Apesar da flexibilização da quarentena, não devemos esquecer dos cuidados contra o Coronavírus
3 meses após o início da quarentena, o Coronavírus continua a ser transmitido em alta velocidade. Por isso, mesmo com a reabertura gradual do comércio, devemos nos ater às recomendações dos órgãos da saúde sobre como prevenir a proliferação do vírus causador da COVID-19.
Passamos por um momento delicado da pandemia do novo Coronavírus. Apesar da recente flexibilização da quarentena e reabertura gradual do comércio, os números de casos e mortes devido ao COVID-19 continuam altos e sem previsão de diminuírem. Por isso, devemos ter em mente que o fim do isolamento social total não quer dizer que devemos descuidar das medidas para impedir a proliferação e transmissão do Coronavírus. “Por exemplo, é fundamental não sair de casa sem necessidade, não compartilhar utensílios pessoais, manter uma distância mínima de um metro entre você e outras pessoas e sempre cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir”, explica o Dr. Paolo Rubez, cirurgião plástico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Outro cuidado fundamental que não devemos esquecer com a flexibilização da quarentena é a higiene frequente das mãos com água e sabão, pois é o principal método de prevenção contra o Coronavírus. Na verdade, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, 25% das infecções respiratórias podem ser evitadas simplesmente com a higiene eficiente das mãos. “Quando realizada corretamente, a higiene das mãos com água e sabão elimina de forma eficaz todos os tipos de microrganismos e produtos químicos, evitando que você fique doente e espalhe germes para os outros. Mas, para garantir que suas mãos estejam realmente limpas, lembre-se de realizar o processo por, no mínimo, 20 segundos”, afirma a dermatologista e tricologista Dra. Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Porém, é importante ficar de olho na validade do sabonete para garantir sua eficácia na eliminação de microrganismos. “Além de deixar de fazer o efeito desejado, após o fim da data de validade, as substâncias presentes no produto que evitam a proliferação de bactérias e fungos perdem a ação. Logo, o uso do sabonete vencido também pode causar complicações como alergias, manchas, irritações e sensibilização na pele, além de infecções mais sérias”, alerta a especialista em Estética e Cosmetologia Isabel Piatti, embaixadora do Centro e Instituto Internacional de Aprimoramento e Pesquisas Científicas (CIA) e Membro do Conselho Científico da Academia Brasileira de Estética Científica (ABEC).
Caso você esteja na rua e não tenha acesso à água e sabão, você pode optar pelo uso do álcool em gel, que, quando na concentração correta, também é capaz de reduzir a quantidade de microrganismos infecciosos presentes nas mãos. “Os únicos produtos que são capazes de eliminar os germes são aqueles que contêm, no mínimo, 70% de álcool em sua composição. Produtos que possuem uma concentração menor de álcool não são realmente eficazes na eliminação dos microrganismos, pois não conseguem desestruturar as proteínas que revestem a parede celular do agente infeccioso”, alerta a Dra. Kédima Nassif. Porém, é preciso tomar alguns cuidados na hora de usar o produto, já que o álcool em gel pode favorecer o ressecamento das mãos. “A pele das mãos é naturalmente mais fina e possui menos glândulas sebáceas. Sendo assim, a alta concentração de álcool na fórmula desse produto pode facilmente desidratar o tecido cutâneo da região”, afirma a dermatologista. Por isso, a médica recomenda que, após o uso do álcool em gel, você aplique um cosmético específico para as mãos, que deve ser formulado com ativos de alta propriedade hidratante, como ureia e ácido hialurônico. “O mesmo vale para a higienização das mãos com água e sabão, já que quando realizada com frequência, o que é necessário nesse momento, também pode favorecer o ressecamento da região”, alerta.
O uso de máscaras também é indispensável para prevenir a proliferação do Coronavírus, principalmente nesse momento de reabertura gradual do comércio. “Muitas pessoas são assintomáticas ao Coronavírus, ou seja, podem ter e transmitir o vírus mesmo sem apresentarem nenhum sintoma. Além disso, as micropartículas do Coronavírus podem permanecer no ar por muito tempo. Logo, devemos usar máscara sempre que houver a necessidade de sair de casa”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Com relação ao tipo de máscara que devemos utilizar, o ideal é que a população dê preferência ao uso das máscaras de pano no lugar das máscaras profissionais. “As máscaras cirúrgicas descartáveis e as máscaras N95 estão em falta e com preços altos, então devemos deixá-las disponíveis para os profissionais de saúde, que estão mais expostos ao vírus, e optar por fazer máscaras caseiras com tecidos de trama fechada. Existem muitos tutoriais na internet sobre como fabricá-las”, aconselha a Dra. Paola. As máscaras de pano podem, inclusive, ser reutilizadas após lavadas com água quente e sabão, enquanto as máscaras cirúrgicas descartáveis e as máscaras N95 devem ser jogadas fora quando ficarem úmidas ou após 4 e 12 horas de uso, respectivamente.
Porém, não adianta apenas utilizar as máscaras, é preciso saber como manuseá-las. “Para impedir a contaminação e garantir a eficácia do equipamento é fundamental que você se certifique que ele esteja cobrindo corretamente a boca e o nariz. Além disso, na hora de colocar e retirar a máscara, segure-a apenas pelas alças. Lembre-se também de lavar bem as mãos com água e sabão antes e depois de cada uso”, recomenda a Dra. Kédima Nassif. É importante também não usar maquiagem sob a máscara, pois, segundo a médica, as sujidades da maquiagem que ficam acumuladas nas máscaras podem levar a diminuição da filtragem do ar, reduzindo sua eficácia na hora de impedir a passagem de agentes patógenos como o novo Coronavírus. “Por isso, o recomendado é que antes de usar a máscara, independentemente do tipo, você evite aplicar qualquer tipo de maquiagem na pele, seja pó, base, batom ou blush”, completa.
