Exportações de café brasileiro atingem 3,1 milhões de sacas em março
Embarques no mês registraram aumento significativo em receita cambial e preço médio da saca de café, na comparação com março de 2019
O Brasil exportou em março deste ano 3,1 milhões de sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído, mantendo o mesmo patamar do volume exportado em março de 2019. A receita cambial gerada no mês com as exportações foi de US$ 423,72 milhões, aumento de 6,1% em relação a março de 2019. Já o preço médio da saca foi de US$ 135,72, alta de 6% na mesma comparação. Os dados são do relatório compilado pelo Cecafé, Conselho dos Exportadores de Café do Brasil.
Com relação às variedades embarcadas no mês passado, o café conilon (robusta) apresentou um relevante aumento nas exportações, de 30,2% em relação a março de 2019, com 248,5 mil sacas exportadas (8% da participação das exportações por variedade). Já o café arábica representou 82,2% do volume total de café exportado no mês, com 2,6 milhões de sacas embarcadas, enquanto que o café solúvel representou 9,8% dos embarques, com a exportação de 306 mil sacas.
“No mês de março, o desempenho das exportações foi muito positivo, pois os volumes exportados se mantiveram nos mesmos patamares de março/2019, mesmo diante das limitações impostas pelo cenário atual de crise e da safra menor de 19/20. O segmento exportador trabalhou intensamente nos preparos do café, na logística, nos escritórios e áreas portuárias, seguindo todas as orientações da OMS e dos órgãos públicos de saúde federal, estaduais e municipais, para conseguir o melhor resultado possível. Com quase 300 anos de existência no Brasil, o agronegócio café enfrenta um dos períodos mais difíceis, já tendo passado, no último século, pelas grandes guerras, o crash da Bolsa de Nova Iorque e a Guerra Fria. Nesse contexto, o café brasileiro reitera a sua solidez e maturidade, com uma cadeia produtiva unida e capaz de continuar atendendo seus consumidores internos e externos com seus cafés de qualidade e sustentáveis”, declara Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.
Ano Civil
De janeiro a março de 2020, o Brasil exportou 9,6 milhões de sacas de café, com destaque para o crescimento de 24,9% nas exportações de café robusta (equivalente a 691,2 mil sacas) na comparação com o primeiro o mesmo período do ano passado. A receita cambial gerada pelas exportações no período foi de US$ 1,3 bilhão e o preço médio foi de US$ 135,48, registrando aumento de 3,3%.
Principais destinos
No primeiro trimestre de 2020, o principal destino de café brasileiro segue sendo os Estados Unidos, que importaram 1,8 milhão de sacas no período (19,3% de participação no total das exportações). A Alemanha, segundo maior consumidor, importou 1,7 milhão (equivalente a 17,8% de participação nos embarques) e a Itália, terceiro maior consumidor, importou 939 mil sacas (9,8%). Na sequência, estão a Bélgica, com 493,6 mil sacas (5,2%); Japão, com 485,6 mil sacas (5,1%); Federação Russa, com 322,5 mil sacas (3,4%); Turquia, com 282,6 mil sacas (2,9%); Espanha, com 245,2 mil sacas (2,6%); Canadá, com 221,2 mil sacas (2,3%); e França, com 203,8 mil sacas (2,1%).
Entre os destinos listados, a Federação Russa e a Espanha se destacaram ao apresentar um crescimento significativo na compra de café brasileiro, se comparado ao primeiro trimestre de 2019. Os aumentos foram de, respectivamente, 23,7% e 28,5%.
Entre os continentes e blocos se destacam as exportações para os países da África, que registraram aumento de 44,5% (205 mil sacas), América Central, 29,2% (25,3 mil sacas), países do BRICS, 23,8% (435,7 mil sacas), Leste Europeu, 21,4% (495,8 mil sacas), Mercosul, 11,2% (166,9 mil sacas) e para os países produtores, 10,1% (418,6 mil sacas).
Cafés diferenciados
No primeiro trimestre deste ano, o Brasil exportou 1,6 milhão de sacas de cafés diferenciados (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis) que representaram 16,7% do total embarcado no período. A receita cambial dessa modalidade foi de US$ 284 milhões, correspondendo a 21,9% do total gerado com os valores da exportação de café no período. Já o preço médio da saca de cafés diferenciados ficou em US$ 177,16.
Os 10 maiores países importadores da modalidade representaram 77,7% dos embarques no período de janeiro a março deste ano. Os Estados Unidos seguem sendo o país que mais recebe cafés diferenciados do Brasil, com 304,6 mil sacas exportadas (equivalente a 19% de participação nas exportações da modalidade), seguido pela Alemanha, com 213,3 mil sacas (13,3%) e Itália, com 162,7 mil sacas (10,2%). Na sequência estão: Japão, com 160,9 mil (10%); Bélgica, com 150,9 mil (9,4%); Reino Unido, com 66,9 mil (4,2%); Suécia, com 50,7 mil sacas (3,2%); Finlândia, com 46,3 mil sacas (2,9%); Coréia do Sul, com 46 mil sacas (2,9%); e Países Baixos, com 43,1 mil sacas (2,7%).
Ano-Safra 2019/20
Nos nove primeiros meses do Ano-Safra 2019/20 (jul/19-mar/20), o Brasil exportou 29,9 milhões de sacas de café, com destaque para o crescimento de 19,1% nas exportações de café robusta na mesma base comparativa da safra anterior. A receita cambial com as exportações no período até agora foi de US$ 3,8 bilhões e o preço médio foi de US$ 128,63.
Portos
O Porto de Santos segue na liderança como via de escoamento do café neste ano, com 82,8% de participação (7,9 milhões de sacas embarcadas por ele). Os portos do Rio de Janeiro figuram o segundo lugar, com 11,5% de participação (1,1 milhão de sacas embarcadas por eles).
O relatório completo das exportações de café de março de 2020 está disponível no site do Cecafé: http://www.cecafe.com.br/.
Sobre o Cecafé
Fundado em 1999, o Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – representa e promove ativamente o desenvolvimento do setor exportador de café no âmbito nacional e internacional. A entidade oferece suporte às operações do segmento por meio do intercâmbio de inteligência de dados, ações estratégicas e jurídicas, além de projetos de cidadania e responsabilidade social. Atualmente, possui 120 associados, entre exportadores de café, produtores, associações e cooperativas no Brasil, correspondendo a 96% dos agentes desse mercado no país.
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