Ex-aluno leva pesquisa iniciada na Etec a congresso da Unifesp
Projeto desenvolvido durante o Ensino Médio e o estágio em um dos laboratórios da USP inspiraram o estudante a estudar Medicina
O ex-aluno da Escola Técnica Estadual (Etec) Guaracy Silveira e estudante de Medicina da Universidade Federal Paulista (Unifesp), Gabriel Ronatty, participa nesta sexta-feira (17) do Congresso Acadêmico Unifesp 2020. A apresentação será sobre o trabalho de Iniciação Pré-Científica Busca do melhor detergente para criação de um pâncreas bioartificial, que ele começou a desenvolver quando estudava na Etec. A palestra será transmitida ao vivo, às 11 horas, e poderá ser acompanhada pelo canal da Unifesp no YouTube.
O projeto de Ronatty é uma investigação para identificar a substância mais adequada para extrair as células do pâncreas preservando o “esqueleto do órgão”. Essa pesquisa é parte do trabalho de doutorado de sua coorientadora, a biomédica Marluce Mantovani, que pesquisa terapias mais eficientes e menos invasivas para tratar os pacientes diabéticos tipo 1. A orientadora é a doutora Mari Cleide Sogayar, da Universidade de São Paulo (USP).
O trabalho de Iniciação Pré-Científica obteve o segundo lugar na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) de 2017 e foi apresentado na Feira Internacional de Ciências e Engenharia (Intel – ISEF) no mesmo ano, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
O ex-aluno da Etec Guaracy relata com carinho a época de escola e os desafios que superou para entrar no curso de Medicina da Unifesp: “Sempre tive total apoio da minha família e da Etec, que me abriu muitas portas. Contei com professores que me incentivaram a participar de premiações acadêmicas e de concursos de bolsas em cursinhos pré-vestibular”, conta.
Pâncreas bioartificial
O resultado do estudo de Iniciação Pré-Científica é a possibilidade de retirar células pancreáticas sem agredir o tecido (matriz celular), que servirá como estrutura para o funcionamento de um pâncreas bioartificial. Segundo Ronatty, existem cerca de 40 milhões de pessoas com diabetes tipo 1 no mundo que poderiam se beneficiar dessa terapia.
Hoje, a doença é tratada por duas linhas de terapias que são a administração de insulina ou o transplante do pâncreas. A segundo opção é considerada muito invasiva e de alto risco para o paciente por conta da necessidade de prescrição de medicamentos imunossupressores que agridem o sistema imunológico.
No trabalho de doutorado, Marluce propõe o desenvolvimento do pâncreas bioartificial por meio da implantação de células especializadas em secretar a insulina. “O paciente não precisa de um pâncreas novo, ele só precisa das células responsáveis pela sintetização e secreção da insulina que são apenas 2% do órgão. Essa opção terapêutica reduz os riscos para o paciente”, explica Ronatty.
A terapia do pâncreas bioartificial já é praticada na Bélgica e Austrália e pode ser uma alternativa para o transplante, um procedimento de alta complexidade capaz de provocar efeitos devastadores no paciente, como a destruição das células de defesa e câncer.
Congresso Acadêmico Unifesp 2020
O Congresso Ciência e Universidade: transformações para a sociedade começou no dia 13 e será encerrado nesta sexta-feira (17). A programação, totalmente online, reuniu as comunidades dos sete campi da Unifesp: Baixada Santista, São Paulo, Zona Leste, Diadema, Guarulhos, Osasco e São José dos Campos. Por causa da pandemia, é o primeiro ano que as unidades promovem esse evento em conjunto e à distância.
O total de 1.700 trabalhos inscritos é recorde e o público formado por 11 mil participantes também é um dos maiores já registrado em eventos acadêmicos pela instituição. A pandemia causada pelo SARS-Cov-2 é um dos temas de destaque na programação e será abordada nos painéis Educação Pós-Pandemia, Cuidados e Proteção e Promessas Terapêuticas. A palestra magna na abertura do congresso sobre Transformações para a sociedade foi feita pelo médico Drauzio Varella.
Sobre o Centro Paula Souza – Autarquia do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Centro Paula Souza (CPS) administra as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e as Escolas Técnicas (Etecs) estaduais, além das classes descentralizadas – unidades que funcionam com um ou mais cursos, sob a supervisão de uma Etec –, em cerca de 300 municípios paulistas. As Etecs atendem mais de 224 mil estudantes nos Ensinos Técnico, Integrado e Médio. Nas Fatecs, o número de matriculados nos cursos de graduação tecnológica supera 85 mil alunos.
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