Dasa anuncia a criação do maior banco genômico de SARS-CoV-2 do Brasil para combate à Covid-19
Projeto de vigilância genômica vai sequenciar 30 mil genomas completos do vírus no país, seis vezes mais do que foi feito desde o início da pandemia, e acompanhar sua evolução em tempo real
A Dasa, maior rede de saúde integrada do país, reforça seu compromisso com a pesquisa e ciência brasileira e lança hoje um projeto de vigilância genômica para acompanhar a evolução do SARS-CoV-2 em tempo real no país. Batizado Genov, o projeto científico de vigilância por sequenciamento amostral do SARS-CoV-2 no Brasil, vai sequenciar 30 mil genomas completos do coronavírus em até 12 meses (3 mil amostras/mês), e tem como objetivo acompanhar e conhecer a evolução genética do vírus, principalmente nesse momento de avanço da P.1 no país. O primeiro boletim com os resultados iniciais de vigilância genômica da Dasa será divulgado já no mês que vem (junho).
Serão investidos R$ 4,8 milhões no desenvolvimento do projeto, que é uma iniciativa independente e patrocinada pela Dasa e vai aumentar em seis vezes o número de sequenciamentos do SARS-CoV-2 no país, formando o maior banco de genoma de vírus brasileiro. A vigilância genômica, junto com o reforço das medidas não farmacológicas (distanciamento e isolamento social, uso de máscara e higienização das mãos) e da oferta de vacinas em larga escala, compõe o tripé da prevenção da Covid-19 e é mais uma contribuição da Dasa para a sociedade civil e científica.
“Estamos diante de uma poderosa ferramenta no combate à Covid-19, o que impacta diretamente no controle da crise sanitária que estamos vivendo mundialmente. O sequenciamento sistemático e de amostra representativa dos novos casos do coronavírus impulsiona de forma significativa a vigilância epidemiológica genômica do SARS-CoV-2 no país e contribui para o avanço do conhecimento sobre o vírus”, explica Gustavo Campana, diretor médico da Dasa.
Segundo o especialista, os dados sequenciados gerados pela Dasa dentro desse projeto poderão colaborar com a sociedade em diferentes frentes, como na geração de informações relevantes ao desenvolvimento de vacinas para melhorar a performance dos imunizantes no combate às novas variantes do coronavírus ou ainda com a promoção de políticas públicas.
“A atuação da Dasa no cenário da pandemia com iniciativas de impacto social não é de hoje. No final de 2020, por exemplo, fomos os primeiros a identificar a presença da variante inglesa (B.1.1.7) no Brasil. Assim que a detectamos, informamos a vigilância epidemiológica e, a partir desse monitoramento, as decisões puderam ser tomadas com base na ciência”, reforça Campana.
O sequenciamento sistemático e de amostra representativa dos novos casos do SARS-CoV-2 permite acompanhar com segurança e agilidade a evolução do vírus em tempo real e vai gerar informações de foco social sobre a prevalência de variantes, dados precoces sobre o aparecimento e impacto de novas variantes de interesse (VOIs) e de preocupação (VOCs) sobre a doença e seu impacto na gravidade do quadro clínico, além de colaborar com a antecipação de medidas efetivas de combate, como isolamento e planos de vacinação, por exemplo.
Os resultados serão divulgados mensalmente no GISAID, banco de dados científico global que fornece acesso aberto a dados genômicos de vírus influenza e coronavírus responsáveis pela pandemia da Covid-19.
“Todos os dados sequenciados gerados pela Dasa serão de domínio público imediatamente, sem privilégio de tempo. Essa agilidade e transparência na gestão, no processamento e na análise das amostras e geração de dados, contribuirão, sem dúvida, para um melhor acompanhamento da pandemia. Estamos colocando nossos recursos humanos, técnicos, operacionais e até nossa estrutura física de diagnóstico genômico em São Paulo para viabilizar o projeto e torná-lo um marco para a ciência brasileira e em prol da nossa sociedade”, prevê o virologista da Dasa, idealizador e pesquisador principal do projeto Genov, José Eduardo Levi. Ele reforça ainda que a iniciativa conta com o aval do Comitê de Ética, afiliado à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
Além da liderança do Levi, o projeto da Dasa conta com um comitê científico de peso formado por virologistas, imunologistas, infectologistas, patologistas clínicos, cientistas de dados e bioinformatas (profissionais que desenvolvem, gerenciam e analisam dados médicos e biológicos, em especial os genéticos). Os especialistas selecionarão as amostras que serão sequenciadas, com base em critérios clínicos, imunológicos e epidemiológicos, uma das premissas mais importante por considerar a incidência da doença no último mês, em cada região do país.
