Fintechs B2B crescem no mercado e atingem setores diversos: conheça 5 modelos de atuação
Empresas como real estate fintechs e techfins aceleram o crescimento de outros negócios
Responsáveis por uma receita líquida global superior a US$ 150 bilhões, com estimativa de chegar a US$ 400 bilhões em 2028, as fintechs têm diversificado cada vez mais a área de atuação. Os dados do último relatório divulgado pela McKinsey e o Fórum Econômico Mundial, que mostram também o peso da fatia dos investimentos de venture capital nessas empresas: foram US$ 350 bilhões desde 2015, atestam a continuidade da relevância das fintechs no mercado. Além de marcar um impacto significativo na vida financeira das pessoas, as fintechs também têm desempenhado um papel importante para resolver problemas das empresas. Especializando-se em diferentes setores, startups como real estate fintechs e techfins, por exemplo, ganham espaço no mercado acelerando o crescimento de outros negócios.
Na América latina, e especialmente no Brasil, essa atuação diversificada fez com que o setor de fintechs emergisse como o mais investido entre quaisquer outros tipos de startups - quem afirma é Rafael Moreira, CEO da Bertha Capital, gestora de fundos que em 2024 já investiu R$ 20 milhões em fintechs. "Isso acontece em parte graças à grande procura por soluções de bancarização de baixo custo e por serviços financeiros personalizados e integrados, que atendem tanto empresas quanto o consumidor final", explica o especialista. "Além disso, observamos uma demanda crescente por financiamento de curto prazo, uma necessidade das cadeias produtivas que as fintechs conseguem suprir. Inovação digital, regulamentação e infraestrutura favorável também contribuíram para esse cenário."
Conheça abaixo cinco tipos de fintechs:
1. Real estate fintechs
As real estate fintechs são empresas que unem soluções tecnológicas do mercado financeiro voltadas para desafios específicos do mercado imobiliário. Segundo a Terracotta Ventures, existem cerca de 200 startups que se enquadram no modelo no Brasil, um número que quadruplicou nos últimos cinco anos. Em 2023, esse mercado movimentou US$5 bilhões globalmente e ajudou a impulsionar inúmeros negócios na construção civil. “As real estate fintechs atuam em diversas etapas do ciclo de desenvolvimento imobiliário, desde a aquisição de terrenos ao financiamento da construção, criação de marketplaces para compra e venda de imóveis, plataformas de financiamento, entre outras soluções”, destaca o CMO da real estate fintech Versi, Ricardo Porcher.
Entre as principais características na atuação das real estate fintechs, destacam-se as conexões entre tecnologia financeira e mercado imobiliário para uma série de desafios como: digitalização de processos, uso de Big Data e analytics, automatização, segurança cibernética, financiamento para aquisição de terrenos, análise de crédito instantânea em aplicativos de compra e venda de imóveis e até mesmo otimização na manutenção de imóveis com ferramentas capazes de prever necessidades de reparo.
2. Fintechs de incentivos e premiação corporativa
As fintechs de incentivos e premiação corporativa, por sua vez, combinam tecnologia financeira com ferramentas de marketing e vendas para ajudar empresas a gerenciar programas de recompensas e campanhas promocionais de forma ágil e segura. O mercado tem apresentado uma expansão significativa e deve crescer 15% até o final do ano com as campanhas promocionais que serão lançadas nos próximos meses, aponta a Hub4Pay, fintech especializada no setor. "As empresas estão percebendo que engajar e recompensar colaboradores e parceiros de maneira eficaz é essencial para o sucesso”, aponta Daniel Moreira, CEO da Hub4Pay.
Uma das principais características dessas fintechs é a capacidade de unir soluções financeiras, marketing e tecnologias de vendas para criar campanhas personalizadas e juridicamente seguras.
