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Agronegócio sofre com mudanças na Lei mas tecnologia pode ajudar

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Robotização é especialmente útil no acompanhamento das rápidas e constantes mudanças legais, ajudando na previsibilidade e gestão

O agronegócio, assim como outros setores, sofre com a velocidade das mudanças legais do País. Não bastasse a quantidade das leis já existentes ou as emendas que nelas são feitas, o Brasil cria normas diárias, o que torna humanamente impossível o acompanhamento e o pleno entendimento de todas elas. Apenas na área tributária, são 2,14 novas normas a cada hora útil. A tecnologia aparece como uma das soluções neste processo, facilitando a rotina de assimilação das novidades jurídicas e tributárias.

“As tecnologias podem gerar valor agregado dentro e fora da porteira, para que as pessoas possam focar no que realmente importa. Por mais que a operação do agronegócio já seja bastante desonerada, por conta de benefícios fiscais, é possível ainda encontrar vieses de oportunidades”, assegura Caroline Souza, COO da ROIT, fintech curitibana que tem como expertise a automação de processos tributários e contábeis.

Segundo a especialista, uma das melhores apostas é ter a tecnologia como estratégia na gestão dos negócios. Uma das soluções citadas por ela é a “Esteira Mágica”, que, inclusive, fez com que a accountech brasileira conquistasse prêmios internacionais pelo seu alto grau de transformação digital nos setores contábil, fiscal e financeiro. “Em poucos minutos a ferramenta, que desenvolve operações fiscais, financeiras e administrativas, faz o que várias pessoas precisam fazer em horas caras, e sujeitas a erros e equívocos. Com a solução é possível otimizar o tempo da equipe e possibilitar o remanejamento dessas pessoas para tarefas de inteligência humana, que realmente agreguem valor”, explica o diretor-presidente da ROIT, Lucas Ribeiro.

A solução ajudaria, inclusive, outro gargalo do setor do agronegócio que vira refém quando falta tecnologia: os distribuidores agrícolas. O empresário Ricardo Pires, da Nutri Agrícola, de Goiânia/GO, que também esteve na comitiva, disse que, de fato, a tecnologia ajuda no apontamento dos erros, e isso é fundamental. “A automação dá segurança nos lançamentos e ajuda na organização dos tributos e também nos cobra para que coloquemos bons profissionais para trabalhar, bem remunerados e evoluídos”, destaca. Cátia Marinho, colega de Pires na mesma empresa, compartilha da mesma opinião. “A tecnologia ajuda e reduz o custo operacional. O mundo de hoje está voltado e funciona para a tecnologia”, afirma.

Empresários do setor e distribuição para o agronegócio em recente visita ao Grupo ROIT, em Curitiba

Outro benefício da tecnologia é a ajuda para tramitações em relação ao tributo do Imposto Sobre Serviços (ISS). “Afinal, o Brasil tem mais de 5.500 municípios e existem problemas que podem ser contornados com tecnologia”, afirma a COO. No cenário tributário brasileiro, o ISS é um dos impostos que mais causa confusão por ser específico e variar de município para município, sem contar as inúmeras legislações envolvidas, hipóteses de retenção e cadastros como CPOM/CENE (Cadastro de Prestadores de outros Municípios/Cadastro de Empresas Não Estabelecidas), dentre tantos outros.

Na balança de ganhos e perdas, existem ainda os aspectos financeiros. De novo, a tecnologia se torna atraente, já que depois de organizar a casa, faz com que o lucro se torne evidente. Lucas Ribeiro cita outra solução utilizada pelo Grupo, também disponível em outros 93 países. Trata-se da ferramenta Cash Flow Story, uma bússola que ajuda os empresários na navegação de seus negócios. “Ele contém um simulador chamado ‘The Power of One’, com sete alavancas para o sucesso financeiro de empresas de todos os portes e segmentos. Com esses indicadores, é possível prever o impacto no fluxo de caixa e no lucro líquido, aumentando ou diminuindo os indicadores em pelo menos 1 dia, ou 1% de cada margem. Desta forma, os tomadores de decisão sabem exatamente (ou muito próximo da realidade) o que deve ser modificado para atingir as metas esperadas”, informa o diretor-presidente da ROIT.