As amostras analisadas serão provenientes dos laboratórios de medicina diagnóstica da Dasa, espalhados em 900 pontos por todo o Brasil. Já o sequenciamento dessas amostras será realizado no Centro de Diagnóstico em Genômica da Dasa, maior parque tecnológico especializado em sequenciamento genético da América Latina, localizado em São Paulo, e os resultados serão depositados no GISAID, além de serem compartilhados em uma landing page (versão em português e em inglês), que ficará hospedada no site da Dasa, em reports mensais e em notificações oficiais necessárias.
“A maior circulação do vírus é uma oportunidade de vantagem evolutiva e geração de novas variantes que podem ter maior capacidade de infectar células humanas, levando a cargas virais maiores, como vimos na P.1. Isso leva ao aumento da transmissibilidade e, eventualmente, agravamento da doença. É urgente nos anteciparmos a esse cenário, enquanto a vacinação segue seu curso, para que saiamos da situação de crise em que estamos inseridos hoje”, destaca Campana.
Vigilância genômica é repertório para controle da pandemia
O sequenciamento de variantes é imperativo para acompanhar:
eventuais emergências de variantes que se tornem VOCs (variantes de preocupação)
casos de escape vacinal para informar ajustes a serem feitos nas vacinas
rastreio e bloqueio de contactantes de portadores de variantes de atenção
casos de apresentação clínica anômala (reinfecções, persistências, casos graves em pacientes fora de grupos de risco)
No mundo todo, poucos países fazem vigilância genômica para identificar, caracterizar e isolar as variantes quando elas aparecem na região. Esse processo antecipa o conhecimento e ajuda na tomada de decisões para evitar que a variante se torne dominante naquele território, processo que leva, em média, dois ou três meses. Com a caracterização do perfil de agressividade, é possível evitar aumento de casos graves, mortalidade e colapso do sistema de saúde pela doença.
“Não teria razão de a doença ter um curso diferente se a variante não fosse diferente. A P.1 tem uma mutação que é comum às três variantes de preocupação (VoC) e outras duas mutações que são comuns à sul africana: uma com perfil de escapar de anticorpos e outra que aumenta sua afinidade pelo receptor celular (que infecta mais e por isso se torna mais transmissível), além de outras mutações que ainda não conhecemos o significado biológico”, explica José Eduardo Levi.
Ainda não há dados na literatura que confirmem maior agressividade da P.1, mas a percepção clínica deve ser transformada em conhecimento científico em breve. Há estudos que mostram que a P.1 é de fato mais transmissível e capaz de evadir a resposta imune.
Correlação da variante P1 com desfecho clínico
Com uma visão integral da saúde, a Dasa complementará o projeto de vigilância genômica com informações de evolução e desfecho clínico, para avaliar a correlação da P.1 com dados clínicos dos pacientes tratados nos hospitais da rede. Para tanto, os pesquisadores da Dasa estão conduzindo um estudo retrospectivo de 90 dias (amostras de janeiro a março de 2021) e os primeiros resultados desse estudo devem ficar prontos em até 60 dias. O Reino Unido, por exemplo, mediu desfecho clínico com outras variáveis como idade, comorbidade, sexo e Índice de Massa Corpórea (IMC), e entendeu que a sua variante B.1.1.7 é mais mortal.
Sobre a Dasa
A Dasa é a maior rede de saúde integrada do país e, atualmente, cuida da jornada de mais de 20 milhões de pessoas por ano. Criada para ser a saúde que as pessoas desejam e que o mundo precisa, a Dasa está presente em todas as etapas de cuidado. Acredita na gestão da saúde – e não apenas da doença – e atua sob a ótica da navegação preventiva, preditiva e personalizada.
Firme na abordagem high tech + high touch, a Dasa acredita na jornada de saúde que integra medicina diagnóstica, hospitais de alta complexidade, genômica, oncologia, coordenação de cuidados, atenção primária e secundária, telemedicina e pronto atendimento. Além disso, propõe uma navegação sem atritos na jornada da saúde, tanto para pacientes quanto para médicos, incluindo também soluções integradas de saúde corporativa, por meio do Dasa Empresas, e o cuidado de seus mais de 40 mil colaboradores.
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