A Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês) do Departamento de Energia (DoE) dos EUA divulgou agora há pouco o estoque semanal do petróleo bruto e o número de 7,664 milhões de barris supera em até três vezes a projeção esperada de 2,266 milhões de barris.

O indicador reforça a leitura do mercado de redução do consumo da commodity e dá novo gás ao temor do mercado que derrubou as bolsas na última segunda-feira. Isso porque, em um momento de paralisações por conta da disseminação do coronavírus pelo mundo, o governo saudita decide derrubar o preço do combustível ameaçando encharcar o mercado de petróleo ao elevar a produção para 13 milhões de barris por dia a partir de abril.

O interessante é notar que os árabes eram justamente os maiores defensores da diminuição da produção de petróleo para tentar controlar o preço do combustível nesse momento de baixa demanda, mas decidiram adotar uma medida radical na direção contrário depois que a Rússia se negou a fazer o mesmo, como forma de pressionar os russos a voltarem à mesa de negociação com a Opep.

A questão, no entanto, deve ser tratada com seriedade pelo governo saudita. O prolongamento dos preços muito baixos pode gerar impactos significativos no mercado de energia pelo mundo, em especial nos EUA, já no curto prazo.