Aluno da UNIASSELVI dá a volta ao mundo com muletas e lança livro sobre as viagens
Luiz Thadeu Nunes e Silva tem 63 anos e é estudante de Jornalismo Digital, no Polo São Luís, no Maranhão (MA)
“Bom dia! Prazer em falar com você.” Foi com um tom bem-educado e de positividade contagiante que Luiz Thadeu Nunes e Silva, 63 anos, aluno de Jornalismo Digital da UNIASSELVI, começou o bate-papo sobre o lançamento do seu livro. Das muletas fiz asas, fala das voltas ao mundo que ele dá. Superação e resiliência são os combustíveis que já o levaram a mais de 140 países, passando por todos os continentes.
Conhecido internacionalmente, o Engenheiro Agrônomo e estudante do 3° semestre do Polo Athenas, em São Luís, no Maranhão (MA), relata em 214 páginas as vivências que desfruta desde 2009. Apaixonado pelo globo, como ele mesmo afirma, desde cedo se interessa por diferentes lugares. Quando garoto, ia todos os dias até a biblioteca pública da cidade:
“Eu conheci o mundo quando eu tinha 11, 12 anos, através dos livros. (...) e coloque na sua matéria, que a minha matéria-prima são os sonhos.”
Hoje planeja montar uma biblioteca comunitária para proporcionar acesso às pessoas que não têm. Além disso, tem o objetivo de conhecer todos os 193 territórios existentes - conforme reconhecimento das Organizações das Nações Unidas (ONU). Para isso, ele tem tudo organizado:
“Tenho uma meta e uma planilha. É como quem tem um álbum de figurinhas. Quando você começa, qualquer pacote de figurinhas serve, mas quando só falta uma por página, é preciso comprar “20” pacotinhos para tirar uma que sirva. É a mesma coisa para quem viaja. Vai diminuindo o número de países e eles geralmente vão sendo os mais distantes”.
O desejo por conhecer outras pátrias aumentou depois que Silva sofreu um acidente de carro e passou meses internado em estado grave:
“Eu não tinha nenhuma perspectiva de ficar bom, porque eu estava lutando para ficar vivo. Somente isso”.
A primeira vez que embarcou para fora do Brasil acompanhado das muletas, ele passou por oito países europeus. Entre os vários destinos que já percorreu, o que ficou por mais tempo foi nos Estados Unidos, passando mais de dois meses. Detalhes destas e de outras viagens são contatados na obra que foi publicada pela editora N’versos.
Das inúmeras histórias que leva na bagagem, ele destaca um acontecimento na cidade de Mumbai, no Oeste da Índia. Ao entrar em um estabelecimento para revelar fotos e ver um mudo se comunicando com o proprietário da loja, ele começou a gravar a cena:
“O dono não queria que eu filmasse. Aí eu tentei explicar que eu não falo inglês e estava fazendo o vídeo justamente por isso. Pois se um mudo que tem mais dificuldade consegue se comunicar, por que eu não vou conseguir?! E aí ele permitiu.”
Ser exemplo de que é possível realizar sonhos é o maior estímulo do aventureiro. "Eu sou movido pelo novo”, conta. Em agosto deste ano, ele irá para 12 países. Dos quais, nove estará pela primeira vez - sete deles na América Central e nas duas Guianas que fazem fronteira com o Brasil.
Depois que concluir o itinerário, ainda restarão 41 países aguardando a passagem do viajante que se compara ao personagem de cinema, Forrest Gump:
“Sou um andarilho e contador de histórias. (...) eu gosto de conectar as pessoas e mantenho contato com muitas delas, principalmente com os brasileiros que moram fora”.
De turista a correspondente
Silva considera que se reinventou ao cursar Jornalismo e que a Graduação está colaborando muito com os resultados das experiências da sua jornada ao redor do mundo. Isso porque, ele escreve crônicas para 22 veículos de comunicação entre jornais e blogs brasileiros. Os textos também são publicados no Novo Jornal, maior periódico de Luanda, capital da Angola.
Homenagem
De 2009 a 2019, ele se tornou o sul-americano mais viajado. Quando atingiu a marca de 140 países, os Correios produziram um selo para homenagear o acadêmico, com direito a evento público na biblioteca de São Luís (MA), a mesma que ele frequentava quando mais novo. O reconhecimento foi feito por ele ser o brasileiro que mais viajou pelo mundo com mobilidade reduzida.
Por Redação UNIASSELVI
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