Análise do impacto do acordo comercial entre China e EUA na balança comercial brasileira
Por Ernani Reis, analista da Capital Research
A primeira fase do acordo comercial entre China e EUA foi assinada na tarde desta quarta-feira (15) e trouxe um alívio comedido ao mercado, que ainda aguarda a definição de pontos críticos como as "práticas comerciais e propriedades intelectuais", temas que deram início ao conflito.
O acordo assinado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e o vice-premiê chinês, Liu He, garante a suspensão de novas tarifas americanas sobre os produtos chineses e o aumento de importações de produtos agrícolas, energia e bens manufaturados norte-americanos por parte dos chineses, prevendo a meta aproximada de US﹩ 200 bilhões ao longo de dois anos.
Além disso, as tarifas sobre US﹩ 120 bilhões de produtos chineses foram reduzidas pela metade, a 7,5%, mas a parte mais significativa de 25% sobre US﹩ 250 bilhões de produtos chineses acabou sendo mantida para segunda fase do acordo, que se deve ocorrer somente após as eleições presidenciais nos EUA.
Segundo a agência de notícia Reuters, as aquisições ficariam em US﹩ 80 bilhões para produtos manufaturados, US﹩ 50 bilhões em energia, US﹩ 35 bilhões em serviços, enquanto as compras agrícolas totalizariam US﹩ 23 bilhões, números suficientes para equilibrar a balança comercial norte-americana. A dúvida agora fica sobre a capacidade da China em cumprir as metas, o que irá depender de ajustes comerciais com os demais países exportadores, inclusive o Brasil.
Por falar em Brasil, nos últimos anos o setor exportador brasileiro, em especial o agrícola, foi o maior beneficiado pela guerra comercial entre as duas potências globais. Com o acordo, no entanto, a carne e a soja brasileira devem ser as mais afetadas, o que poderá refletir em nossa balança comercial. Dessa forma, os investidores que possuem ativos relacionados ao setor devem ficar atentos à possível queda de receita das companhias frigoríficas nos próximos balanços, como a BRFS3, MRFG3 e BEEF3.
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