Fintechs apoiam o governo no auxílio emergencial
As fintechs, empresas de tecnologia e de meios de pagamentos, dispõem de expertise e capacidade técnica para contribuir com o governo federal no socorro à população vulnerável, profissionais autônomos e microempreendedores, altamente impactados pela Covid-19.
A disposição em fazer a diferença na pandemia foi pontuada várias vezes no webinar “UOL Debate”, nesta segunda-feira (27/4), pelos presidentes da Associação Brasileira da Internet (Abranet), Eduardo Neger, e o do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, e também por dirigentes de fintechs de peso: Ricardo Dutra (CEO do PagSeguro), Tulio Oliveira (vice-presidente do Mercado Pago) e Fabiano Camperlingo (CEO da SumUp no Brasil).
“Estamos ansiosos em colaborar”, afirmou Neger, destacando as inúmeras vantagens das fintechs que podem aliviar preocupações do governo com segurança, por exemplo, um elemento intrínseco da tecnologia dessas empresas que diariamente fazem milhões de pagamentos.
Tais empresas também ajudariam a evitar a aglomeração de pessoas nas agências físicas, pois passariam a movimentar os auxílios por meio do celular ou da internet. E, ainda, é possível deixar como legado o aumento da inclusão bancária, a chamada bancarização.
As soluções tecnológicas oferecidas pelas fintechs incluem uso de QR Code, transferências on-lines, link de pagamento, entre outros, e saque sem cartão. A capilaridade e robustez do setor permitiriam, em poucos dias, entregar o dinheiro do auxílio para as pessoas, de forma segura, totalmente digital e sem filas.
Segundo Neger, hoje 127 milhões de pessoas têm acesso à internet e 227 milhões de celulares estão ativos, ou seja, há uma boa infraestrutura tecnológica. Para Meirelles (Instituto Locomotiva), o governo deveria concentrar esforços para atender os mais de 5,4 milhões de pessoas sem conta bancária e sem internet entre as famílias elegíveis ao auxílio emergencial.
Um consenso entre os participantes é que o governo está desperdiçando a oportunidade de usar a rede de apoio das fintechs, parceiras consideradas estratégicas pelo Banco Central, antes mesmo da pandemia, para estimular competitividade no setor financeiro a aumentar a inclusão bancária no país.
Outro ponto de convergência entre os debatedores é que o governo, independentemente de mudanças regulatórias, poderia contar com as fintechs como meios para conceder crédito a pequenas e microempresas. Esse grupo está entre os titulares das 20 milhões de contas digitais, o que transforma as fintechs em conhecedoras da capacidade de vendas ou movimentação dos clientes e respectivos perfis de risco no pagamento dos empréstimos.
E, por fim, destacaram que as linhas criadas pelo governo para melhorar o fluxo de caixa e pagamento de folha não contemplam os microempreendedores individuais (MEIs), com faturamento inferior a R$ 81 mil por ano. Não estão na faixa do auxílio, nem do crédito.
Além de declarar as formas de apoio do setor, o grupo também discutiu a repercussão da quarentena sobre o consumo e o uso da internet. Pesquisa recente do Instituto Locomotiva revela que entre 10% e 17% das pessoas que não compravam alimentos, brinquedos, remédios online passarão a usar plataformas digitais que outras 55% pesquisarão mais antes de comprar.
Para Tulio Oliveira (Mercado Pago), o momento acelerou muito a digitalização e levou pessoas que não confiavam nos serviços on-lines a aderir à tecnologia. Com isso, aumentarão as transações à distância e baixarão custos. “O momento é muito positivo para a sociedade toda”, resumiu.
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