O empresário brasileiro Carlos Vaz, radicado nos EUA há 20 anos, tem uma história de vida inspiradora que ele próprio conta em artigo de seis páginas na recém-lançada edição de julho da revista Harvard Business Review, intitulado “Indo além do sonho americano”. Co-fundador e CEO da CONTI Real Estate Investments, empresa com sede em Dallas que atua no setor imobiliário, Vaz desembarcou no EUA com US$ 300 no bolso e sem formação profissional em busca do sonho americano a que se refere no artigo.

O veículo e o momento não poderiam ser mais adequados para que muitos brasileiros conhecessem a trajetória desse mineiro de Itajubá, que pode ser dividida em duas etapas. Até 2015, Vaz dedicou-se a transformar a CONTI numa empresa sólida do mercado imobiliário americano, especializada no segmento Multifamily – modelo inexistente no Brasil. Por isso, Vaz jamais teve como prioridade fazer negócios com brasileiros ou mesmo no Brasil.

Tradicional e bem estabelecido nos EUA, o segmento Multifamily atende a pessoas que preferem alugar a comprar um imóvel e precisam morar em regiões centrais das grandes cidades, perto do trabalho, comércio e escolas. A CONTI reúne investidores em fundos fechados e, com o valor arrecadado, compra conjuntos habitacionais de casas ou apartamentos exclusivamente para aluguel. O retorno para quem investe é imediato: todos recebem trimestralmente parte dos aluguéis captados e, caso a empresa decida se desfazer da propriedade – as unidades não podem ser vendidas isoladamente --, ainda embolsam um rendimento extra.

A segunda etapa da trajetória de Vaz nos EUA começou a ganhar forma entre 2015 e 2017. Nesse período, ele participou do programa Owner/President Management (OPM), na Harvard Business School, quando teve a oportunidade de fazer amizade com empresários brasileiros, colegas de turma. Desde então, muitos deles passaram a investir nos fundos da CONTI. Harvard, de certa forma, ajudou Vaz a reatar seus laços com o país de origem.

A reaproximação ganhou impulso com a mudança do cenário econômico brasileiro, marcada pelo gradual processo de redução da Selic, a taxa básica de juros. De 14% ao ano, a Selic foi caindo e hoje está em 2,25%, o que desestimula aplicações nos fundos de renda fixa e produtos financeiros semelhantes e leva investidores a buscar opções no mercado externo.

Hoje, os brasileiros somam quase um terço da carteira de investidores da CONTI. A pandemia causada pelo novo coronavírus ajudou a engrossar esse perfil. Com o dólar em alta e o mercado de ações instável, muitos investidores brasileiros, incluindo muitos que costumavam investir no mercado imobiliário da Flórida, correram para os fundos da CONTI, que não dependem da bolsa e dão retorno literalmente sem volatilidade em dólar.

No artigo que escreveu para a HBR, Vaz conta em detalhes como transformou a CONTI – criada em 2008 e hoje com portfolio de mais de 9.000 apartamentos, com 25.000 inquilinos, e foco em Dallas, Austin, San Antonio e Houston – numa empresa vertical, com 300 funcionários. “Apenas no ano passado, adquirimos propriedades avaliadas em US$ 200 milhões”, escreveu. “Temos entre nossos investidores vários family offices, cotistas individuais de alto poder aquisitivo e gestores de patrimônio”, acrescentou.

O trecho que mais chama a atenção, no entanto, é como sua empresa reagiu à chegada da pandemia. Sob comando de Vaz, em vez de se retrair, a CONTI enxergou oportunidades para crescer e avançar nos negócios. “Assim que fomos atingidos, dividimos a empresa em duas equipes muito fortes: defesa e ataque”, contou. “Em 60 dias, nossa defesa fez a sua parte: ninguém foi dispensado e não houve perda para os investidores. Não foi preciso pedir auxílio a bancos para cobrir hipoteca, e nos adaptamos ao modelo de escritório virtual”, prosseguiu.

“Também o ataque fez grandes entregas: lançamos uma iniciativa tecnológica mais de um ano à frente do programado e levantamos mais recursos, agilizando o processo de compra de novas propriedades. Se isso por si só já não fosse extraordinário, criamos uma nova divisão, atraímos capital para ela e fechamos três transações. Tudo nesses 60 dias”, completou.

O empresário se prepara para ampliar a participação da CONTI no mercado americano. E a tendência é atrair cada vez mais investidores brasileiros, numa mostra de que Vaz foi muito além do sonho americano que tinha ao pisar nos EUA há 20 anos.

LINK PARA O ARTIGO DE CARLOS VAZ NA HBR
https://hbrbr.com.br/indo-alem-do-sonho-americano/

SOBRE A CONTI:
Co-fundada e presidida por Carlos Vaz, a CONTI Real Estate Investments é uma empresa que tem como foco o mercado ‘multifamily’, adquirindo conjuntos habitacionais voltados exclusivamente para o aluguel. A CONTI atua desde 2008 e já movimentou mais de US$ 1 bilhão em ativos. Com sede em Dallas e investidores em diversos países, a empresa conta com uma equipe de cerca de 300 profissionais e administra em torno de 10 mil unidades para aluguel em mais de 30 conjuntos habitacionais de sua propriedade, todos no Texas.

NA WEB:
Mais sobre a CONTI Real Estate Investments
www.contiorg.com