Conflito entre Rússia e Ucrânia: como trabalhar o tema com estudantes do Ensino Médio?
Assunto chega às salas de aula e chama atenção como possível tema de atualidades nos vestibulares; Fabiana Pegoraro, coordenadora de Geografia do Colégio Rio Branco, responde a dúvidas sobre a abordagem da guerra com os jovens
O conflito entre Rússia e Ucrânia é um dos temas mais relevantes de 2022 devido à instabilidade geopolítica que gera no mundo, tornando-se, assim, assunto relevante para os próximos vestibulares e o Enem. Nesse cenário, como pode ser feita a abordagem do tema com os estudantes do Ensino Médio?
Esse grupo de alunos, altamente exposto às redes sociais e às informações disponíveis na internet, vê-se cercado de incertezas por conta da veracidade dos fatos, por vezes imprecisos e até falsos, sobre o conflito, o que pode gerar nos estudantes diversas dúvidas a respeito do tema. Por isso, a abordagem do conflito nas escolas deve ser feita com muita atenção e responsabilidade.
“Os alunos têm muita curiosidade. Eles perguntam, eles têm medo, então o professor tem que estar atualizado e tem que trazer isso pra sala de aula. O professor precisa tirar essa angústia do aluno com informações concretas”, explica Fabiana Pegoraro, doutoranda de Geografia Humana na USP e coordenadora de Geografia do Colégio Rio Branco. Ela responde algumas dúvidas em relação a metodologias que podem ser aplicadas nesse cenário e enfatiza que o tema não pode ser deixado de lado durante as aulas.
O conflito nas questões dos vestibulares
Uma grande preocupação entre os estudantes é a presença do tema entre as perguntas dos vestibulares. O conflito entre Rússia e Ucrânia pode aparecer em questões de diversas disciplinas, como Geografia e História, por exemplo, como normalmente é cobrado conhecimento de atualidades. Além disso, o assunto pode figurar nas redações dos processos seletivos.
“No pré-universitário, como chamamos a 3ª série do Ensino Médio no Rio Branco, tivemos um enfoque incisivo: o professor, dentro da disciplina de atualidades, está trabalhando o assunto dos conflitos na Ucrânia com os alunos. O tema teve que entrar no cronograma de aulas”, explica a professora a respeito da metodologia implementada pela escola durante as aulas.
Contudo, a coordenadora alerta que não é possível prever as perguntas que vão aparecer nas provas: “As questões de atualidades são muito dinâmicas, a gente não consegue definir, elas vão acontecendo no dia a dia. Então temos essa preocupação de preparar o aluno e entender como ele vai abordar o assunto academicamente”.
Além disso, Fabiana Pegoraro aponta a estratégia que os alunos devem ter nas questões dissertativas e redações. “O ideal é buscar uma resposta argumentativa. Se o aluno concorda ou não com a guerra, isso não será cobrado. O que vai ser importante na resposta é como ele vai argumentar sobre aquele contexto”.
Evitar fake news e manter-se bem-informado
“A primeira reação dos alunos ao conflito foi de tensão, por conta do elevado número de notícias sendo veiculadas, de diferentes mídias, e recheadas de informações que não são verdadeiras. Então eles fazem diversas perguntas”.
Em um contexto de conflito, as notícias falsas veiculadas no meio digital podem assustar os estudantes. Por isso, a abordagem do tema deve ser feita de forma responsável, a fim de trazer fatos e fazer com que os estudantes compreendam o que está realmente acontecendo.
“O que eles vão ouvindo na mídia, eles vão trazendo para a sala de aula”, comenta a professora a respeito da postura dos alunos. “Por isso, estabelecer uma troca entre professor e aluno, a fim de entender o contexto vivido atualmente pelos países, é muito importante para a saúde mental e para o desempenho dos estudantes”.
Sobre o Colégio Rio Branco (www.crb.g12.br) – O Colégio Rio Branco é uma das mais reconhecidas instituições de ensino do Brasil, com unidades de Educação Infantil ao Ensino Médio em São Paulo (Higienópolis) e Cotia (Granja Vianna). Criado em 1946 pela Fundação de Rotarianos de São Paulo, o colégio é associado à UNESCO e orienta seu projeto pedagógico na aquisição de conhecimentos e competências permeadas pelo diálogo, respeito à diversidade, atitude crítica e edificada em princípios éticos e de solidariedade.
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