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Projeto Fotografias por Minas entra na reta final

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Luciana Anunciação
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Projeto Fotografias por Minas entra na reta final - Foto Bruna_Brandão Projeto Fotografias por Minas entra na reta final - Foto Bruna_Brandão

Vendas das fotos seguem até o dia 03 de julho. A nova meta é arrecadar 210 mil reais

Ainda dá tempo de contribuir com o projeto Fotografias por Minas e ajudar entidades e grupos sociais atingidos pela pandemia de Covid-19. Até o dia 03 de julho, é possível adquirir imagens autorais especialmente selecionadas, com o valor de R$ 150 para cada foto.

Nesta segunda etapa, a campanha buscou dar visibilidade para trabalhos de pessoas negras, de origem indígena e LGBTIQs+. O Fotografias por Minas convidou profissionais e amantes da fotografia, mineiros ou residentes no Estado, para participar com suas imagens da temática “para imaginar um mundo novo”. Ao todo, 426 fotógrafas e fotógrafos enviaram suas imagens. A nova meta é arrecadar 210 mil reais.

As fotos terão impressão de alta qualidade e durabilidade em papel fine art no tamanho 20x30 cm. As compras devem ser feitas no site www.fotografiasporminas.com.br e as entregas serão feitas pelos Correios até novembro. Há também uma conta no Instagram (@fotografiasporminas) onde diariamente são publicados os trabalhos dos participantes.

Até o momento, foram vendidas1286 fotos. A campanha alcançou 22 estados brasileiros, além de países como EUA, Espanha, França, Bélgica, Chile e Portugal. Já foram arrecadados mais de 193 mil reais.

Diversos artistas já apoiaram essa iniciativa como: Djonga, Maurício Tizumba, Fernanda Takai, Sergio Perere, Marisa Orth, Gregório Duvivier, Bárbara Paz, Arnaldo Baptista, Bia Nogueira, entre outros.

Além da ação solidária, o Fotografias por Minas também buscou promover o diálogo entre as produção de imagens fotográficas com outras áreas do conhecimento, discutindo novas visões e possibilidades de mundo. A iniciativa mobilizou profissionais da imagem e o público em geral em lives semanais. Já foram realizadas 25 lives no instagram do projeto, alcançando 20.650 visualizações, com a participação de 50 convidadas e convidados, figuras importantes e inspiradoras, como Ailton Krenak, Sidarta Ribeiro, Ronaldo Fraga, Mestre Júlio e Elisa Lucinda. A previsão é realizar ao todo 30 encontros virtuais.

Conforme destaca Isa Lira, uma das integrantes do projeto, “tivemos a oportunidade de unir profissionais de todo estado em prol de uma causa, além de ajudar 11 entidades mineiras e centenas de pessoas que estão agora sendo beneficiadas pela ação. O Fotografias por Minas representou uma oportunidade de contribuir com a sociedade nesse momento de exceção em que estamos vivendo, além de ter provado que a coletividade faz as ideias e os sonhos serem possíveis”, afirma.

Entidades

As entregas já começaram para as entidades e grupos beneficiados. Já foram entregues 3.680 fraldas geriátricas para a residência inclusiva Bom Pastor; 15 cestas básicas, 15 kits de higiene, 15 kits de limpeza grandes, entre outros itens, para o Quilombo Ausente Feliz; a Comunidade Geraizeira do Vale das Cancelas, no Norte de Minas, recebeu 294 cestas básicas; e para o Lar Sagrada Família, na Grande BH, foram entregues cinco cadeiras de roda, três cadeiras de banho, três andadores, 75 pacotes de fraldas geriátricas e seis caixas de luva de procedimento.

De acordo com a organização, as entidades foram escolhidas seguindo os critérios de visibilidade reduzida, falta de apoio, urgência em suas carências e diversidade de causas. A quantia arrecadada não será repassada em dinheiro, mas na forma de suprimentos necessários para cada instituição, conforme suas próprias indicações. Caso a segunda meta seja batida, o grupo estuda a possibilidade de novos apoios a mais entidades.

Entidades que serão beneficiadas na segunda etapa do projeto:

- Povo Pataxó Hãhãhãe – O povo Pataxó Hãhãhãe do grupo Kuturãma representa aproximadamente 22 famílias (122 indígenas), das quais 14 famílias (62 indígenas, dentre eles idosos e crianças) vivem atualmente de forma precária no aglomerado Jardim Vitória, em Belo Horizonte. Em decorrência das dificuldades desencadeadas pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho/MG, viram-se obrigados a se retirar da aldeia Pataxó Hãhãhãe Naô Xohã, em São Joaquim de Bicas/MG, localizada no vale do Rio Paraopeba. O Grupo Katurãma Pataxó Hãhãhãe se encontra em condições de extrema vulnerabilidade na periferia de Belo Horizonte sujeito a violações de seus direitos culturais, territoriais e está exposto em uma região onde há violência e casos comprovados de Covid-19.

