Dia da Educação: transformação das pessoas, do mercado e da sociedade
Por Adriana Karam*
A Educação do século 21 precisa, cada vez mais, conciliar as competências técnicas e comportamentais. Não podemos formar pessoas que trabalhem apenas o aspecto técnico, sem desenvolver em conjunto sua criatividade e as demais competências. Educar, formar, profissionalizar, também é despertar o olhar para temas que dizem respeito a questões sociais e ao bem-estar individual e coletivo. Todo o processo deve privilegiar o entendimento do papel do cidadão, de como se articula o conhecimento de forma ética em benefício da sociedade, em uma formação mais ampla. Em resumo, é a Educação agindo para potencializar a cidadania transformadora.
O modelo educacional de uma escola ou universidade é seu coração. Vivemos um momento em que esse coração precisa ser revisitado pois passamos, ao longo dos últimos anos, por mudanças disruptivas, que criaram um novo modelo de sociedade e de relações sociais, econômicas e de geração de conhecimento. Sabe-se hoje que a aprendizagem ligada à prática profissional é mais significativa, que o mundo do trabalho é multidisciplinar, que mais valem as competências construídas do que as notas obtidas e que as instituições precisam oferecer programas educacionais mais flexíveis.
A experiência mexicana do TEC Monterrey – referência internacional em educação inovadora, tecnológica e transformadora – elegeu quatro pilares que fazer de seu projeto pedagógico um modelo para se desenvolver as competências do século 21, permitindo que cada aluno forme sua experiência de maneira única e singular: Educação baseada em desafios; Professores inspiradores; Flexibilidade e autonomia curricular; e Vivência memorável.
Os quatro pontos formam uma escolha muito feliz, que já inspira outras instituições em sua construção pedagógica.
O que se faz na universidade vai além do que é ensinado nas disciplinas. É preciso um perfil ético e comportamental que deve fazer parte desse projeto: um técnico que se aplica à sociedade. E as tecnologias, a realidade virtual, a inteligência artificial e tantas ferramentas são aplicadas a toda essa proposta, mas sem se limitar ao uso tecnológico. É dessa forma que a Educação transforma as pessoas, que transformam o mercado de trabalho e a sociedade em que se inserem.
Nosso entendimento sobre a Educação como ferramenta de uma cidadania transformadora para a formação integral dos trabalhadores também é fruto de uma visão inspiradora. Isso envolve planejamento, criação de uma cultura que gere os resultados esperados, envolvimento e comprometimento de todos os envolvidos no processo educacional, dentro e fora das escolas e universidades. E que também é resultado da clareza do papel e do propósito da instituição. Essa clareza é muito importante para a definição da transformação, pois para cada instituição de ensino, para cada propósito, há um desenho próprio.
A aplicação do conhecimento na prática e um time de professores com experiência de mercado, por exemplo, devem ser sempre a tônica das instituições que buscam transformar a educação em nosso país, do ensino básico ao superior. Estamos – e sempre estivemos – em uma constante busca de caminhos para inovar nossa oferta de valor para nossos alunos, para as empresas e para a sociedade.
A troca de experiências deve ser fomentada, para que possamos traduzir o modelo do século 21 para a realidade das instituições brasileiras, já que essa não é uma tarefa do tipo “copie e cole”. Há que se fazer uma leitura de cada contexto, seus desafios, necessidades dos alunos e da região em que está se inserido para desenhar de forma eficiente um modelo educacional.
*Adriana Karam é professora, pesquisadora de inovação na educação e reitora do Centro Universitário UniOpet.
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