Campinas volta a apresentar taxas crescentes de casos e mortes por coronavírus
Num período de 7 dias, foram 2,9 mil novos casos e 77 novos óbitos; cidade está na fase amarela do Plano São Paulo e permitiu reabertura de serviços
O município de Campinas, que há dez dias avançou à fase amarela do Plano São Paulo e permitiu a reabertura com restrições de determinados estabelecimentos comerciais, como restaurantes e academias, voltou a apresentar taxas crescentes de casos e óbitos por covid-19 na 33ª Semana Epidemiológica, cujos registros levam em conta o período de 9 a 15 de agosto. De acordo com a nota técnica do Observatório PUC-Campinas, o número de infectados cresceu 14,2% em relação à semana anterior. As mortes, que vinham em queda por duas semanas consecutivas, tiveram pequena alta de 2,6%. (VEJA NOTA COMPLETA)
O comportamento de alta, com exceção dos dados relativos à mortalidade, foi visto também na Região Metropolitana de Campinas (RMC), que exibiu aumento de 5% em novos casos, e no DRS-Campinas, onde o crescimento de novas infecções superou os 9%. Na segunda posição no Estado em números absolutos de casos e mortes por coronavírus, atrás apenas da Grande São Paulo, o Departamento Regional de Saúde de Campinas, composto por 42 cidades, recebeu autorização do governo estadual para reabrir gradativamente o comércio e outras atividades previstas.
Infectologista do Hospital PUC-Campinas, o Dr. André Giglio Bueno avalia que as taxas mais altas observadas na análise são multifatoriais. “A testagem universal das síndromes gripais e algumas mudanças nos critérios para a confirmação de casos podem justificar esses aumentos. Contudo, é possível também que a maior circulação de pessoas em resposta à progressão da flexibilização já tenha algum papel”, explica. Apesar disso, a taxa de ocupação de leitos intensivos se manteve abaixo dos 80%.
“Em todo caso, é essencial que as medidas para evitar o contágio sejam cada vez mais reforçadas e praticadas. Quanto maior for a flexibilização, mais precisaremos do engajamento da população para evitar um aumento expressivo dos casos, o que nos levaria de volta à situação caótica que vivemos no fim de junho, com crescimento de internações e mortes, além da pressão ao sistema de saúde”, acrescenta o professor de Medicina da PUC-Campinas.
Atento à economia, sobretudo após a retomada de certas atividades na fase amarela, o docente extensionista Paulo Oliveira entende que, mesmo após a liberação de certas atividades, o trajeto para a recuperação ainda é longo. “A taxa de desocupação chegou a 13,7% na última semana de julho no Brasil. Essa realidade, somada às reduções de carga e salários que limitam a capacidade de consumo das famílias e resultam no empobrecimento da população, deverá atrapalhar uma recuperação da economia nos próximos meses”, pontua o economista, que coordena as notas técnicas sobre a covid-19 pelo Observatório PUC-Campinas.
Ao término da 33ª Semana Epidemiológica (15/08), haviam sido notificados 73,1 mil casos e 2,3 mil óbitos no DRS-Campinas. Na RMC, 54,8 mil infectados e 1,6 mil mortos. Campinas, epicentro da pandemia na região, contabilizava 23,5 mil casos e 874 mortes. Os números atualizados estão disponíveis no site do Observatório: https://observatorio.puc-campinas.edu.br/covid-19
Observatório PUC-Campinas
O Observatório PUC-Campinas, lançado no dia 12 de junho de 2018, nasceu com o propósito de atender às três atividades-fim da Universidade: a pesquisa, por meio da coleta e sistematização de dados socioeconômicos da Região Metropolitana de Campinas; o ensino, impactado pelos resultados obtidos, que são transformados em conteúdo disciplinar; e a extensão, que divide o conhecimento com a comunidade.
A plataforma, de modo simplificado, se destina à divulgação de estudos temáticos regionais e promove a discussão sobre o desenvolvimento econômico e social da RMC. As informações, que englobam indicadores sobre renda, trabalho, emprego, setores econômicos, educação, sustentabilidade e saúde, são de interesse da comunidade acadêmica, de gestores públicos e de todos os cidadãos.
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