Estudo evidencia adaptação de mídias sociais ao uso didático durante pandemia
Artigo é fruto de parceria entre pesquisadoras da UFSCar e UniRoma 3, que investigam a aprendizagem no campo da educação escolar
Como professoras da Educação Infantil adaptaram o uso de ferramentas como WhatsApp e Facebook no processo de aprendizagem durante o período da pandemia no Brasil? Essa é uma das perguntas respondidas por pesquisadoras do Centro de Pesquisa da Criança e de Formação de Educadores da Infância (Cfei) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com a Università degli Studi Roma Tre (UniRoma 3), da Itália, em um artigo online (https://bit.ly/3zOnv65). O trabalho, derivado de convênio ítalo-brasileiro, buscou identificar e analisar alguns elementos de organização pedagógica de professoras na implementação do atendimento não presencial (ou remoto), em razão da pandemia de Covid-19, em instituições de Educação Infantil - que compreende da creche à pré-escola, atendendo crianças de 0 a 5 anos.
A pesquisa evidenciou que, para os professoras, "a implementação de ações remotas ou não presenciais com famílias e crianças se constitui em uma tarefa bastante desafiadora e exigente, especialmente porque muitos não tiveram uma formação específica para usar as tecnologias como recursos centrais da organização pedagógica no âmbito da Educação Infantil. Neste sentido, as(os) professoras(es) buscaram recursos em suas próprias experiências cotidianas anteriores, a partir de ferramentas tecnológicas utilizadas em sua vida pessoal, por exemplo, WhatsApp e Facebook", afirmam as autoras Aline Sommerhalder, professora do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP) e coordenadora do Cfei da UFSCar; Eveline Tonelotto Barbosa Pott, pós-doutorada pelo DTPP/UFSCar; e Concetta La Rocca, da UniRoma 3.
No estudo, os elementos de organização pedagógica considerados foram: objetivos ou intencionalidades educacionais, recursos, tempo e estratégias. Para o desenvolvimento, foi aplicado um questionário em desenho de estudo e-surveycontendo 44 perguntas, abertas e fechadas, no período de março a julho de 2020 e contou com a participação de 97 professoras de Educação Infantil, do Brasil.
"Diante do contexto de pandemia e suspensão do atendimento presencial também na Educação Infantil, o redesenho dos fazeres docentes no que tange à organização pedagógica, incluindo a adaptação de materiais, foi evidenciada neste estudo", destacam as pesquisadoras. "A problematização dos dados deste estudo mostra que estes recursos comunicacionais não são didáticos; neste caso, não se trata de formação tecnológica somente e, sim, de uma formação adequada aos docentes/professoras de Educação Infantil que contemplem, de modo crítico, o uso de ferramentas tecnológicas", completa Sommerhalder.
O material científico, derivado de uma ampla investigação sobre Educação Infantil e processos de aprendizagem no campo da Educação Escolar, está disponível na plataforma Scielo, em https://bit.ly/3zOnv65. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo e-mail .
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