Contratando mão de obra menos qualificada, setores tradicionais devem puxar retomada econômica
Apesar do potencial de empresas de informação, tecnologia e comunicação, Brasil tem limitações, aponta economista da Análise Econômica Consultoria
Quais setores podem "puxar" a retomada da economia brasileira? E qual o potencial das empresas de informação, tecnologia e comunicação no Brasil nesse cenário? "A retomada deve vir do setor de serviços", aponta Franklin Lacerda, Diretor de Estudos da Análise Econômica Consultoria (www.analiseeconomica.com.br/) e mestre em Economia Política pela PUC-SP. "Os serviços no Brasil representam mais de 70% de toda a produção nacional. Contudo, estamos falando de serviços de baixo teor tecnológico, como restaurantes, padarias e afins".
Para o especialista, a retomada virá de setores mais tradicionais, por meio da contratação de mão de obra menos qualificada. Contudo, com o intensificado uso de tecnologias da informação e comunicação (TICs), muitas empresas vivenciaram um crescimento significativo, gerando emprego e renda - haja vista a atual demanda por serviços como Zoom, Netflix, Mercado Livre, iFood e afins.
"A dúvida que emerge é, portanto, qual a capacidade dessas empresas do ramo da tecnologia e da comunicação de puxarem o crescimento brasileiro. Para responder, precisamos analisar nossas limitações de infraestrutura. Há espaço para ampla transformação digital de diversos setores tradicionais e, inclusive, do setor público. O impacto pode ser enorme", aponta o economista.
"Complementarmente à infraestrutura, ainda devemos nos atentar a lacuna de capacitações técnicas. Há elevada demanda por mão de obra qualificada, mas, ainda não temos oferta suficiente para atender essa demanda e acelerar nossa transformação digital. Precisamos acelerar nossos passos nessa direção. E a atual conjuntura pode ser um ambiente fértil para isso", completa.
Transformação digital
A atual conjuntura acelerou o processo de transformação digital de algumas empresas. Para outras, em grande medida, forçou tal plano. Contudo, é preciso destacar que dados recentes de acesso à internet nesta conjuntura de pandemia de Covid-19 mostram o abismo que separam o Brasil dos países líderes, notadamente China e EUA.
"No Brasil, 70 milhões de pessoas possuem acesso precário ou não possuem acesso. Além disso, 42 milhões de pessoas nunca acessaram a internet. Em tempos de pandemia, a infraestrutura precária mostrou o quão atrasados tecnologicamente estamos", aponta o economista.
O novo normal
A vacina para o Covid-19 ainda não foi encontrada, mas muitos países já iniciaram seus processos de reabertura da economia. As opiniões (e as críticas) acerca da reabertura são diversas. Mas, em meio às dúvidas, há convergência acerca de uma hipótese: o "novo normal".
Segundo Franklin Lacerda, esse novo normal é, basicamente, a ideia de um novo padrão de vida, de um novo conjunto de comportamentos por parte de pessoas e empresas. Tais comportamentos vão das coisas mais simples, como utilizar máscara de maneira recorrente, às mais complexas, como trabalhar virtualmente - aspectos relevantes a serem considerados na retomada econômica.
Sobre a Análise Econômica Consultoria
Com a missão de produzir estudos e análises econômicas que contribuam para uma melhor compreensão da realidade, a Análise Econômica Consultoria visa permitir tomadas de decisão mais assertivas por parte de pessoas, empresas e instituições públicas.
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