Fed anuncia novas medidas e alarmes tocam: às vezes, dinheiro demais também é problema
Por Ernani Reis, analista da Capital Research
Logo após o Departamento do Trabalho Americano divulgar o aumento dos pedidos iniciais de seguro desemprego, o Banco Central norte-americano anunciou uma nova linha de empréstimos de US$ 2,3 trilhões em apoio às empresas e comunidades afetadas pela pandemia de coronavírus, numa tentativa clara de preservar empregos e criar condições para a retomada econômica.
A medida irá destinar US$ 600 bilhões em dinheiro novo para empresas com até 10 mil funcionários ou faturamento de US$ 2,5 bilhões em 2019, de acordo com as regras anunciadas pelo próprio Federal Reserve. A perspectiva é que o dinheiro chegue a 40 mil empresas de médio porte e mantenham empregados cerca de 35 milhões de americanos.
Em meio a tudo isso, chama a atenção o período de quatro anos para a utilização do recurso, o que claramente indica que o Federal Reserve prevê uma recuperação pós-pandemia bem mais lenta do que se imaginava inicialmente.
Além disso, outro ponto que desperta preocupação é sobre a quantidade de dinheiro que está sendo impresso e injetado na economia. Isso porque, até o momento, a crise se orienta pela forte queda do consumo e colocar dinheiro demais no mercado abre brecha para uma crise de crédito no futuro.
De qualquer forma, a medida anunciada hoje complementa o pacote de assistência de US$ 350 bilhões para as empresas com até 500 funcionários anunciado na semana passada após a votação de um gigantesco pacote de estímulo de US$ 2,2 trilhões. Com isso, o Fed está mostrando um forte comprometimento no combate à crise. Resta saber se o modelo será sustentável no longo prazo.
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