Coronavírus: estudo mostra eficácia de exames de imagem no diagnóstico da infecção
O diagnóstico da COVID -19, doença causada pelo novo coronavírus, tem sido ponto de grande preocupação das autoridades brasileiras. O exame de análises clínicas RT-PCR – padrão para o diagnóstico da doença – é um recurso escasso e a recomendação é que não seja feito em todos os casos suspeitos, apenas naqueles que atendem aos critérios estipulados pelo Ministério da Saúde, diferentemente da conduta adotada pela Coreia do Sul no enfrentamento da pandemia. Mas, além da limitação em relação ao teste, o tempo para o resultado também é uma barreira, pois a confirmação da contaminação pode demorar. No entanto, estudos têm mostrado a eficácia de exames de imagem como método complementar de diagnóstico da COVID-19.
O estudo – publicado na revista Radiology, assinado por pesquisadores holandeses e chineses – tomou como base mais de mil pacientes e atestou que a tomografia computadorizada é superior aos testes laboratoriais no diagnóstico da infecção em razão da precisão e do menor tempo de resultado. Com disponibilidade limitada de kits de testes virais e pelo temor por sua pouca especificidade, alguns hospitais passaram a usar radiografia de tórax ou tomografia computadorizada para avaliar os pacientes com o vírus.
O dr. Dante Luiz Escuissato, vice-presidente Sul do Colégio Brasileiro de Radiologia, comenta o estudo e explica que os exames de imagem são aliados no controle da pandemia. “O estudo mostra que há alta especificidade e moderada sensibilidade da tomografia computadorizada do tórax na diferenciação entre os casos de COVID-19 e outras pneumonias virais. Apesar da alta precisão do teste padrão do tipo PCR, o resultado pode demorar até sete dias. O diagnóstico precoce da COVID-19 é crítico para a prevenção e o controle da pandemia”, explica.
“Os métodos de imagem – mais especificamente a tomografia computadorizada – em pacientes com COVID-19 têm seu uso recomendado para aqueles hospitalizados com indicação clínica específica, quando são sintomáticos. A tomografia computadorizada não deve ser utilizada no rastreamento ou para o diagnóstico inicial de pacientes com suspeita dessa doença, no entanto. Os pacientes portadores do coronavírus podem apresentar nenhum ou poucos sintomas e podem exibir resultados negativos na fase inicial.”
As restrições ao uso de exames que utilizam radiação ionizante ou sua recomendação devem estar condicionadas à necessidade clínica e devem ser adequadas à faixa etária do paciente. O risco para pacientes com COVID-19 é o mesmo em relação aos demais indivíduos.
Nos últimos dias, o Colégio Brasileiro de Radiologia também publicou uma cartilha com diretrizes gerais para a prevenção da infecção por coronavírus destinada a hospitais e clínicas de diagnóstico por imagem. Além das medidas de higiene, que devem ser adotadas por toda a população, há especificidades relacionadas com o manuseio de pacientes e instrumentos médicos.
“O isolamento dos portadores do coronavírus está relacionado à contenção da propagação do vírus. Dessa forma, o trânsito desses pacientes, inclusive nos hospitais, deve seguir normas de quarentena. Exames radiográficos obtidos em ambulatórios e em enfermarias devem ser feitos preferencialmente com aparelhos transportáveis, que deverão ser adequadamente limpos após seu uso. Da mesma forma, as salas de tomografia computadorizada, após exames de pacientes com a COVID-19, devem ser higienizadas para receber outros pacientes”, comenta o dr. Dante.
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