Brasil lidera o ranking de grávidas mortas por covid-19
Segundo estudo publicado no periódico médico International Journal of Gynecology and Obstetrics, 77% das mortes registradas no mundo de gestantes, ou mulheres que estavam no período do puerpério por Covid-19 aconteceram no Brasil. Em números, isso representa 124 mulheres. Morreram mais mulheres grávidas ou no pós-parto no Brasil do que em todos os outros países somados.
Segundo o Diretor-médico do Vida- Centro de Fertilidade, Dr Paulo Gallo, é preciso avaliar muitos fatores que podem contribuir para essa mortalidade, como o grau de desnutrição dessas grávidas e puérperas. “Na época da Zica por exemplo, somente no Brasil apareceu a relação do vírus com a microcefalia e, depois de alguns estudos, foi comprovado que essa microcefalia também tinha relação com desnutrição. A maior incidência de microcefalia aconteceu nas populações carentes, sem recursos, sem a alimentação adequada, por isso, não sabemos se existe algum fator por trás desse numero de mortes além do covid-19.”
Para o especialista, é precoce afirmar que alto número de mortalidade no Brasil, entre as gestantes, está somente relacionado ao coronavírus. O médico explica que a maioria dos vírus respiratórios mostrava uma mortalidade muito grande nas gestantes, algum deles inclusive, causando má formação do feto, por isso, este grupo foi considerado de risco desde o início do surto. Mas, ao longo dos meses, não foi observado um impacto tão grande na gestação. Nos EUA e nem na Europa não se verificou maior gravidade do covid-19 nas grávidas e não houve casos de bebês nascidos com sequelas devido ao coronavírus.
“No Brasil se morre 10x mais de pré-eclâmpsia ( complicação de pressão alta na gestação) do que na Europa. Tudo isso depende da qualidade no pré-natal que, infelizmente no nosso país, muitas das vezes, não é levado a sério”, afirma o especialista.
Sobre o tratamento em gestantes que estão infectadas, vai depender dos sintomas apresentados. Qualquer medicamento sem eficácia comprovada e que tenha risco comprovado na gravidez precisa ser evitado. A avaliação deve ser individual e personalizada para cada perfil de gestante.
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