Fotógrafas mineiras na Sorbonne Art Gallery, em Paris
Até 31 de maio, no contexto do Ano da França no Brasil, a Initial LABO, em parceria com a Sorbonne Art Gallery (Paris) apresenta a exposição “ID”, de "identidade”, reunindo obras das mineiras Márcia Charnizon, Juliana Sicoli e da artista carioca radicada na Espanha Angélica Dass. Seus trabalhos propõem a criação de imagens que questionam representações normativas e denunciam desigualdades estruturais na sociedade brasileira.
A mostra propõe uma reflexão sobre como a imagem pode desafiar padrões impostos, afirmar identidades marginalizadas e atuar como instrumento de resistência frente às desigualdades sociais.
As obras fazem parte da coleção “Un fonds photographique brésilien à la BnF”, que integra o acervo da Biblioteca Nacional da França (BnF). A curadoria é de Heloise Conesa, conservadora do patrimônio e responsável pelo acervo de fotografia contemporânea no Departamento de Gravura e Fotografia da BnF, que destaca, nessa mostra, como cada artista utiliza a cor como elemento central na construção de discursos visuais sobre identidade, gênero e desigualdade social.
As três artistas visuais têm em comum o uso de escolhas cromáticas que oscilam entre a suavidade e a violência, em diálogo com bordados, a escala Pantone ou jogos de caça às palavras. Através da questão cromática dos três trabalhos, são abordados temas de preconceito e violência, ainda tão presentes no Brasil e no mundo.
As artistas
Márcia Charnizon, em Caça às Palavras, retrata mulheres com mais de 50 anos que expõem, em seus corpos nus, as marcas simbólicas deixadas por frases violentas. A série parte da premissa de que, crimes de ódio são precedidos por discursos de ódio. As imagens são atravessadas por uma intensa luz vermelha, que remete à atmosfera dos laboratórios fotográficos analógicos, mas também evoca outras simbologias do vermelho que ampliam o campo de sentidos do trabalho. Nesse espaço de cor e presença, a artista cria um território de denúncia, memória e resistência.
Artista visual, com pós-graduação em fotografia e formada em psicanálise, Juliana Sicoli, tece uma narrativa que entrelaça psicanálise, fotografias e intervenções com materiais de corte e de costura. Sua pesquisa, fundamentada na busca por expressar as inquietações que não apenas a afetam, mas também ressoam em tantas outras mulheres, transcende as fronteiras do visível para desvelar camadas emocionais mais profundas. Em “Ainda Assim Falo”, a artista traz uma pesquisa feita em hospitais psiquiátricos do Brasil em que encontrou cartas feitas por mulheres injustamente internadas, simplesmente por não terem se submetido às regras de seus pais ou maridos. Historicamente, a internação em manicômios foi um dos mecanismos usados para puni-las e silencia-las. O trabalho busca contribuir para o debate sobre a violência de gênero e a urgência em se rever valores em um país com um dos mais altos índices de feminicídio.
Angélica Dass, no projeto Humanæ, registra, sem distinção de idade, religião, nacionalidade, sexo ou classe social, os retratos de 4.000 pessoas em 17 países e 27 cidades ao redor do mundo. As fotografias seguem os padrões clássicos da fotografia antropológica e do retrato legal (enquadramento em busto, pose e iluminação frontais). A artista constrói, assim, uma espécie de “paleta humana”, que evidencia a diversidade das tonalidades de pele à maneira de um catálogo Pantone, mas que também valoriza a continuidade sutil entre nossas cores, buscando criar mais igualdade do que diferença.
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