Finanças: dicas para equilibrar as contas no pós-pandemia
Especialista em finanças e gestão FGV analisa e dá dicas para o equilíbrio das empresas no cenário atual
A Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) revisou de 6,9% para 5,7% a previsão de retração no volume das vendas no varejo ampliado em 2020. Estimativa é otimista e toma como base os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de julho, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com base nisso, empresários esperam um aumento da procura, porém sentem a dificuldade devido ao endividamento dos primeiros meses da pandemia.
Pensando nisso, o professor de gestão financeira da IBE Conveniada FGV, Cleber Zanetti, elenca alguns pontos que podem ser fundamentais para o empresário sair do sufoco e atingir um patamar de equilíbrio. “Um ponto inicial seria mudar as estratégias de vendas e logística”, explica ele. O e-commerce cresceu muito e os consumidores vêm confiando mais em recursos digitais, se comparado com o momento anterior à pandemia. Já no setor logístico o foco é buscar alternativas mais velozes e baratas.
Outro ponto analisado por Zanetti, que também é professor de contabilidade, é o controle financeiro adequado. “É importante rever custos fixos e renegociar valores, assim como investir em nichos de mercados que se mostram resistentes a crises”. Para ele, o processo de contabilidade interno é chave para isso.
“Sem dúvida, nesse momento, o trabalho de um consultor especialista se faz mais do que necessário para verificar os pontos fracos e fortes do negócio de forma imparcial e profissional”, pontua o professor. Além disso, Zanetti alerta para a importância de entender o segmento em que se está inserido. “Tanto para empresas, quanto para profissionais autônomos, é fundamental estudar o mercado em que estão inseridos, checar os efeitos da pandemia no setor e então conseguir buscar alternativas inteligentes para essa nova percepção de mercado”, avalia.
O especialista também explica a necessidade de negociar bem as dívidas. “O ideal é verificar se a empresa está alavancada com bancos e renegociar esses empréstimos. Este é um momento delicado e manter dívidas muito altas mensais podem dificultar o processo de equilíbrio”.
Zanetti conclui que o ideal é com apoio especializado rever os custos fixos, recalcular as margens de lucro atuais e projetar um orçamento para os próximos meses. “Isso trará um horizonte do efeito e das causas de cada uma das ações da empresa, possibilitando planejamento e evolução”, demonstra o professor.
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