Ministério do Turismo Apresenta e o Banco do Brasil Apresenta e Patrocina a Mostra “Ivan Serpa - A Expressão do Concreto”
Ivan Serpa, um dos ícones da arte moderna e contemporânea brasileira, terá sua obra revisitada na primeira exposição que reabre as portas do CCBB BH
Visitação seguirá protocolos de segurança, com limite de acessos e de quantidade de pessoas nos espaços do prédio; retirada de ingressos será via site/app da Eventim
A partir do dia 11 de novembro, quarta-feira, o Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte recebe a exposição Ivan Serpa: a expressão do concreto, uma retrospectiva completa sobre a vida e o legado de um dos artistas mais importantes da arte moderna e contemporânea brasileira. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa e Hélio Márcio Dias Ferreira, a mostra, que já passou pelo Rio de Janeiro, exibe obras oriundas de diversas coleções das várias fases do pintor carioca, abrangendo toda sua multiplicidade estética e técnica.
A exposição marca a reabertura do CCBB BH ao público, após sete meses fechado em virtude da pandemia de Covid-19. O espaço retoma suas atividades a partir de hoje (4/11), com visitas patrimoniais guiadas e protocolos de segurança.
Ivan Serpa: a expressão do concreto apresenta mais de 200 trabalhos que percorrem o rico legado do artista, passando por suas pinturas do período concretista, peças de caráter expressionista, da fase Negra (mas que o artista preferia denominar poeticamente de Crepuscular), além de obras das fases Op-erótica, Amazônica, Mangueira e Geomântica, que revelam o aspecto místico do pintor. A trajetória de Serpa (Rio de Janeiro, 1923/1973), ainda que breve, deixou uma marca significativa na história da arte nacional, graças à sua sensibilidade, liberdade e ousadia.
A pluralidade criativa e suas expressões ratificam o importante papel de Ivan Serpa na arte moderna brasileira, seja na criação e liderança do Grupo Frente (do qual fizeram parte nomes como Lygia Clark, Lygia Pape, Franz Weissmann, Abrahan Palatinik, Hélio Oiticica e Aluísio Carvão), seja através de seu projeto de difundir e motivar as novas gerações para a arte, com suas aulas para crianças e adultos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Depoimentos sobre a obra de Ivan Serpa
“A multiplicidade que caracterizou seu trabalho era motivo para que críticos de arte dissessem que ele não tinha estilo. Essa exposição vem para mostrar que Serpa era dotado de uma capacidade absolutamente extraordinária, com pinturas, desenhos e gravuras de uma pluralidade gigantesca. Enquanto alguns cobravam dele coerência com estilos e vertentes estéticas, ele respondia com ousadia e liberdade”. (Hélio Márcio Dias Ferreira, curador da exposição)
“A mostra cobre toda a trajetória profissional de Ivan Serpa, que é, sem dúvida, um dos artistas mais instigantes da arte moderna brasileira. Sua produção se desenvolve nos anos 1950, através de uma profunda e sensível compreensão dos movimentos construtivos, tornando-se uma referência na geometria que surge no pós-guerra, lírica, provocativa, sem os rigores do modernismo anterior, mas com uma visão concretista ortodoxa. Ivan trabalha com obras de caráter mais melódico, rítmico e esse desenvolvimento de seu trabalho já caminha nos anos 1960 identificando as expectativas de uma década libertária, que envolve diversas culturas. É essa passagem entre o moderno e o contemporâneo que marcam os anos 1960 e Ivan é sensível a isso, desenvolvendo trabalhos de origem tachista que ele se referencia por sua própria experiência pessoal de restaurador, seguindo por trabalhos de origem figurativa, penetrando pelas questões da art-pop, sempre de uma maneira muito curiosa e particular e culminando com uma série espetacular de pinturas expressionistas da fase Negra ou Crepuscular, que é de um impacto e de uma potência poucas vezes vista na arte brasileira. Depois, ao final de sua curta vida – faleceu com 50 anos, Ivan retorna à geometria, dessa vez lírica, poética, comprometida com as questões populares. Ivan foi, sem dúvida, o Picasso brasileiro, mas foi também o Fernando Pessoa com seus heterônimos e com suas riquezas poéticas. É fundamental para todos que se interessam pela arte, pela cultura e pela vida brasileira um contato mais próximo e afetivo com a obra de Ivan Serpa”. (Marcus de Lontra Costa, curador da exposição)
