Análise do impacto da divulgação do IBC-Br acima do esperado pelo mercado
Por Felipe Silveira, analista da Capital Research
O IBC-Br, considerado a "prévia do PIB", foi divulgado na manhã de hoje (16) pelo Banco Central e trouxe uma surpresa positiva para o mercado, com leve alta de 0,18% contra uma expectativa de retração de 0,1%. O dado é especialmente relevante já que uma série de indicadores - divulgados desde a semana passada - vieram aquém do esperado, como a produção industrial, as vendas no varejo e a atividade do setor de serviços.
Diante disso, os principais efeitos práticos são dois. Primeiro, o mercado começar a avaliar se não está muito otimista com o crescimento do PIB deste ano, hoje estimado em 2,3% segundo o Boletim Focus. Essa visão é importante porque estamos vindo de dois anos seguidos de expectativas de crescimento acima de 2% frustradas. Em 2018, o primeiro Focus do ano projetava expansão de 2,62% do PIB e tivemos apenas 1,1%. Já em 2019, o primeiro Boletim indicava crescimento de 2,53% e devemos fechar o ano com algo próximo de 1%, talvez até um pouco abaixo disso.
O segundo efeito - esse positivo para a bolsa - é que podemos ter uma postura mais agressiva do Copom com relação à Selic, com um corte de 0,25 p.p. na próxima reunião do dia 4 e 5 de fevereiro,sendo a aposta majoritária, e talvez com a possibilidade de até mais um corte da mesma magnitude, desde que a inflação dê sinais de arrefecimento. Isso porque o dado de hoje veio na medida certa para que o Copom ainda tenha incentivos para cortar os juros em fevereiro e para que o mercado fique um pouco mais tranquilo com a projeção de crescimento para 2020.
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