Dados consolidados sobre as operações de crédito, entre março e setembro, mostram concessões de R$ 2,2 trilhões, além de queda nas taxas de juros e spreads
As concessões de crédito, para o período de 01 de março a 18 de setembro de 2020, somam R$ 2,2 trilhões, incluindo contratações, renovações e suspensão de parcelas. Estes dados incluem os números oficiais já divulgados pelo Banco Central (BC) para os meses de março a agosto, que atingiram R$ 2,0 trilhões, considerando o total das operações de crédito. Também incluem dados consolidados pela FEBRABAN para até o dia 18 de setembro, neste caso, considerando apenas as operações no segmento livre de crédito para PJ, que já somam 204,5 bilhões. No caso de PF, os números de agosto consideram o imobiliário, mas não as operações de crédito rotativo.
Além disso, no período de 16 de março a 18 de setembro, o setor já renegociou 15,0 milhões de contratos com operações em dia, que têm um saldo devedor total de R$ 858 bilhões. A soma das parcelas suspensas dessas operações repactuadas totaliza R$ 118,6 bilhões. Esses valores trazem alívio financeiro imediato para empresas e consumidores, que passaram a ter uma carência entre 60 a 180 dias para pagar suas prestações, sendo que a maioria dos agentes beneficiados com prorrogação de parcelas é representada por pequenas empresas e pessoas físicas (R$ 66,5 bilhões).
O quadro a seguir traz a evolução das concessões nos meses de março a agosto de 2020, com base nas notas de crédito do BC, comparando com o mesmo período em 2019, quando o mercado de crédito já vinha em ritmo de crescimento, em especial no segmento livre.
Os números de março a agosto de 2020 ante o mesmo período de 2019 apontam para um crescimento importante das operações de crédito para pessoa jurídica (15,1%).
Na comparação entre março e setembro de 2019 com o período de 16 de março a 18 de setembro de 2020 (desde quando a OMS declarou a pandemia), utilizando dados gerenciais, houve alta significativa nas concessões para Pessoa Jurídica no segmento livre (PJ), de 35,9%, considerando a média por dia útil para cada período.
Conforme antecipado pela FEBRABAN, os dados oficiais do BC mostram que as taxas de juros e os spreads bancários declinaram desde o início da pandemia, como se pode observar no quadro abaixo.
Mesmo com o aumento do risco nas operações de crédito e a expectativa de aumento da inadimplência, que já se refletiu na forte elevação das provisões, as taxas de juros e os spreads bancários recuaram entre fevereiro e agosto deste ano .
Nesse período, a taxa de juros para o conjunto das operações de crédito recuou de 23,1% para 18,7% ao ano (-4,4). E o spread médio das operações de crédito caiu de 18,6% para 15,0% (-3,6).
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