Pandemia reduz intenção de compras de Natal ao menor nível dos últimos 14 anos, diz FGV
A incerteza quanto ao futuro provocada pela pandemia freou o ímpeto de gasto do brasileiro, como aponta pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). Os especialistas já sabiam, pelo alto nível de desemprego, redução de fim do auxílio emergencial e pela menor injeção de dinheiro na economia por causa do 13º reduzido, que a velocidade seria menor, só não se sabia quanto. Segundo a FGV, a intenção de compras no Natal de 2020 está no menor nível dos últimos 14 anos e da série iniciada em 2007: 40,7 pontos. Isso representa um tombo de 24,8 pontos em relação a 2019. Nos dois últimos anos em que esteve em patamar tão baixo registou 44,1 (2015) e 47,7 (2016) - no auge da que era a pior recessão da história do país.
A pesquisa especial de Natal da Sondagem do Consumidor também mostrou uma alteração significativa no padrão de respostas - os consumidores que usualmente gastariam igual ao ano anterior na data festiva, em 2020 estão reduzindo seus gastos (64,8%). O comportamento muda um pouco quando se olha a faixa de renda. Entre as famílias de menor poder aquisitivo (ganhos de até R﹩ 2.100), 74,8% sinalizaram que pretendem gastar menos. Porém mesmo entre os mais ricos (com ganhos acima de R﹩ 9.600), a maioria está cautelosa: 51,9% declararam que gastariam menos.
"A queda do consumo no período é resultado de uma combinação de postergação de consumo e aumento de uma poupança preventiva dada a alta incerteza. Com o aumento do número de casos, muitas famílias não irão se reunir e com isso também aproveitam para gastar menos com presentes", analisa Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens do FGV IBRE.
A análise do FGV IBRE mostrou que o Natal deve ser mesmo modesto, pois há uma relação entre o resultado do Indicador de Intenção de Compras de Natal e as vendas do varejo nos segmentos com maior relação com a data festiva (gráfico abaixo).
Vendas online crescem, mas preferência de presentes se mantém
Outro ponto abordado pela pesquisa foi a preferência pelo local de compras: 41% disseram que irão comprar em lojas físicas, contra 23,5% dos consumidores que pretendem comprar pela internet. O resultado reforça os dados de pesquisa especial da Sondagem do Comércio - as vendas online devem representar 13,6% do total vendido, o que corresponde a pouco mais que o dobro do resultado do ano anterior (6,3%). Já os presentes mais procurados ainda devem ser roupas (39%) e brinquedos (19,8%), seguindo o resultado de anos anteriores.
"O crescimento das vendas online é um aumento que vem ocorrendo ano após ano, mas a pandemia acelerou esse processo em diversas empresas e tem sido uma alternativa para enfrentar as dificuldades que o isolamento social trouxe. Então, dado esse cenário, o aumento era esperado", destaca Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio do FGV IBRE.
Foram consultados consumidores entre os dias 01 e 14 de dezembro..
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