Varejo aposta no futuro do FFLV com demanda por saudabilidade e aumento do e-commerce
A pandemia fez as pessoas se preocuparem mais com a saúde e assim, aumentando o consumo de alimentos saudáveis. A cadeia de Frutas, Legumes e Verduras (FFLV) teve um aumento médio de 20% no consumo e conseguiu manter o abastecimento desde o início do isolamento social.
“O FFLV talvez seja um dos segmentos com maior potencial de transformação nas próximas décadas, o que torna o desafio de se preparar para o futuro ainda mais complexo e exige que as empresas revejam suas estratégias”, provoca Valeska de Oliveira, representante da PMA no Brasil, a entidade que representa a indústria de FFLV.
De olho nesses desafios, a entidade reuniu três ícones do varejo, das regiões sudeste e centro-oeste, para discutir o futuro do FFLV: GPA, Hortifruti Natural da Terra e COMPER.
Desde o início da pandemia, todos tiveram aumento nas vendas de FLV nas lojas e no e-commerce. Para Thiago Picollo, CEO do Hortifruti Natural da Terra, com 61 lojas no Sudeste e 40% de participação do segmento do FLV no faturamento, o momento é muito bom para o setor. “Tivemos um crescimento das vendas online de “10 anos em 10 semanas”, mas o desafio é a logística de entrega, que precisa corresponder ao produto que foi comprado no e-commerce. Só no segmento de orgânicos crescemos 25% ao mês. O consumidor mudou o comportamento: está mais exigente e atento à manipulação de produtos e temos que atender suas expectativas”, relata.
Enquanto isso, Rafael Guinutzman, Gerente Comercial do GPA, rede presente em todo Brasil, afirmou que a rápida adaptação que a pandemia impôs, resultou no aumento significativo de vendas online e no serviço de delivery do Grupo. “Foco na qualidade do produto e a segurança são essenciais e mantivemos as promoções de hortifruti em dias específicos nas bandeiras Extra e Pão de Açúcar, mas o impressionante foi o aumento nas vendas on line”.
Qual o desafio do varejo em regiões de grande a distância dos centros produtores de FLV? A COMPER, uma das maiores redes supermercadista do Centro-Oeste, montou um modelo de operação ágil para garantir o abastecimento nas lojas. Maurício Costa Almada, Diretor comercial de perecíveis, contou que a rede superou a dificuldade de logística, manteve o abastecimento com parcerias com pequenos produtores da região e o consumidor continuou prestigiando a “quinta-feira verde”. “O momento nunca foi tão bom para o FLV como agora porque o consumidor quer saudabilidade, alimentação balanceada e sortimento”.
De consenso, o varejo avalia que o futuro da indústria do FFLV é promissor, mantendo a produção e o abastecimento, garantindo que o consumidor encontre produtos de qualidade, com segurança alimentar e embalagens adequadas. Com a volta de frequência nas lojas, a experiência será um diferencial com degustação e áreas mais amplas para refeição rápida e circulação. “O e-commerce se manterá em crescimento, mas deve-se investir em planejamento para manter o sortimento e não ter ruptura na expectativa do cliente”, afirma Rafael Guinutzman, do GPA.
A tendência de longo prazo é animadora, com parcerias com pequenos produtores e investimentos em inovação, embalagens diferenciadas e a marca FLV com valor agregado.
As perspectivas são boas também para venda de flores, que depois da queda no início da pandemia, recuperou mercado e se mantém em alta, por proporcionar alegria e harmonia para a casa. “Devemos investir na informação de cuidados de plantas e flores para aumentar as vendas”, sugere Thiago Piccolo, do Hortifruti Natural da Terra.
Conectar a cadeia, dialogar sobre os gargalos e as oportunidades do setor são essenciais para desenvolver a indústria do FFLV, ampliar a participação no faturamento do varejo e engajar o consumidor na compra de produtos saudáveis.
Sobre PMA – Produce Marketing Association é uma associação global de produtos agrícolas frescos e flores, fundada em 1949, com a missão de conectar os interesses das cadeias produtivas de frutas, flores, legumes e verduras. A entidade conta com 2.900 empresas associadas, 54.000 compradores e fornecedores, em 55 países de cinco continentes. No Brasil, a entidade conta com 96 associados (produtores, distribuidores, fornecedores de produtos/serviços e varejistas).
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