Rodadas de investimento: um atalho para o crescimento das startups
* Por Leo Pinho, CEO da startup Hent
Como empreendedor, tenho uma certeza: uma das coisas que mais causa ansiedade no início de uma empresa é receber injeção de capital de um investidor. É um marco para uma startup, que começa a ter seu potencial reconhecido e um incentivo para continuar batalhando para crescer e ganhar notoriedade no mercado.
Você já deve ter lido ou ouvido falar de termos como investidor anjo, seeds e séries A, B e C. São modelos de investimento que acompanham as fases de desenvolvimento dos negócios.
Compreendendo como o seu negócio vai, você saberá a hora de buscar esse aporte para dar um salto na sua startup. É isso o que quero mostrar aqui.
Primeiramente, é importante desmistificar o papel do investidor para o sucesso de uma startup. Investidores não são pessoas ricas dispostas a arriscar uma parte do seu patrimônio em uma empresa com grande potencial. Na verdade, eles estão buscando diversificar seus investimentos e uma empresa em estágio de amadurecimento pode trazer um retorno futuro maior do que qualquer produto ou ativo financeiro.
Os investidores podem ser individuais e existem também as venture capitals, empresas com interesses e capacidade de investimento bem diferentes. Seja qual for o modelo, o dinheiro é injetado na startup em troca de participação acionária no negócio. Quanto maior o capital, maior a fatia da empresa será de posse dos investidores.
O processo de captação de recursos para startups está ligado tanto ao estágio do negócios quanto aos objetivos dos investidores. Estes participam de rodadas de investimentos que são chamadas de investimento anjo, seeds e séries A, B, C etc.
investidor anjo, seed e series A, B, C
Anjo é o primeiro investimento que uma startup recebe e acompanha a fase de validação da ideia e estruturação do negócio. Neste estágio, são feitos os testes do produto mínimo viável (MVP) e o aporte financeiro é uma verdadeira prova de fogo para a existência da startup nos anos seguintes.
Para colher, é preciso semear. Esta é a ideia do investimento semente ou seed como é mais conhecido. A startup recebe este tipo de investimento quando já tem um produto validado e com uma boa aceitação no mercado. Ele geralmente é usado para o empreendedor melhorar suas áreas de marketing e vendas para auxiliar na captação de receita e dar início a uma operação mais robusta.
Aqui neste estágio já estamos falando de aportes de centenas de milhares a alguns milhões em investimentos, portanto o empreendedor precisa ter domínio do mercado em que está atuando.
Já as rodadas de investimentos em série vêm na sequência da consolidação do negócio. O objetivo aqui é acelerar o crescimento da empresa e ocupar espaços no mercado com produtos, filiais e outras expansões. Para isso, nesta etapa são injetadas dezenas e até centenas de milhões, com expectativas de ganhos de mercado.
A série A é mais voltada para a expansão interna, com a criação de novos produtos para atingir outros mercados de uma empresa que já é conhecida no mercado. Aqui há uma preocupação em aumentar a produção visando gerar ganhos em uma escala maior para buscar mais receita.
Na série B já estamos falando de uma expansão geográfica, com a abertura de filiais e a aquisição de outras empresas. O objetivo do investimento nesta fase é solidificar a participação da startup e ter um market share crescente.
Na sequência vem a série C e neste nível já começamos a falar em unicórnio (empresas cujas avaliações de preço no mercado superam US$ 1 bilhão) e IPO (quando uma empresa abre seu capital colocando suas ações à venda pela primeira vez).
Com a empresa consolidada, parte-se para vôos mais altos, como a internacionalização. Venture Capitals e bancos de investimentos são os investidores mais comuns nesse estágio.
Se você já assistiu ao filme "A Rede Social", deve se lembrar da cena em que Sean Parker convence Mark Zurkerberg a receber investidores no Facebook. Em vez de optar por um trabalho de formiguinha de Eduardo Saverin com vendas de publicidade, Parker oferece a escalada dos negócios a partir da entrada de investidores. Na metáfora do filme, o que se tira de conclusão é que em vez de pescar vários peixes médios, para ter sucesso uma empresa precisa pescar o maior de todos.
Do investimento anjo a uma série C, estamos falando no desenvolvimento de um negócio, com todos os seus estágios de maturação para receber um sócio capitalista em rodadas de investimentos. Não há atalhos. É preciso passar por todas as etapas, ou seja, crescer, mostrar potencial e gerar interesse para receber investimentos de forma saudável para o crescimento planejado da empresa.
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