Brasil lidera o trading de criptomoedas na América Latina em 2024
A adoção e utilização das criptomoedas no Brasil ficou evidente na liderança do país nesse mercado na América Latina. Nos primeiros meses de 2024, o país teve um crescimento de 30% no volume de negociações de criptomoedas, alcançando cerca de 6 bilhões de dólares em volume semanal, segundo análises da Kaiko Research. Esse crescimento mostra que nos primeiros cinco meses do ano houve não apenas uma recuperação, mas uma grande expansão do mercado de criptoativos brasileiro.
Apesar das correções de mercado vistas em escala global, o Brasil manteve sua trajetória de alta e ampliou seus volumes de negociação em moeda local (Real - BRL). Isso ressalta a confiança e maturidade do mercado brasileiro de criptomoedas frente a outros mercados de referência, como o mexicano e o argentino, cujos volumes de negociação alcançaram, respectivamente, 3,7 bilhões e 300 milhões de dólares no mesmo período.
O mercado de moedas digitais do país não se limita a investimentos. Os tokens são usados para diferentes atividades cotidianas. Por exemplo, para comprar em plataformas online, para contratar serviços e para remessas internacionais. Diversas indústrias estão implementando as criptomoedas como forma de pagamento, como a de jogo online, onde os usuários apreciam o anonimato e a segurança oferecidos por essas transações. Inclusive, algumas plataformas de entretenimento focam em oferecer apenas criptomoedas como método de pagamento para aproveitar essas vantagens (fonte: https://www.criptofacil.com/apostas/casinos-bitcoin/).
Há uma lista enorme de estabelecimentos e serviços que aceitam Bitcoin no país, incluindo cinemas, restaurantes, escolas de cursos técnicos, supermercados, e até mesmo para pagamentos de serviços públicos como o IPTU no Rio de Janeiro, onde o governo local tem incentivado o uso desse criptoativo. A cidade de Rolante, no Rio Grande do Sul, é conhecida por sua alta adoção de Bitcoin, com cerca de 194 estabelecimentos aceitando a criptomoeda. Em Porto Alegre, também há diversas empresas e serviços, incluindo agências de turismo e restaurantes, que estão integrando altcoins e stablecoins em suas operações diárias.
E falando em stablecoins, 2024 foi um ano de ascensão, pois se tornaram mais populares que as criptomoedas tradicionais como o Bitcoin. Quase metade de todas as operações realizadas envolveram esse tipo de criptoativo, com a stablecoin Tether (USDT) vendo um incremento de quase 20% em sua participação de mercado desde o último mercado alcista, em 2021. Isso mostra que os investidores brasileiros buscam mais estabilidade em meio às volatilidades do setor.
Na infraestrutura, o Brasil agora comporta 13 fundos cotados em bolsa (ETFs) de Bitcoin, com gestões que incluem grandes nomes como Hashdex e BlackRock. Desde 2021, esses ETFs negociam no país, movimentando cerca de 2,5 bilhões de reais (500 milhões de dólares americanos) até março de 2024. Tais fundos são indicativos de um ambiente regulatório progressista e de uma adesão crescente por parte de investidores institucionais e de varejo.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Brasil tem aprovado esses ETFs, oferecendo aos investidores uma maneira regulamentada e simplificada de investir em criptomoedas sem necessidade de gerenciamento direto dos ativos digitais. A Hashdex, por exemplo, lançou o HASH11, que se tornou bastante popular e é considerado um dos ETFs com maior número de cotistas na bolsa brasileira. Por outro lado, a BlackRock lançou o IBIT39, um Brazilian Depositary Receipt (BDR) que replica um ETF de Bitcoin dos Estados Unidos, oferecendo exposição direta ao Bitcoin sem a necessidade de diversificação em outras criptomoedas.
O volume de negociação de criptomoedas no Brasil já corresponde a 50% do total das operações na B3, o que equivale a cerca de R$ 300 bilhões movimentados por meio de exchanges. Esse valor é também comparável a modalidades tradicionais de investimento como ações e fundos, demonstrando uma grande diversificação de ativos por parte dos investidores brasileiros. A Receita Federal do Brasil observou esse crescimento acelerado, utilizando sistemas avançados de monitoramento para acompanhar a movimentação desses ativos digitais e garantir a conformidade fiscal.
A Binance, com uma participação de mercado de 79%, continua a ser a maior exchange em atividade no Brasil, embora seu domínio tenha diminuído um pouco. Em contrapartida, a maior exchange brasileira, Mercado Bitcoin, e a Bitso, com sede no México, viram sua participação de mercado combinada crescer para 21% até o início de maio, o ponto mais alto em mais de três anos, conforme relatório da Kaiko. O volume em aumento e a diversificação das criptomoedas negociadas mostram um mercado brasileiro cada vez mais estruturado e menos dependente de influências externas.
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