Vale ainda um alerta para os barbudos, já que certos estilos de pelos faciais podem impedir a vedação adequada da máscara. “Nesse momento, o ideal é que, se possível, você remova a barba por completo. É uma preocupação a menos. Mas, caso você queira continuar com a barba, é fundamental tomar alguns cuidados, como aparar os pelos com frequência, mantê-los curtos e higienizar muito bem a região todos os dias”, afirma a Dra. Paola Pomerantzeff. A higienização da barba, assim como dos cabelos, é importante também para eliminar o vírus que pode permanecer nessas áreas. “O vírus pode ficar nos cabelos, na barba, nas roupas ou objetos. Então, caso seu cabelo ou sua barba sejam contaminados por gotículas respiratórias e você os toque e, em seguida, leve a mão ao rosto, existe a possibilidade de contaminação. Por isso é fundamental também higienizar as mãos frequentemente e evitar tocar a face”, diz a médica.
É importante tomarmos ainda alguns cuidados específicos para esse momento de reabertura gradual, como ainda manter distância de outras pessoas e evitar aglomerações apesar da flexibilização do isolamento social. “Ainda não é o momento, por exemplo, de buscar novos parceiros sexuais, pois o beijo pode transmitir o vírus e não temos como saber quem já está infectado, visto que alguns casos são assintomáticos”, afirma a Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira, ginecologista membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Outra ressalva é com relação aos lugares públicos que vamos voltar a frequentar, principalmente banheiros, já que o Coronavírus também pode ser eliminado pelas fezes e urina, contaminando banheiros de uso comunitário. “Se possível não use banheiros públicos, principalmente no caso de mulheres. Mas se não houver outra opção, redobre os cuidados com a higiene e evite tocar as superfícies. O ideal é agachar as coxas sem encostar no vaso”, recomenda a especialista. Como a descarga espalha gotículas de água para fora do vaso sanitário, até mesmo o papel higiênico do banheiro público pode ter resquícios de água contaminada, então, segundo a médica o melhor é usar o próprio lencinho umedecido. “Tenha já na bolsa, além do seu álcool em gel, um lenço para higiene íntima”, sugere.
Por fim, atente-se apenas às medidas de prevenção e recomendações de segurança fornecidas por órgãos da saúde e profissionais certificados. Nesse momento de flexibilização, tome muito cuidado com remédios e receitas caseiras que prometem prevenir ou curar o Coronavírus. “Não há evidências de que comer alho ou gengibre, beber água a cada 15 minutos ou tomar vitamina C proteja as pessoas do Novo Coronavírus, nem que isso cure a doença. O mesmo vale para o uso de óleos essenciais, prata coloidal e florais. Algumas postagens sugeriram que colocar óleo de gergelim em seu corpo ou pulverizar-se com álcool ou cloro matará o vírus. Isso também é falso”, alerta a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia. Se você quer potencializar suas defesas naturais, o ideal é investir em uma alimentação balanceada capaz de fornecer os nutrientes essenciais para as funções orgânicas, inclusive as imunológicas “Uma alimentação equilibrada, variada, colorida, com alimentos os mais naturais e funcionais possíveis, associada a uma hidratação adequada, certamente vai ajudar o organismo a ter respostas mais favoráveis do sistema imune”, finaliza a médica.
PAOLO RUBEZ: Cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), Dr. Paolo Rubez é Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O médico é especialista em Cirurgia de Enxaqueca pela Case Western University, com o Dr Bahman Guyuron (em Cleveland – EUA) e em Rinoplastia Estética e Reparadora, pela mesma Universidade, e pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. http://drpaolorubez.com.br/
DRA. KÉDIMA NASSIF: Dermatologista e Tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG; realizou complementação em Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal, transplante capilar pela FMABC e em Cosmiatria e Laser pela FMABC. Além disso, atuou como voluntária no ensino de Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo. www.kedimanassif.com.br
ISABEL LUIZA PIATTI: Especialista em Estética e Cosmetologia, embaixadora do CIA - Centro e Instituto Internacional de Aprimoramento e Pesquisas Científicas, Membro do Conselho Científico da Academia Brasileira de Estética Científica – ABEC. Profissional Aisthesis. Tecnóloga em Estética e Imagem Pessoal. Técnica em Estética. Pós-Graduanda em Estética e Exercício Físico na Saúde da Mulher. Especialista em Cosmetologia. Especialização em Escolas de Estética e Terapias Alternativas na Europa, na área Facial, Corporal e Bem-Estar. Palestrante no VI Congresso Mundial de Medicina Estética da IAAM/ASIME. Palestrante em Congressos da área da Saúde Estética Nacionais e Mundiais. Consultora técnica de revistas e sites da área de Beleza e Estética. Autora dos Livros “Biossegurança Estética & Imagem Pessoal – Formalização do Estabelecimento, Exigências da Vigilância Sanitária em Biossegurança” e “Gestantes: Cuidados Estéticos Durante a Gravidez”.
DRA. PAOLA POMERANTZEFF: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em Dermatologia Clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, e participa periodicamente de Congressos, Jornadas e Simpósios nacionais e internacionais. http://www.drapaola.me/
DRA. ANA CAROLINA LÚCIO PEREIRA: Ginecologista, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), especialista em Ginecologia Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira e graduada em Medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro em 2005. Especialista em Medicina do Tráfego pela Abramet, a médica realiza consultas ginecológicas, obstétricas e cirurgias, atuando na prevenção e tratamento de doenças gineco-obstétricas com foco em gestação de alto risco.
DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.
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