A solução ainda conta com outros seis direcionamentos para os empresários: Return on Investment (Retorno sobre o Investimento – ROI), Return on Invested Capital (Retorno sobre o Capital Investido – ROIC), Funding (Financiamento) e Valuation (Avaliação de Empresas), sendo que cada indicador mostra o cenário atual, números relacionados e principais tendências. “Em Valuation, inclusive, há como saber o valor atual do próprio negócio e, de uma forma simples, conhecer e parametrizar todas as ações que podem ser tomadas para atingir o valor desejado de venda da empresa a partir das informações do preço desejado para a negociação”, assinalou Ribeiro./

Lucas Ribeiro, diretor-presidente da ROIT

Para os empresários José Rafael Lisboa Tanajura, da empresa Nova Geração, de Bragança Paulista/SP, e Vilmar Silva, da Agro Amazônia, de Cuiabá/MT, saber gerenciar bem o negócio para ganhar o dinheiro é essencial. “As margens são pequenas e os desafios são grandes. É preciso virar a página e a tecnologia ajuda demais, e isso vem para auxiliar os colaboradores a serem mais eficientes do que já são”, disse Tanajura. “Precisamos conversar com os números. Se não os entendermos, perde-se dinheiro. Ter uma ferramenta onde isso é possível, com variáveis que se apresentam, é muito importante. Acompanho as soluções voltadas para o agronegócio há bastante tempo, desde as imagens de satélite, a estrutura de crédito para o agro: isso agilizou o processo. Unindo tecnologia com resultado, isso é ótimo. O desafio é implementar isso em toda a cadeia do campo”, destaca Silva. “O robô fiscal da ROIT já mapeou mais de 2,1 bilhões de cenários tributários analisados, algo humanamente impossível de ser feito”, complementa Lucas Ribeiro ao reforçar a importância da tecnologia para a gestão dos números.

E imposto: dá para economizar? A resposta é sim. “Algumas soluções, percebemos que funcionam bem para vários segmentos. Como, por exemplo, aplicar o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], revisar a matriz de crédito de PIS e CONFINS [Contribuição para Financiamento da Seguridade Social], avaliar diferentes estratégias de compras, e isso só é possível com o uso de tecnologia para complementar a análise consultiva. O olhar humano, identificando apenas planilhas de Excel, por exemplo, análise por amostragem, não dá a dimensão toda. A solução ROIT Tax Insights auxilia muito neste sentido, a identificar os números da empresa através de análise censitária para extrair as melhores decisões”, completa Ricardo de Holanda, Head de Consultoria da ROIT.

“É realmente a nossa dor, essa entrada de nota fiscal, a mudança rápida de tributação, o entendimento diferente por setor, ter um robô traz um nível de segurança fantástico para nós”, comentou Marcel Mira, gerente financeiro da Nova Geração. “A gente não tem braço para alcançar o que é preciso para entregar ao produtor tudo que é de nossa missão. A tecnologia nos ajuda a crescer e a entregar o que é preciso”, afirma. “Estamos no começo na nossa empresa. Utilizamos os ERPs e sabemos que precisamos avançar. A tecnologia avança rapidamente e aplicar, certamente, nos trará resultados amplos e nos fará buscar novas soluções”, compartilha Gilberto Reis, de Patrocínio/MG, empresário da empresa Cultura.

Gerencialmente, o agronegócio tem sido reconhecido como um vetor crucial do crescimento econômico. Apenas em 2020, por exemplo, a soma de bens e serviços gerados no setor chegou a R$ 1,98 trilhão, ou 27% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, segundo levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O agronegócio vem avançando gradualmente no uso de tecnologia. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre as principais tecnologias que o setor já incorporou mostram que a internet (70% dos negócios) e aplicativos (57%) estão entre as mais recorrentes; GPS (20%), imagens de satélites (17%) e sensores (16%) como aquelas ligadas diretamente ao processo produtivo. Já tecnologias de gestão estariam em 22% dos empreendimentos. O desafio, ainda, é estabelecer a integração entre essas tecnologias.

A hiperautomação, contudo, é a soma de homem + máquina. Sua aplicação administra talentos, transferindo pessoas para os setores necessários, encurtando caminhos e sendo assertiva. “A robotização e a inteligência artificial combinadas à expertise humana garantem o sucesso no campo”, afirma Ribeiro. “Usar menos recursos humanos significa utilizar as pessoas em operações estratégicas, aproveitando elas para aquilo que realmente importa”, completa Caroline.

SOBRE A ROIT

A ROIT nasceu como uma empresa de consultoria tributária em 2011 e, em 2016, iniciou sua atuação em contabilidade, focada em empresas optantes pelo Lucro Real. Passou a desenvolver suas próprias soluções com Inteligência Artificial e Robotização, com o objetivo de atingir o “estado da arte” na gestão contábil, fiscal e financeira, com integração direta aos principais ERPs e bancos. Hoje, conta com mais de 140 colaboradores, principalmente engenheiros de software, contadores e tributaristas altamente especializados. Já atendeu mais de 300 médias e grandes empresas no Brasil.


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