Cientistas indicam que a vitamina D pode reduzir os fatores de risco do coronavírus
Estudo feito pelo Kurotel em 2012 mostrou que quase dois terços dos clientes têm vitamina D abaixo do ideal e não sabem
Ela é essencial para a saúde dos dentes e dos ossos. É fundamental no combate à obesidade, à diabetes, à depressão, ao câncer e às doenças cardiovasculares e das articulações. Há muito tempo a medicina já reconhece o papel fundamental da vitamina D (ou calciferol, ou 25-OHD) para a saúde. Agora, a vitamina D acaba de ser apontada como uma grande aliada na prevenção do coronavírus. Cientistas da Universidade de Turim, na Itália, revelaram um estudo feito com dados de pacientes hospitalizados naquele país, nos quais foi constatada a prevalência muito alta da falta de vitamina D em seus organismos, a chamada hipovitaminose D.
A pesquisa dos professores de Geriatria, Giancarlo Isaia, e Histologia, Enzo Medico, revelada pelo jornal La Republica, foi submetida aos membros da Academia de Medicina de Turim, que julgou os resultados iniciais como "muito interessantes". O documento analisa as possíveis causas do contágio do Covid-19 e propõe a vitamina D não como uma cura, mas como uma ferramenta para reduzir os fatores de risco de infecção.
A análise científica, que também seguiu as recomendações recentes da Associação Dietética Britânica, investigou o papel que a falta de vitamina D poderia desempenhar especialmente nos idosos, o maior público de risco nessa pandemia. No estudo, os autores sugerem aos médicos, em associação com as conhecidas medidas gerais de prevenção, garantir níveis adequados de vitamina D na população.
A fixação da vitamina D no organismo ocorre principalmente pela exposição aos raios solares e também pela alimentação. Um levantamento conduzido pela equipe transdisciplinar do Kurotel - Centro Contemporâneo de Saúde e Bem-Estar, localizado em Gramado (RS), há alguns anos enfatizou a importância deste nutriente para a saúde. O estudo não só detectou que uma parcela significativa da população adulta tem deficiência de vitamina D, como também relacionou o fenômeno a uma série de doenças que podem ser evitadas.
“Níveis adequados de vitamina D devem ser alcançados por aqueles que querem manter uma boa saúde e buscam a prevenção de doenças”, explica a médica nutróloga Mariela Silveira, diretora clínica do Kurotel.
O estudo da equipe do Kur associou a ocorrência de males como obesidade e depressão a níveis insuficientes de vitamina D no organismo, investigando os níveis de vitamina D nos clientes e estabelecendo relações com as doenças diagnosticadas. “Nosso estudo mostrou que quase dois terços dos clientes que nos procuram têm vitamina D abaixo do ideal e não sabem”, indica Mariela.
Por esse motivo, o Kurotel incluiu esse marcador em seus exames obrigatórios de rotina, pois compreende sua vasta importância como forma de prevenir e evitar doenças. A partir da medição dos índices de vitamina D no sangue, o médico pode determinar a dosagem adequada para uso de um suplemento.
Conforme a médica, é importante buscar a adequação dos níveis de vitamina D, por meio de orientação dietética, mudança dos hábitos de vida e suplementação, caso necessário. Mas ela ressalta: as duas principais fontes de vitamina D são a síntese pela pele, em resposta à exposição aos raios ultravioleta B, e as fontes dietéticas, que incluem peixes gordurosos, gema de ovo, óleo de fígado de bacalhau e alimentos fortificados.
“Entretanto, já é bem conhecido que qualquer ingestão diária de vitamina D será insuficiente em caso de exposição limitada à luz solar. A contribuição de vitamina D por fontes dietéticas, se comparada com a produção ativada pela radiação solar, é de 10 contra 90. Ao mesmo tempo, se faz necessário o cuidado com a exposição solar”, alerta a diretora clínica do Kurotel.
Vitamina D na terceira idade
A população geriátrica, a mais suscetível ao contágio do coronavírus, é mais sensível à hipovitaminose D, por vários motivos. Entre eles por se expor menos ao sol, ter sua capacidade de produção cutânea de vitamina D reduzida, alimentar-se de forma inadequada, absorver menos vitamina D pelo trato gastrintestinal, usar múltiplas drogas que interferem na absorção/metabolização da vitamina D e apresentar comprometimento renal.
“As mulheres são mais afetadas que os homens. Elas alcançam 77,6% dos casos de hipovitaminose D, e eles, 45,9%”, aponta a médica geriatra Evelise Silveira.
Por isso, é sugerido a suplementação ao idoso, antes que ele fique com saúde debilitada, já que esta vitamina pode ter impacto na expectativa de vida e na independência para a realização das tarefas desta parcela da população.
Entretanto, é fundamental consultar um médico ou nutricionista para que o profissional possa avaliar se os níveis de vitamina D estão adequados.
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