Análise sobre o circuit breaker
Por Ernani Reis
O mercado presenciou na manhã desta segunda-feira pânico generalizado após a Arábia Saudita iniciar uma guerra de preços do petróleo contra a Rússia, no momento em que a epidemia de coronavírus ainda acumula novos casos pelo mundo. Em situações como essa, as medidas reativas de curtíssimo prazo costumam resultar em grandes perdas para os investidores e companhias listadas na bolsa, mesmo sem haver razão real para isso.
No dia, ao menos três bolsas de valores interromperam as negociações no período da manhã, entre elas a de Nova York (Nyse) e a de São Paulo (B3), após recuarem abaixo de 7% e 10%, respectivamente. A medida tomada frente ao cenário de pânico foi acionar o circuit breaker, mecanismo de proteção utilizado para interromper todas as negociações e forçar o mercado a se acalmar.
Diante disso, é importante explicar que, na bolsa brasileira, existem três estágios de alerta, sendo o primeiro acionado após a desvalorização de 10% do Ibovespa, interrompendo as negociações por 30 minutos; o segundo, após acumular queda de 15% no dia, interrompendo as negociações por mais uma hora; e, por fim, frente a um cenário caótico, acumulando queda de 20% no dia, interrompendo as negociações por um período determinado pela própria B3. Hoje, até o momento, apenas o 1º estágio foi acionado.
Na minha opinião, no entanto, apesar da decisão da Arábia Saudita causar um grande impacto no mercado hoje, a medida não deve ter uma duração de longo prazo, e o principal ponto de stress no momento ainda são as incertezas sobre o real impacto econômico do coronavírus, este sim, com potencial de duração de longo prazo, pelo menos enquanto não houver a produção de uma vacina.
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