commission International (JCI). A unidade São Camilo Oncologia, por sua vez, é referência em Pesquisa Clínica no Brasil, sendo considerada Top Recruitment - o maior recrutador de pacientes com mais de 40 estudos patrocinados na área de Oncologia.
Os hospitais privados da Rede subsidiam as atividades de cerca de 40 unidades administradas pela Sociedade Beneficente São Camilo e que atendem pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) em 15 Estados brasileiros.
No Brasil desde 1922, a Sociedade Beneficente São Camilo, que pertence à Ordem dos Ministros dos Enfermos, foi fundada por Camilo de Lellis e conta, ainda, com 25 centros de educação, dois colégios e dois centros universitários.
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