Frutas, verduras e hortaliças em SP
Uso seguro de agroquímicos é tema de reunião em Jundiaí com Câmara Setorial da Secretaria de Agricultura de SP
Programas Quepia, Unidade de Referência e Aplique Bem são coordenados pelo Centro de Engenharia e Automação do IAC, com financiamento privado; mau uso de agroquímicos resulta em perdas anuais de R$ 2 bilhões ao campo
O pesquisador Hamilton Ramos, do Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico (CEA-IAC), órgão sediado na paulista Jundiaí, recebe hoje um grupo de técnicos da Câmara Setorial de Frutas, Legumes, Verduras e Hortaliças da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA/SP). O encontro tem entre os objetivos debater regras e políticas públicas para aprimorar a segurança e a efetividade agronômica nas aplicações de defensivos agrícolas realizadas na cadeia produtiva paulista.
De acordo com Ramos, a agenda da reunião terá foco nos programas Adjuvantes da Pulverização, Aplique Bem, IAC-Quepia e Unidade de Referência em Tecnologia e Segurança na Aplicação de Agroquímicos (UR). Os quatro projetos são empreendidos pelo CEA-IAC, com a participação da iniciativa privada, e transferem benefícios contínuos à agricultura paulista e brasileira, conforme o pesquisador.
O Aplique Bem e o IAC-Quepia, por exemplo, segundo assinala Ramos, são realizados há 13 anos e 14 anos, respectivamente, “com resultados e desdobramentos reconhecidos no Brasil e no exterior”.
Conhecimento e benefícios - Voltado a pequenos, médios e grandes produtores rurais, o Aplique Bem leva treinamentos gratuitos diretamente às propriedades, por meio de uma equipe de engenheiros agrônomos coordenada por Ramos. Desde a criação do programa, afirma ele, cerca de 70 mil pessoas no Brasil e mais sete países receberam capacitação do Aplique Bem.
Um dos alvos do Aplique Bem, enfatiza Ramos, é disseminar a importância de o produtor fazer a manutenção periódica de pulverizadores agrícolas para produzir mais e melhor. O pesquisador conta que numa ação do Aplique Bem feita em parceria com uma rede de supermercados, centrada nos pulverizadores, as amostras de hortaliças com resíduos de defensivos caíram mais de 80%. “Este dado se repetiu dois anos depois, após uma segunda análise do gênero, envolvendo o mesmo grupo de produtores.”
Sobre o programa IAC-Quepia, focado na qualidade e na certificação de equipamentos de proteção individual (EPI) - itens utilizados nas aplicações de agroquímicos –, Ramos lembra que o projeto fez do Brasil o primeiro país a contar com normas e especificações de qualidade para vestimentas protetivas agrícolas.
“A produção de conhecimento encampada pelo IAC-Quepia reduziu o índice de reprovação de vestimentas fabricadas no Brasil de 80%, no início dos anos de 2000, para 20% no ano passado. Trata-se de um ganho enorme na proteção do trabalho rural.”
Outro programa mais recente e já bem-sucedido do CEA e da SAA, a Unidade de Referência em Tecnologia e Segurança na Aplicação de Agroquímicos também ocupará a agenda do encontro de Jundiaí. “A equipe especializada da UR qualifica quadros técnicos de empresas do agro para capacitar ao trabalhador rural aplicador de produtos. Programas da UR podem ter curta e média duração, inclusive com módulos customizados”, resume Ramos.
Dados do CEA-IAC apontam que entre 25 milhões e 30 milhões de pessoas trabalham no agronegócio. Desse montante, cerca de 4,5 milhões são analfabetos, 12 milhões atuam como trabalhadores temporários e 85% exercem funções nas pequenas propriedades. “O mau uso de defensivos agrícolas implica em perdas anuais da ordem de dois bilhões de reais ao agronegócio brasileiro”, enfatiza Hamilton Ramos.
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