Fazenda Campina, de Carlos Viacava, é Unidade de Referência Tecnológica de Integração Lavoura-Pecuária
Em outubro deste ano, a Embrapa Cerrados (DF) publicou um estudo de caso da Fazenda Campina, localizada no município de Caiuá (SP), sobre o uso da Integração Lavoura-Pecuária (ILP) em solos arenosos como alternativa de manejo sustentável que traz inúmeros benefícios.
O documento revela que a Fazenda Campina, de propriedade de Carlos Viacava, passou a adotar o sistema de a ILP em 2013, com diversificação de culturas agrícolas, e atingiu resultados excepcionais na pecuária, com solo de baixo teor de argila - apenas 11% em média. Antes, a propriedade era onerada pelo elevado custo de produção, com grande investimento em adubação de pastagens e o uso de um volume significativo de ração animal, suplementação mineral e silagem.
O estudo mostra que a adoção da ILP na Fazenda Campina proporcionou uma evolução positiva e significativa tanto da produtividade vegetal como da produtividade animal, com a melhoria da qualidade do solo, a diversificação do negócio e a viabilidade da atividade agropecuária na propriedade.
A produtividade de milho para a produção de silagem de planta inteira, que na safra 2013/2014 havia sido de 37,2 t/ha, aumentou nas safras seguintes, chegando à produtividade média de silagem de 47,5 t/ha na safra 2016/2017. Também foi observada uma evolução crescente nas produtividades de soja em sistemas de ILP, partindo de 28,4 sc/ha na safra 2013/2014 para 59,14 sc/ha na safra 2017/2018.
Após a adoção da ILP, a Fazenda Campina também aumentou a eficiência do uso da terra. Comparando o ano-base de 2012/2013 com a safra 2016/2017, a área de pastagem destinada à produção animal foi reduzida em 52,2% e a taxa de lotação animal cresceu 54,6%, passando de 1,3 para 2,0 UA*/ha. Na safra seguinte, taxa de lotação chegou a 2,3 UA/ha, com redução da área de pastagem para 1.273 ha em 2018.
Também tiveram evolução significativa os índices zootécnicos levantados na propriedade. Na safra 2017/2018, observou-se ganho de peso vivo diário (média anual) de 469 g/animal/dia, produtividade animal de 16 @/ha e taxa de desfrute de 43,5%. A melhor nutrição nos pastos formados após a lavoura na ILP possibilitou atingir maior peso à desmama, tanto de machos como de fêmeas, sendo que as novilhas passaram a ser submetidas à reprodução aos 12 meses de idade (antes, eram expostas aos 24 meses).
A Fazenda Campina se tornou uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) de ILP, passando a sediar diversas ações de transferência de tecnologia promovidas pela parceria com a Associação Rede ILPF para ampliar a adoção da ILP em solos arenosos.
Com exceção de 2020, desde 2014 são realizados anualmente dias de campo que abordam diversos aspectos da ILP na propriedade. Em paralelo aos dias de campo, é realizada uma reunião técnica de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) na Unoeste, em Presidente Prudente (SP), sob a coordenação do professor Edemar Moro.
O estudo de caso foi realizado através de parceria entre a Fazenda Campina e instituições como a Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP), a cooperativa Cocamar e a Universidade do Oeste Paulista (Unoeste).
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