Embolia gasosa disseminada: tem relação com a Covid-19 ou não?
Entenda o que é, quais são suas causas e consequências, se pode ser reversível e se há relação direta com pacientes infectados com o coronavírus
Muitas dúvidas surgiram em relação a embolia gasosa disseminada, após a ocorrência ter sido relatada em um dos boletins médicos do autor Paulo Gustavo, que infelizmente faleceu por complicações da Covid-19, nesta terça-feira, dia 04.
A rara condição ocorre quando há entrada de ar livre, geralmente em grande quantidade dentro de um vaso sanguíneo. Essas bolhas vão circular nas veias e artérias do corpo até chegar em um órgão, obstruindo a passagem de sangue podendo causar um infarto.
No caso especifico do autor Paulo Gustavo, segundo as informações divulgadas, a embolia gasosa aconteceu em decorrência de uma fístula brônquio-venosa, ou seja, um brônquio, estrutura que leva o ar para os pulmões, fez uma ligação com uma veia (o que chamamos de fístula brônquio-venosa). Esse ar que entrou em uma veia circulou pelo corpo do ator causando danos em diversos órgãos, inclusive o cérebro.
"Apesar de não podermos comentar em detalhes o caso do Paulo Gustavo. É importante entender que fístulas bronquio-venosas são eventos muito raros e que realmente podem ser catastróficos como neste caso. Eventualmente é possível uma tentativa de correção cirúrgica, mas infelizmente nem sempre há tempo hábil para isso."– Felipe Magalhães
Ainda é importante ressaltar que a embolia gasosa não tem relação direta com a Covid-19, mas pode acontecer em decorrência dos tratamentos utilizados para a doença.
"A embolia ocorre quando um material que não consegue se misturar com o sangue cai na circulação. Esse material obstrui as pequenas artérias que irrigam os tecidos, o que prejudica a chegada de oxigênio e nutrientes para as células. Isto pode ser fatal, como infelizmente, foi o caso." – Nathalia Fortins
A diferença para a embolia por trombos é que a obstrução nas veias, artérias ou órgãos é causada por coágulos ao invés de ar.
Fontes:
Felipe Magalhães – clínico geral e diretor científico do Jaleko.
Nathalia Fortins – médica de CTI e professora do Jaleko.
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