3. Fintechs que modernizam profissões tradicionais
Com a inovação em foco e aproveitando tecnologias que revolucionaram as finanças no Brasil nos últimos anos, como o open banking, algumas fintechs atuam de forma a modernizar caminhos tradicionais do mercado financeiro. É o caso da Franq, fundada em Florianópolis (SC) em 2019 por experientes executivos de alguns dos maiores bancos do Brasil. A fintech criou uma plataforma pioneira no país ao oferecer produtos financeiros de diferentes instituições para bancários autônomos e escritórios de investimentos, oferecendo desde crédito imobiliário e de financiamento de veículos até seguros e antecipação de recebíveis.
Com esse movimento, a Franq criou no Brasil a atuação do bancário autônomo, que leva profissionais com experiência em empresas tradicionais para um novo lado mais moderno e autônomo da carreira, com clientes próprios e a possibilidade de ofertar uma gama maior de soluções personalizadas.
Atualmente, mais de 8.500 personal bankers atuam diretamente com a plataforma da Franq, que dispõe de mais de 50 empresas parceiras que oferecem mais de 150 produtos financeiros. Em média, a fintech atua com profissionais com cerca de 20 anos de experiência no mercado e que já possuem a própria carteira de clientes — geralmente de alta renda. Ao modernizar a profissão, a startup surgiu também a partir de uma dor vista pelos sócios no mercado de trabalho, com layoffs mais comuns nos grandes bancos e dificuldades de reposicionamento.
4. Techfins
Já as techfins oferecem infraestrutura tecnológica para o funcionamento de instituições financeiras e de pagamento. Ao contrário das fintechs tradicionais, que utilizam a tecnologia para melhorar a experiência do usuário final e de outras empresas, as techfins operam nos bastidores, garantindo a base tecnológica para que essas empresas possam atuar.
"A techfin é o 'habilitador' dessas empresas", afirma Camila da Silva, CSO da CashWay, techfin catarinense que oferece soluções para as demandas de Instituições de Pagamento e Financeiras. "Ela desenvolve o core bancário necessário para a operação, assegura o cumprimento regulatório e promove as integrações com o mercado financeiro e infraestruturas, como as IMFs."
O profissional ainda acrescenta que, embora muitas fintechs utilizem sistemas completos fornecidos por techfins, aplicam suas inovações em aprimorar áreas que trazem valor direto ao cliente, como a simplificação da abertura de contas e acesso ao crédito. Dessa forma, a techfin se estabelece como um pilar fundamental para o funcionamento de instituições financeiras, sejam elas reguladas ou não, assegurando que tudo opere de forma integrada e em conformidade com as exigências do mercado.
5. Pioneirismo na captação de crédito internacional
Com visão estratégica de mercado, a a55 é a primeira fintech brasileira a captar fundos para financiar operações de antecipação de recebíveis. Referência em apoiar o crescimento de empresas SaaS e e-commerce de produtos físicos ou por assinaturas, a companhia avança na pivotagem da modalidade de antecipação de recebíveis de cartão de crédito e duplicatas para o mercado e lojistas no Brasil e no exterior e usa seu aprendizado e tecnologia para avaliar empresas com base em receita no modelo de revenue based finance. “Com grandes mudanças macroeconômicas, taxa de juros, avanços sobre regulamentação em recebíveis e também no apetite do mercado vimos a necessidade de se atualizar. Fornecemos soluções de cobrança que reduzem churn, atrasos e inadimplências dos clientes e ajude não só na antecipação de recebíveis, mas na melhoria da performance de recebimento e gestão de capital de giro dos clientes, verticalizando solução de serviços”, afirma André Wetter, co-founder e CEO da a55.
A solução permite que lojistas, fornecedores e operadores logísticos antecipem o recebimento de suas vendas para acelerar seu crescimento, aliado a ferramentas de cobrança e cash-in. Entre as suas soluções, a companhia também lançou sua própria solução de cobrança automatizada, fazendo uma análise do histórico de recebimentos e ajudando os clientes da base a realizarem cobranças de forma inteligente.
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