Escolas podem liderar revolução ambiental nas comunidades
Em Curitiba, uma parte significativa dos moradores adotou o costume de separar lixo orgânico do lixo que pode ser reciclado, inclusive com lixeiras nas ruas separadas por cores para cada tipo de material que pode ser descartado.
O que hoje é natural para muitos moradores de Curitiba, na verdade, é fruto de muita campanha de conscientização ambiental na década de 1990, quando a prefeitura criou a campanha Lixo que Não é Lixo.
Por meio de entrevistas na mídia, campanhas publicitárias com um jingle que ficou famoso (Lixo que não é lixo, não vai pro lixo. SE-PA-RE) e muitas ações em escolas, não demorou para que a separação de lixo orgânico do reciclado se tornasse uma rotina na comunidade.
Para Vitor Dalcin, Diretor da Ambiental Santos, esse é um dos melhores exemplos de conscientização ambiental atuando na comunidade para alcançar boa parte dos moradores: “Iniciativas locais criam esse engajamento. Infelizmente, o óleo de cozinha usado não teve campanhas massificadas para a reciclagem, e por isso, seria interessante que escolas possam atuar como agentes de conscientização ambiental nas comunidades”.
Por que as escolas podem ser a melhor opção?
Para Vitor, é evidente que projetos desenvolvidos nas escolas estão no ambiente perfeito, são espaços associados com educação e formação dos cidadãos, com muitas escolas diretamente conectadas com a rotina não apenas dos alunos, mas de seus pais e de toda comunidade.
A estratégia do lixo reciclado em Curitiba “pegou” pela construção dessa consciência ambiental desde a base educacional. Eram ações que ficavam no imaginário das crianças, envolvendo mascotes chamadas Família Folha e até mesmo o caminhão que recolhia esse lixo reciclado era diferenciado:
“Claro que as escolas não precisam ir tão longe, mas é possível organizar mutirões para escolher óleo usado, explicando como engarrafar em casa e como levar até o ponto de coleta na escola, por exemplo. Mais que isso, a escola pode criar feiras nos finais de semana para falar sobre sustentabilidade e outras ações correlatas, como recolher pilhas e outros materiais igualmente perigosos para o meio ambiente”.
Vitor ressalta que campanhas de conscientização e educação para promover a coleta de óleo de cozinha nas escolas trazem ganhos imediatos e de longo prazo, pois as crianças passam a olhar com naturalidade para esse resíduo, entendendo que dentre todos os produtos recicláveis esse é o único comestível e por isso deve ter seu destino apenas com empresas licenciadas e comprometidas com a legislação.
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