"Ivan Serpa é um enamorado da simetria, como tantos artistas modernos de nosso país e de outros meios culturais jovens, como o nosso. Mas, ao mesmo tempo, é fascinado, como a sensibilidade moderna, pelo movimento. Outrora, ele procurava equilibrar esses dois conceitos ou fascínios opostos pelo capricho, pelo acaso, e sobretudo pelo gosto que nele é quase infalível. O concretismo, essa rigorosa gramática que é para o artista extraordinário instrumento de trabalho e uma disciplina fecunda, lhe deu meios arbitrários, menos ocasionais para vencer aquela antinomia. Através dos vários processos de repetição, de progressão e reversão, o pintor consegue alcançar um equilíbrio dinâmico cada vez mais sutil e precioso. Suas últimas telas, que se baseiam como numa decalagem de planos interiores, dentro de vasto esquema simétrico, respiram felizes e sóbrias, sem cair no vazio ou no insignificante em que, por vezes, cai o pintor". (Mario Pedrosa, jornalista e crítico de arte – texto publicado originalmente no Jornal do Brasil, em 08/04/1958)
"Certos artistas exigem o conhecimento mais numeroso de seus trabalhos, para a compreensão da obra que propõem, assim como da conduta que assumem. Não podem ser mensurados e analisados por único exemplo. Para eles, a versatilidade corresponde, sim, a uma efetiva participação do sentimento de contemporaneidade, e tal se refletirá no próprio percurso. (...) A temática de Ivan Serpa é resultado de um processo de curiosidade intelectual. . . buscar valores plásticos nos territórios mais diversos da expressividade humana (...) cambiando esses valores espontâneos para uma construção plástica consciente e racional. Trabalhava gestualmente. . . gesto que é fruto de toda uma vida de pintura, comandado pela sapiência do artesão e pela emocionalidade do artista". (Clarival do Prado Valladares, escritor e crítico de arte – texto para exposição comemorativa do IV Centenário da Cidade, no MAM/RJ, março de 1965)
Sobre a dinâmica operacional da produção da mostra, a primeira no CCBB, após a reabertura:
"Um território se define por sua geografia e sua história. No território da arte, na montagem de uma exposição, o curador cuida do processo narrativo dessa história enquanto o designer de montagem cuida da geografia que organiza e concretiza esse discurso. Na exposição ‘Ivan Serpa: a expressão do concreto’ foi tomado como ponto de partida a fase inicial do artista (concretista) para o desenvolvimento do discurso visual de suporte à obra. A paleta de cores partiu do cinza claro, muito usado nos anos 1950, e vai tomando nuances mais densos ou etéreos de acordo com as fases em que o artista vai se aventurando.
Como sendo uma exposição que acontece em tempos de rígidos protocolos de distanciamento, o conceito de respeito à obra e a área de respiro necessária para sua observação, torna-se mais significativa e presente. A arquitetura do Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte se ajusta perfeitamente a esse trajeto que conta a história de um dos mais importantes nomes da arte brasileira." (Márcio Gobbi, produtor da Mostra)
Sobre a visitação:
Para visitar a exposição, que seguirá em cartaz até 11 de janeiro, será necessária a emissão de ingresso gratuito pelo site/app da Eventim (www.eventim.com.br).
"A reabertura foi cuidadosamente planejada para proporcionar segurança aos nossos colaboradores e visitantes e será feita de maneira gradual. A primeira atração será uma grande exposição. Estamos felizes em voltar a oferecer nossas atividades presenciais e receber o público para a mostra Ivan Serpa: a expressão do concreto. A exposição, que traz uma ampla retrospectiva de um dos artistas mais importantes da arte moderna e contemporânea brasileira, já chega perfeitamente adaptada a todos os protocolos sanitários recomendados pelas autoridades. Temos consciência de que, neste momento, há ainda grandes desafios para todos e contamos com o papel transformador da arte e da cultura na vida das pessoas para contribuir, da melhor maneira, para a superação desses desafios". (Leonardo Camargo – Gerente Geral CCBB BH)
A entrada acontecerá apenas pela porta principal do CCBB BH, em frente à Praça da Liberdade, com necessidade de validação do ingresso e medição da temperatura corporal. O uso de máscara é obrigatório, assim como a disponibilização de álcool em gel, conforme determina o Decreto da Prefeitura Municipal. Os fluxos de entrada e saída serão alterados. Uma das portas será exclusivamente para a entrada e outra para a saída, evitando o cruzamento das pessoas, num sentido orientado por adesivos de piso e com apoio da equipe de recepção.
SERVIÇO - MOSTRA “IVAN SERPA - A EXPRESSÃO DO CONCRETO”
CURADORES: Hélio Márcio Dias Ferreira e Marcus de Lontra Costa
PATROCÍNIO: BANCO DO BRASIL
APOIO: BBDTVM.
LOCAL: Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450 – Tel: 31 3431-9400)
PERÍODO: De 11 de novembro de 2020 a 11 de janeiro de 2021
HORÁRIO DE VISITAÇÃO: De quarta a segunda, das 10h às 22h
RETIRADA DE INGRESSOS: www.eventim.com.br
ENTRADA GRATUITA com apresentação obrigatória do ingresso digital
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