Consumo de peixes: especialista em segurança dos alimentos explica sobre os cuidados na compra e armazenamento
O coordenador da pós-graduação em vigilância sanitária e controle de qualidade de alimentos da Faculdade IDE, Fábio Portella, dá dicas para evitar contaminações
No último ano, o preço da carne bovina teve alta de 17,97%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e seu consumo, no Brasil, caiu cerca de 5%, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para tentar driblar a crise, ainda mais em tempos de pandemia, o brasileiro vem buscando alternativas para o preço do cardápio ficar menos “salgado”. Entre elas, muitos vêm variando a alimentação com peixes, que além de ter espécies com valores mais acessíveis, é uma rica fonte de proteína.
Perto da Páscoa, então, o consumo de pescado tem um aumento significativo. Mas e o risco de contaminação alimentar com os peixes? Na última semana, no Recife, algumas pessoas foram identificadas e internadas com a Síndrome de Haff, conhecida como a doença da urina preta, causada por ingestão de peixes em mal estado e que nem sempre é possível identificar, pois o sabor da carne é o mesmo. Inclusive, houve uma morte confirmada, infelizmente. Com o ocorrido, aumentou a preocupação com infecções causadas por peixes, mas, com alguns cuidados, é possível consumi-los com mais segurança.
O biólogo Fábio Portella, coordenador da pós-graduação em vigilância sanitária e controle de qualidade de alimentos da Faculdade IDE explica que o peixe estraga com muita facilidade porque tem uma quantidade de água alta e pH neutro, o que favorece sua deterioração. “Por isso, na hora de armazenar, devemos colocar numa temperatura mais baixa, entre 2ºC a 4ºC, no máximo. Mais que isso potencializa a proliferação microbiana”, diz. Para o especialista em segurança dos alimentos, o primeiro passo é ter cuidado com a fonte do peixe, saber de ontem ele veio e como foi acondicionado.
“Se for comer o peixe cru, então, é ainda mais importante saber a procedência desse alimento. O ideal seria optar pelas preparações cozidas, fritas ou assadas, pois são mais seguras, já que o calor mata a maioria do microrganismos”, sugere o coordenador da pós-graduação em vigilância sanitária e controle de qualidade de alimentos da Faculdade IDE. Sobre o congelamento e descongelamento dos peixes, Fábio Portella diz que deve ser sempre na geladeira, em até 24h, nunca em temperatura ambiente. Pode-se também descongelar em micro-ondas, se o consumo for imediato.
Já aquele truque de colocar o peixe na água para descongelar mais rápido ou até descongelar pra tratar e congelá-lo de volta não é recomendado. “Dessa forma favorece a proliferação microbiana. E não é porque congelou de volta que vai ‘matar’ as bactérias, por exemplo. Ela permanece lá. Ao descongelar de novo e consumir, a pessoa corre sérios riscos de ter uma intoxicação alimentar”, alerta o coordenador da pós-graduação em vigilância sanitária e controle de qualidade de alimentos da Faculdade IDE, Fábio Portella.
Outra dica importante para quem preferir o peixe fresco é notar o cheiro dele. O peixe fresco deve ter odor de peixe, bem característico. A carne deve estar firme e as escamas bem aderidas. As guelras devem estar avermelhadas. Bom também seria tocar nas guelras, pois alguns comerciantes de má fé colocam temperos, como colorau, para disfarçar as guelras de peixes que não estão frescos.
FACULDADE IDE – A Faculdade IDE, mantida pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional, desde 2006, promove pós-graduações na área de saúde, contando com mais de 120 cursos nas áreas de medicina, enfermagem, farmácia, fisioterapia, nutrição, educação física, psicologia e fonoaudiologia. Autorizada pelo MEC, na portaria nº 852, de 30/12/18, passou a oferecer também graduações, como de Estética e Recursos Humanos. Com matriz no Recife e atuação no interior de Pernambuco, como Caruaru, Garanhuns e Petrolina, tem unidades também espalhadas por vários estados do Norte e Nordeste, como Ceará, Bahia, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Belém.
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