- Povo Indígena Xakriabá – O Povo Indígena Xakriabá está localizado no Município de São João das Missões, Norte de Minas. Atualmente, a Terra Indígena Xakriabá tem uma extensão de 56 mil hectares (o que representa menos de 1/3 de seus direitos), conta com 31 Aldeias e cerca de 10 mil indígenas. O grupo luta pela ampliação do território através das “retomadas de terra” para que possam chegar até a margem do Rio São Francisco. Impactados e extremamente vulneráveis à Covid-19, o cuidado com as Aldeias precisa ser redobrado. A terra Xakriabá está localizada numa região de clima semiárido, onde nos últimos anos tem-se intensificado os períodos de seca, inviabilizando o cultivo de subsistência.

- Cio da Terra – Coletivo de mulheres migrantes, criado em 2017, para unir mulheres de várias nacionalidades na luta de seus direitos migrantes. Trata-se de uma rede de apoio e troca de experiências que dá suporte e auxilia no fortalecimento da autonomia e autoestima destas mulheres. A pandemia afetou os migrantes em vários aspectos. Todos os eventos foram cancelados prejudicando a fonte de renda, impossibilitando a compra de alimentos e dificultando a sua sobrevivência. Além disso, migrantes que estão em situação irregular também são muito afetados pela impossibilidade de usufruir dos auxílios governamentais, como a renda básica. O Cio da Terra estendeu suas atividades, tendo que atender não só mulheres, mas também incluindo a assistência a homens migrantes e famílias como um todo, com doações de cestas básicas, roupas e fraldas para crianças pequenas.

- Albergue Santo Antônio – Lar para pessoas idosas situado na cidade de São João Del Rei. Atua há 107 anos proporcionando dignidade e uma vida mais confortável para pessoas de toda a região. Atualmente, o espaço atende 64 pessoas idosas e conta com uma equipe de 54 funcionários/colaboradores, entre eles: cuidadores, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogo, psicólogo, assistente social, cozinheiros, ajudantes e prestadores de serviços gerais. A instituição tem alto custo de manutenção e vem passando por dificuldades financeiras neste momento de pandemia.

- Comunidade Quilombola Vazanteira de Caraíbas – Situada no Norte de Minas, na margem direita do Rio São Francisco, no município de Pedra de Maria da Cruz, é composta de 25 famílias que praticam a pesca artesanal, a agricultura de vazante e a coleta de frutos nativos. Reconhecida pela Fundação Cultural de Palmares, a Comunidade Quilombola vem lutando pela regularização fundiária de seu território, enfrentando conflitos e pressões do agronegócio nesta área. É uma das poucas que resistiram às invasões violentas das terras, em meados de 1970, organizadas por fazendeiros. Agressões que continuam a acontecer e que são constantemente denunciadas pelos moradores da comunidade.

- Comunidade Quilombola São Geraldo – A Comunidade Quilombola São Geraldo situa-se no município de Coração de Jesus. Os primeiros ocupantes foram indígenas e escravos fugidos das grandes fazendas que chegaram na área, há cerca de 180 anos. O nome São Geraldo passou a ser utilizado quando Wenceslau Ramos da Cruz, um latifundiário da região, doou o terreno para os moradores. Atualmente, formada por 150 famílias, a comunidade tem como principal atividade a agricultura familiar - lavoura de milho, feijão, fava e mandioca. Devido às secas recorrentes, as famílias enfrentam dificuldade para manter-se, e, com a chegada da pandemia, a situação se agravou ainda mais.

Projeto Fotografias por Minas

Em 2018, foi criado o grupo “Fotografia pela Democracia”, formado por fotógrafas e fotógrafos em vários lugares do país. Em Belo Horizonte, o primeiro encontro presencial reuniu 127 pessoas. As conversas continuaram pelo whatsapp, discutindo política e assuntos ligados à fotografia. A partir do grupo de profissionais que se reúne virtualmente, surgiu a ação Fotografias por Minas, inspirada em iniciativas semelhantes realizadas em outras partes do Brasil e do mundo.

O projeto Fotografias por Minas tem parceria e o apoio de empresas mineiras, como a Greco Design, a Artmosphere Fine Art e a ETC Comunicação.


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