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Sociedade Brasileira de Urologia estimula adolescentes para a saúde e prevenção além da pandemia

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Adriana Veronez
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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Entidade inicia terceira Campanha #VemproUro que continua com o enfoque de levar o adolescente do sexo masculino ao médico, mas com abordagem mais ampla, orientando como lidar com questões de saúde durante a pandemia

Em meio à pandemia da Covid-19, a (SBU) chama a atenção para os cuidados com a saúde do adolescente masculino. É da terceira edição da Campanha #VemProUro, cujo principal objetivo é conscientizar sobre a importância de ir ao médico desde essa idade para a prevenção de doenças, promoção de saúde, orientação e esclarecimento de dúvidas sobre temas como desenvolvimento corporal, sexualidade e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

A adolescência, período compreendido entre 12 e 18 anos, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é uma fase de demandas físicas e psíquicas, sendo setembro, o mês dedicado à comemoração do “Dia do Adolescente”. Neste ano, o enfoque continua sendo levar o adolescente ao médico, mas com abordagem mais ampla, orientando como lidar com questões de saúde durante a pandemia.

Uma das preocupações é com os abusos digitais, como o sexting (envio de nudes) na quarentena, ato que pode expor os adolescentes a diversos perigos e abusos digitais. A ONG Safernet registrou, em abril deste ano, um aumento de 156% em relação ao que foi contabilizado no mesmo mês, no ano passado, de pedidos de ajuda relativos à exposição de nudes na internet.

A obesidade também é uma preocupação, uma vez que a restrição ou diminuição dos exercícios físicos, aumento de tempo em frente às telas, associados ao consumo de alimentos ultraprocessados pode trazer diversas questões de saúde, inclusive urológicas, como diminuição da fertilidade, disfunção erétil, e no futuro aumenta o risco para o câncer de próstata, entre outros problemas que podem ser potencializados na idade adulta.

Outra questão é relativa à saúde mental dos meninos, uma vez que pesquisas recentes identificaram aumento da ansiedade, agravamento da insônia, depressão e impulsos autodestrutivos. Para o coordenador da campanha e membro do Departamento de Andrologia da SBU, Dr. Daniel Suslik Zylbersztejn, a pandemia acende o alerta para o cuidado integral do adolescente masculino.

“O mundo está com uma realidade diferente, e precisamos olhar de forma ampla e profunda para como a saúde dos meninos está sendo afetada nessa pandemia. Pensando nisso, desenvolvemos uma campanha com o formato on-line, levando muita informação na linguagem e no ambiente onde os jovens estão”, destaca.

O Portal da Urologia e as redes sociais da SBU abordarão temas como as doenças urológicas mais frequentes na adolescência, saúde mental na pandemia, ISTs, medo de falhar na hora H, a importância de se procurar um especialista em saúde, além de palestras e lives que têm como objetivo dialogar e tirar dúvidas.

“Pensar na saúde do adolescente é priorizar a promoção de saúde e medicina preventiva. Não tratar de doenças como causas e consequências de um problema, mas pensar no indivíduo como um todo, e relacionar fatores da juventude com possíveis eventos da vida adulta e evitá-los. Essa é a missão que temos como médicos com a campanha”, diz o urologista Dr. Leonardo Seligra, Diretor de Comunicação da SBU-SP.

Meninas vão ao ginecologista, e os meninos?

De acordo com dados de uma pesquisa realizada em 2019 pelo psiquiatra Jairo Bouer, em parceria com a SBU, foi contatado que apenas 3,5% dos meninos de 13 a 17 anos vão ao urologista, médico responsável pela saúde masculina, enquanto 42% das meninas na mesma faixa etária já procuram o ginecologista. O dado é similar ao levantado pelo periódico americano National Ambulatory Medical Care Survey, em 2010, apontando que apenas 4% das visitas totais ao urologista americano são realizadas por homens abaixo de 25 anos.

Essa ausência prolongada de consultas com um especialista pode acarretar diversos problemas como:

ISTs – segundo dados de 2020 do Ministério da Saúde, o Brasil vive em estado de alerta para essas infecções. A sífilis é o caso mais gritante: foram 158 mil notificações da doença, seguido por HIV com 45 mil e as hepatites virais com 43 mil casos. O público jovem é o mais afetado por tais doenças, que poderiam ser evitadas com o uso adequado de preservativos, além de prevenir as gravidezes indesejadas.

Varicocele – é a dilatação das veias nos testículos. É a causa mais comum, conhecida e tratável de infertilidade masculina: acomete em torno de 35% dos homens com infertilidade primária e 80% com infertilidade secundária, embora esteja presente em aproximadamente 20-25% da população masculina em geral. Assintomática, a doença é geralmente detectada em consulta de rotina pelo exame físico dos genitais e, quando necessário, corrigida por microcirurgia.

Balanopostite – é o processo inflamatório mais frequente que ocorre no pênis. É uma inflamação conjunta da glande e prepúcio (balanite é inflamação da glande; postite é inflamação do prepúcio). A causa mais comum é uma infecção fúngica aguda causada pela candida albicans. Não é considerada uma infecção sexualmente transmissível, pois pode-se desenvolver sem a realização de penetração, embora o casal possa compartilhar a cândida durante o ato sexual. O tratamento é feito com cremes tópicos associados à medicação via oral.

Fimose – é a incapacidade – ou apenas uma dificuldade, em diversos graus – para retrair o prepúcio, que é a pele que recobre a glande ou a “cabeça” do pênis. Pais e pacientes podem confundir fimose com o excesso de prepúcio, que não sugere nenhum problema, se não há dificuldade de retração prepucial.

Tumor no testículo – é o câncer mais comum em homens entre os 20 e 40 anos. O principal sintoma do câncer testicular é o aumento do volume da bolsa escrotal ou a palpação de um “caroço” no testículo. Os fatores de risco são história prévia de criptorquia (crianças que nascem sem que o testículo tenha “descido” para dentro da bolsa escrotal), principalmente quando o problema não foi corrigido ou foi corrigido tardiamente (após os 2 anos). Outros fatores de risco incluem a história familiar de tumores no testículo e a exposição a alguns tipos de substâncias químicas. Hoje em dia mais de 95% dos tumores testiculares são curáveis. Mas é importante todos os homens e pais e mães de crianças do sexo masculino prestarem atenção a um eventual aumento do volume da bolsa escrotal. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior a probabilidade de cura com tratamentos mais simples.


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