O papel da indústria no extensionismo rural
*Marcelo Alejandro Bulman, médico-veterinário e Country Manager da Biogénesis Bagó no Brasil
Sou entusiasta do extensionismo rural desde o início da minha vida profissional. Chegar aos rincões do Brasil, esse país enorme que abracei como meu há mais de 35 anos, vai muito além de levar conhecimento ou tecnologia até as propriedades.
O extensionismo é um instrumento de desenvolvimento econômico e social, que promove a valorização das pessoas e do seu trabalho, vislumbrando, ao mesmo tempo, a evolução do setor e uma vida melhor para o produtor e sua família.
As ações de extensão rural no Brasil foram formalizadas nacionalmente há mais de 50 anos. De 1948, quando foi instituída pelo Governo Federal da época, houve muita evolução e temos que reconhecer o trabalho incansável dos mais de 5.000 profissionais que atuam atualmente nas 27 Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural distribuídas em todo o País.
No entanto, não podemos nos esquecer de que o Brasil tem por volta de 1,5 milhão de pecuaristas e é preciso toda ajuda disponível para chegar a cada um deles. No topo da pirâmide estão os grandes produtores, com acesso a tecnologia. No meio e na base existem os médios e os pequenos, que têm dificuldades para conseguir acessar as soluções tecnológicas. Levantamentos apontam que 10% do total de produtores tem acesso à informação. O restante ainda é muito carente e é fato que temos que levar conhecimento para essas pessoas a fim de impulsionar o desenvolvimento do setor.
Como parte da indústria veterinária, acredito que temos a obrigação de contribuir para esse trabalho, pois somos um dos elos responsáveis por levar ao pecuarista informações, novas tecnologias e recursos disponíveis para que ele possa aperfeiçoar sua atividade e produzir cada vez mais e melhor. Quando assumi a Biogénesis Bagó no Brasil, dentro de um projeto de transformação dos negócios da companhia, que já estava aqui havia duas décadas, consegui trazer para o nosso lado profissionais sintonizados em fazer a gestão de pessoas no mercado veterinário. Reuni amigos que conhecia bem, gente competente, e no início de 2018, lançamos o plano estratégico para uma ‘virada de página’.
Como parte desse plano estava o projeto “Na Estrada”, que durante três anos rodou mais de 6 milhões de quilômetros, cerca de 2.800 munícipios visitados, 9.000 peões e capatazes treinados, mais de 4.000 pecuaristas visitados, 2.000 veterinários e técnicos sensibilizados, além de 8.500 balconistas de lojas veterinárias capacitados para atenderem os pecuaristas de norte a sul do Brasil.
O “Na Estrada” esteve focado no ponto de venda, que é onde os pequenos e médios pecuaristas estão. Os profissionais da Biogénesis Bago fizeram um belo trabalho, mostrando produtos, explicando conceitos e tecnologias, e tiveram o importante engajamento das lojas parceiras do Brasil.
Mas o trabalho não para por aí e, em 2021, por meio do “Na Estrada 4.0” serão oferecidos minicursos sobre boas práticas de vacinação, silagem, IATF, uso de antiparasitários e aplicação de medicamentos, entre outros temas diretamente nas fazendas com o objetivo de oferecer capacitações práticas às equipes de lida com os animais. São ações que contribuirão de maneira significativa com a diminuição da lacuna existente hoje entre a tecnologia e o produtor rural.
Vamos conversar e apoiar o produtor de carne e de leite para que ele possa produzir mais e melhor dentro da sua propriedade.
O Brasil é gigante e nós somos pequenos, porém temos uma grande convicção no trabalho que estamos fazendo pelo País e acredito que estamos no caminho certo. O extensionismo que a indústria veterinária faz atualmente contribui para o Brasil produzir mais e melhor para um Brasil maior e melhor.
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