Ensino Médio de São Paulo: Mais de 15,5 mil estudantes da 1ª série da rede estadual têm acesso a cursos técnicos em 2021
Administração e Informática para Internet lideram entre os mais procurados
Com foco na preparação para a vida, seja no ensino superior ou no ingresso no mundo do trabalho, o Ensino Médio de São Paulo ofereceu, neste ano letivo, formação profissional para 18 mil estudantes da 1ª série, de 426 escolas da rede estadual, em 221 cidades. O grupo teve a oportunidade de escolher, no final do ano passado, durante o processo de rematrícula na Secretaria Escolar Digital (SED) uma opção entre nove cursos técnicos profissionalizantes do Novotec Integrado, programa executado entre a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE-SP).
O curso de Administração liderou a relação de procura, com 6.503 matrículas. Informática para Internet, com 4.552, e Desenvolvimento de Sistemas, com 1.606, aparecem na sequência. Logística, Recursos Humanos, Marketing, Serviços Jurídicos, Guia de Turismo e Contabilidade, nesta ordem, fecham a lista. De acordo com Gustavo Mendonça, gestor do Ensino Médio de São Paulo na Seduc-SP, “a oferta dos cursos técnicos integrados e dos cursos de qualificação profissional representa mais opções de aprendizagem de novas competências e a aplicação prática de conhecimento, atendendo o projeto de vida individual”.
A demanda foi correspondente à oferta de vagas determinada a partir da adesão das escolas estaduais, demanda estudantil e capacidade de atendimento pelas escolas técnicas. Os componentes dos cursos técnicos são ministrados pelos professores das escolas técnicas parceiras das escolas estaduais – sejam as ETECs do Centro Paula Souza (CPS) ou outras instituições técnicas contratadas pela SDE. Todas as escolas técnicas seguem o mesmo Plano de Curso, desenvolvido pelo CPS para garantir igualdade e qualidade no ensino ofertado aos estudantes.
Natália Vido, coordenadora de Ensino Técnico e Profissionalizante na SDE-SP, comenta que o panorama reflete o interesse dos estudantes em cursos como opção profissional. “São possibilidades que abrem um leque grande de atuação, passando por empregabilidade e oportunidade de geração de renda ligada ao empreendedorismo. Os cursos do eixo de Tecnologia da Informação e Comunicação, por exemplo, proporcionam aos jovens competências e habilidades que estão em alta no momento, com alta demanda pelas empresas desses setores”, indica.
Os professores que ministram os cursos técnicos integrados têm formação adequada ao desenvolvimento dos objetivos da matriz curricular e dos Planos de Curso, de acordo com especificações legais para ministrar cursos de habilitação técnica, conforme detalhado no Catálogo de Requisitos de Titulação do CPS. A carga horária tem duração média de 1.200 horas. Em conjunto com os componentes curriculares da Formação Geral Básica (FGB) de 1.800 horas, formarão a nova carga horária do ensino médio, que será organizada em um único turno ao longo das três séries.
Portas abertas para o mercado de trabalho
E os efeitos positivos da proposta tem refletido na vida dos estudantes. Letícia Novais, 16, cursa a 1ª série do ensino médio na Escola Estadual Sólon Borges dos Reis e conseguiu participar do primeiro processo seletivo, em uma empresa no Jabaquara, graças ao curso de Informática para Internet. “É um conhecimento muito amplo, que vai me ajudar em muitas profissões. A explicação do professor consegue nos ajudar bastante, principalmente no raciocínio lógico. Todos os alunos passam a absorver mais as outras matérias”, revela.
Realidade na rede estadual
O Ensino Médio de São Paulo começou a ser implementado neste ano para 436 mil estudantes da 1ª série da rede de ensino estadual, com a oferta dos 12 componentes da FGB agrupados por áreas de conhecimento - Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Arte, Educação Física, Matemática, Química, Física, Biologia, História, Geografia, Filosofia, Sociologia -, alinhada à BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e ao Currículo em Ação, além dos três componentes do Inova Educação (Eletivas, Projeto de Vida e Tecnologia e Inovação). Neste ano, também ocorreu o processo de escolha dos aprofundamentos curriculares para 2022, conforme interesse individual.
A partir do próximo ano letivo, todas as escolas estaduais de ensino médio vão ofertar, para a 2ª série, pelo menos dois itinerários formativos, que contemplem as quatro áreas do conhecimento. São 11 onze opções: Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza; seis opções integradas entre elas, além da formação técnica ou profissional, via Novotec Expresso ou Novotec Integrado.
Ampliação das aulas e carga horária
Até 2019, a carga horária do ensino médio diurno era de 3.000h. Em 2020, com a implementação dos três componentes curriculares do Inova Educação na matriz curricular (Eletivas, Projeto de Vida e Tecnologia e Inovação), passou para 3.150h. A partir de 2022, o diurno vai para 3.510 horas e o período noturno, atualmente com 2.400h, vai para 3.000h. O aumento no número de aulas varia conforme o período (diurno, noturno e PEI – Programa Ensino Integral).
No próximo ano letivo, a 2ª série do período diurno passará de 35 para 42 aulas (7 a mais). Enquanto isso, a 1ª série do noturno terá 33 aulas e a 2ª série 34 aulas (hoje, são 25). Em 2023, as 3ª séries também passam pela mudança. O diurno contará com 40 aulas e o noturno com 33 aulas. Com mais essa expansão da carga horária, o diurno, ao final de 2023 terá contemplado a carga horária de 3.510h e o noturno de 3.000h. De acordo com a Seduc -SP, do ponto de vista do professor, todos terão sua opção de jornada mantida e ainda a oportunidade de ampliá-la, por meio dos itinerários formativos.
No Programa Ensino Integral (PEI), não há alteração em relação ao número de horas proposto para 2021. São 3.870h para as escolas com turno de 9h e 3.420h nas escolas com turno de 7h.
Os aprofundamentos curriculares estão organizados em unidades curriculares, que representam um bloco de 10 aulas semanais com duração de 1 semestre. Cada aprofundamento curricular é composto por 6 unidades curriculares. Na 2ª série, você terá uma unidade curricular em semestre e, na 3ª série, quatro unidades curriculares, duas em cada semestre.
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