O gosto por desenhar na infância cresceu junto com Eduardo Carvalho, 30 anos. As obras do artista plástico são todas de realismo e tão fiéis que ele foi convidado para expor no Museu do Louvre, em Paris, na França, com data ainda a ser definida. O chamado partiu de uma curadora internacional que conheceu o trabalho do mineiro.

Há 10 anos, ele trocou o interior de Minas Gerais (MG) pela cidade de Franca (SP), com o objetivo de trabalhar com panificação. Mas foi outra área que acabou tomando o coração e a vocação do aluno do 3° semestre de Artes Visuais, no polo Franca UNIASSELVI.

Durante o período, no novo município Carvalho terminou os estudos por meio do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Junto com o diploma veio a primeira oportunidade de divulgação como ilustrador:

“Um dos meus desenhos foi capa do livro de poemas da turma do Encceja e isso resultou na minha primeira exposição, que foi no Teatro Municipal José Cyrino Goulart, em Franca.”

Sozinho, porém, acompanhado de muita determinação, dedicação e vontade ele aprendeu a técnica do hiper-realismo, conforme conta:

“Os meus trabalhos são baseados em fotografias. Eu pego as imagens e me baseio nelas”.

Com o passar do tempo ele foi aperfeiçoando cada vez mais as habilidades e consequentemente aprimorando ainda mais o seu talento. Em 2019, criou o próprio curso de desenho realista e atualmente ensina cerca de 20 estudantes, com idades entre 12 e 68 anos, em duas instituições.

O aprendizado da Graduação tem sido de grande importância para ele, já que além de proporcionar mais conhecimento prático, as aulas também oferecem suporte para que ele atue como professor.

"Nesse primeiro ano de Graduação a gente estudou mais a parte teórica. Isso me ajudou muito, porque como sou eu quem deu o meu próprio curso, eu acabei aprendendo bastante sobre a parte docente. Um exemplo, é que agora eu sei como desenvolver a parte cognitiva da criança, nesse sentido pedagógico.”

Agora, Carvalho busca viabilizar a capitalização de recursos para a exposição em Paris. No perfil do Instagram @eduardocarvalho.arte e no site eduardocarvalhoartes.com.br é possível conferir algumas das aproximadamente 30 criações do graduando.

Premiação Funarte

Também em 2019, Carvalho recebeu uma premiação da Fundação Nacional de Artes (Funarte) com a exposição A Cultura e suas Peculiaridades. Na mostra, um dos trabalhos que mais chamou a atenção foi o busto de uma mulher negra. O qual, ele afirma ter tido como referência as raízes do Estado do Rio de Janeiro (RJ):

“Através dessa tela eu consegui contextualizar a cultura Quilombola, que está inserida e representada nas comunidades. Onde as tradições são derivadas da cultura africana e a cor predominante nas favelas é parda. Sem esquecer que há muitas mulheres, por isso essa representatividade”.

A exibição aconteceu em Belo Horizonte (MG) e também recebeu uma versão itinerante, que passou pela cidade do artista. O reconhecimento por parte da Fundação foi de grande valia para ele:

“Essa premiação foi muito especial porque ela era destinada apenas para uma pessoa física e mais quatro condecorações para pessoas jurídicas. E eu fui o único contemplado no Brasil todo como pessoa física.”

Museu do Louvre

O Louvre, em Paris, na França, é o maior e mais visitado museu de arte do mundo, considerado por si só um monumento histórico. Possui acervo com mais de 380 mil objetos, que vão desde relíquias do antigo Egito até pinturas modernas. Entre elas, a famosa Mona Lisa de Leonardo da Vinci, a Vênus de Milo e o retrato de Luís XIV”, de Hyacinthe Rigaud.