‘Sem medidas de restrição, mutações da Covid-19 no Brasil afetam o mundo inteiro’, avalia especialista
O país enfrenta atualmente a pior fase da pandemia, com o aumento dos casos e recordes de óbitos diários. O colapso do sistema de saúde é exposto com as ocupações de leitos de UTI acima de 80% na grande maioria dos estados do país, segundo os últimos dados da Fiocruz.
O principal motivo para o aumento dos casos são as variantes do vírus. Em relação às variantes de Sars-CoV-2 circulantes pelo mundo, é comum a apresentação de altas taxas de mutação. Atualmente, existem três cepas de preocupação circulando pelo Brasil: P1 - identificada inicialmente no Amazonas; B.1.1.7 - no Reino Unido e B.1.351 - na África do Sul.
“Quanto mais um vírus se replica dentro de humanos, mais ele prolifera e vai sofrendo mutações naturais. Com as mutações, o vírus torna-se mais agressivo e até mais mortífero, além de uma maior transmissibilidade. Você deixa uma porta aberta para o azar, uma das preocupações de outros países é que no Brasil o vírus está se proliferando muito livremente e sem controle, com isso podem surgir outras mutações que vão afetar o mundo inteiro”, explica Euclides.
Para o especialista, apesar das medidas de restrição recentes de governos como o de São Paulo que iniciou a fase emergencial nesta semana, ainda falta uma capacidade de mobilização nacional mais rígida.
“É nítido que a gente, me refiro aos governos (municipal, estadual e federal), ainda tem uma falta de capacidade de mobilização muito grande, onde não se consegue tomar decisões que parecem ser óbvias em relação a restrição e controle da disseminação. Isso, sem dúvida, fez com que a doença aumentasse de maneira rápida. Exatamente hoje nós estamos vivendo o pior momento da pandemia no Brasil, amanhã vai ser pior do que hoje, semana que vem vai ser pior do que essa semana e isso é muito triste”, declarou.
Euclides ainda reforça sua preocupação em relação às pessoas que não desejam tomar vacina, uma pesquisa do DataSenado aponta que 84% da população brasileira deseja se vacinar. “A vacinação em massa vai diminuir muito a propagação do vírus e desafogar os sistemas de saúde, mas desejo que todos sejam vacinados. Quem não for, corre o risco de pegar a doença e de ter as sequelas, já que essas novas variantes são muito mais agressivas. Como cientista, estranho alguém não desejar tomar a vacina, porque é uma decisão infundada que pode afetar outras pessoas, a nossa única forma de se livrar do vírus é com a vacinação”, finaliza Euclides.
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